5 Capitães da Ledman Liga Pro: Quando a experiência faz diferença!

Francisco IsaacAbril 24, 20188min0

5 Capitães da Ledman Liga Pro: Quando a experiência faz diferença!

Francisco IsaacAbril 24, 20188min0
A Segunda Liga aproxima-se do seu final mas o Fair Play não quis deixar de nomear 5 capitães da Ledman Liga Pro e a sua influência nas suas equipas!

PACHECO (SANTA CLARA)

Os açorianos estão em 2º lugar a três meras jornadas de cumprir um sonho que lhes escapa desde os primeiros anos do Século XXI: voltar à Primeira Liga.

Existem jogadores nesta formação do Santa Clara com muita história no clube, mas é inegável que os grandes símbolos do clube são Clemente e Pacheco. Rapidamente, Clemente é um filho dos Açores, formado no Operário e que, desde 2014, decidiu regressar a São Miguel, estando neste momento a caminho dos 400 jogos pelo clube.

Um avançado inteligente, móvel e preponderante, Clemente assume um papel importante. Contudo, hoje estamos aqui para falar do capitão Pedro Pacheco! Para os que desconhecem as origens do trinco/médio-centro, Pacheco foi formado no Santa Clara, clube pelo qual faz a maior parte da sua carreira. Teve umas saídas breves para o Operário e depois Nacional da Madeira.

Só que o voltar a casa foi sempre o mais importante para o trinco e assim o fez quando aceitou o desafio de voltar ao clube em 2010. De lá para cá, já passou a barreira dos 350 jogos pelo Santa Clara, conquistando um lugar nos almanaques do futebol dos Açores, com 18 jogos ao serviço do Canadá pelo caminho.

Há já alguns anos que Pacheco tem liderado o clube como capitão e a forma como trabalha em prol dos seus companheiros não passa despercebida, “comendo” terreno (quase de forma literal) e garantindo que nada passa pelo seu corredor.

Na temporada actual, Pacheco jogou na maioria dos encontros dos açorianos, e nos três jogos que faltam a sua liderança será fundamental dentro das 4 linhas para além do seu papel como “primeiro” defesa, onde se tem evidenciado no corte de jogadas, reposição da bola e organização de jogo neste sector.

Foto: O Açoriano Oriental

BRUNO CHINA (LEIXÕES SC)

Outro regresso a casa bem-sucedido: Bruno China, formado no clube mais conhecido de Matosinhos, foi um daqueles jogadores que em 2002/2003 participou na Taça UEFA pelo Leixões, quando estes ainda estavam na 2ª divisão. Como? O clube tinha se apurado para a final da Taça de Portugal da época anterior, perdendo frente ao Sporting CP.

Bruno China entrou em campo como suplente utilizado e fica assim na memória do futebol português, quando ainda tinha 19 anos e fez parte daquele plantel mitico. As aventuras pelo Mallorca, Rio Ave, Académica e CF “Os Belenenses” ajudaram a engrandecer um jogador carismático, dedicado, inteligente e de decisões rápidas que acedeu voltar a casa em 2015.

Não é fácil para um atleta reputado, com mais de 150 jogos na Liga NOS, descer de divisão e supostamente baixar o estatuto como atleta. Contudo, Bruno China não viu um regresso ao Leixões dessa forma, mas sim como uma forma de agradecer a um clube que lhe deu a possibilidade de sonhar com algo mais.

Na época actual, Bruno China já jogou a médio-centro, trinco e central, contabilizando mais de 22 jogos na Ledman Liga Pro. Curiosidade interessante: sempre que o capitão não jogou de início, o Leixões ora perdeu ora empatou (também venceu). Sempre que foi titular, o Leixões não consentiu qualquer derrota e a sequência actual de 6 jogos consecutivos sem perder são prova disso mesmo (90 minutos em todos).

A forma como aborda o seu trabalho, quer seja no eixo-defensivo, no “miolo” ou como nº8, é digno de ser considerado um dos melhores jogadores da Ledman Liga Pro por todo o amor à camisola que emana sempre que veste o equipamento vermelho-e-branco do SC Leixões.

Um homem da casa

NUNO COELHO (FC AROUCA)

serrano é hoje em dia um dos maiores símbolos do Arouca FC, não fugindo ao desafio do clube querer voltar a subir de divisão no imediato à sua descida. Um atleta com passagens pelo FC Porto, SL Benfica, UD Leiria, Beira-Mar, Académica de Coimbra e Portimonense, está na formação aroucense desde 2013 e parece ter criado raízes desde esse ano até agora.

Curiosamente, como Bruno China, Nuno Coelho também consegue transitar com qualidade de trinco para central, não perdendo uma gota da sua qualidade como jogador.

Excelente na condução de bola, com bom toque de bola, um passe eficaz e uma disciplina e rigor táctico de fazer inveja a muitos, Nuno Coelho consegue também apresentar as mesmas “ferramentas” a central.

É um dos goleadores da equipa de Miguel Leal, com 6 golos, impondo-se com qualidade na área, transfigurando-se num autêntico problema para os centrais adversários.

Com 32 jogos realizados (só falhou em três encontros, dois por suspensão por amarelos e outro a contas com uma pequena lesão), na sua maioria como central, Nuno Coelho tem sido um dos mestres deste Arouca que rapidamente recuperou a sua confiança e passou dos últimos lugares para disputar a promoção à Liga NOS.

Com 30 anos, o trinco/central poderá a voltar a jogar na principal divisão profissional de futebol em Portugal e, fazendo as contas, merece-o.

Foto: Lusa

JOÃO REAL (ACADÉMICA DE COIMBRA)

Por falar em centrais goleadores, o que dizer de João Real, da Académica de Coimbra? Na época actual o centralão já marcou 5 golos, sendo um dos jogadores mais prolíferos do plantel de Quim Machado. Está há sete anos ao serviço da Briosa e, entre os “feitos” conquistados, destaca-se a Taça de Portugal levantada em 2012.

É, a par de Marinho, uma das maiores lendas actuais do clube e a forma como se tem dedicado à formação conimbricense é de aplaudir. Poderia perfeitamente ter ficado na Liga NOS no ano em que a Académica de Coimbra desceu, mas fez uma decisão que poucos fariam: descer com o clube.

Com 35 anos, João Real só descansa quando colocar a sua “Briosa” na Liga NOS e a forma como trabalha no eixo defensivo faz a diferença. Autoritário, gosta de arranjar sérios problemas aos avançados adversários, forçando-os a procurar outras soluções que não passem por ir de encontro com o central. Não é agressivo, mas é duro, apresentando um misto de dureza com classe, algo que fica na retina dos adeptos.

Não sendo já um jogador rápido e que consiga lidar bem em situações de pressão muito alta, procura estudar bem a melhor forma de abordar os adversários directos para evitar ser ultrapassado.

Com 33 jogos nas pernas só esta época, Real parece caminhar na direcção de se tornar um dos jogadores que merecem uma (larga) menção na longa lista de capitães da Académica.

PEDRO ALVES (COVA DA PIEDADE)

Um dos jogadores mais antigos em actividade nos campeonatos profissionais em Portugal, Pedro Alves está apostado a guiar o Cova da Piedade à segurança na Ledman Liga Pro. Com 39 anos, o guardião formado no CF “Os Belenenses” apresenta um vigor entre os postes que faz corar de inveja muitos adversários.

Com 1,88, o guarda-redes jogou no Estrela da Amadora e Vitória FC na Liga NOS (poucos jogos, mas mesmo assim teve a oportunidade de jogar nesse patamar), sendo que depois escolheu a via de ter mais minutos nas luvas, reforçando equipas do agora denominado Campeonato de Portugal.

Depois de boas passagens no Pinhalovense e Oriental, foi um dos reforços do Cova da Piedade naquilo que foi uma revolução no clube de Almada em 2014. Ajudou a equipa a subir de divisão em 2014 e está desde então entre os postes de um clube pouco conhecido mas já com uma identidade muito própria no futebol nacional.

Em 2017/2018 o Cova da Piedade é a 8ª menos batida com 44 golos, com Pedro Alves a destacar-se como um dos jogadores mais importantes. Entre os postes é seguro e competente, controlando bem as acções dentro da pequena área. As saídas aos centros poderiam ser algo melhores, mas o poder físico e técnico que apresenta garantem estabilidade à sua defesa.

A parte da experiência garante também coesão à sua equipa, com uma boa voz de comando e um atleta minimamente estratégico no reposicionamento dos seus colegas na defesa.

Vamos ver se estará cá para mais uma época e atingir assim a marca dos 40 anos como profissional de futebol!

Foto: Lusa

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