Ubuntu – a vacina 100% eficaz, gratuita e universal
“Em África existe um conceito conhecido como Ubuntu – o sentimento profundo de que apenas somos humanos através da humanidade dos outros; que se formos capazes de conseguir algo neste mundo, isso será, em igual medida, devido ao trabalho e aos feitos de outros.” – Nelson Mandela
Ubuntu.
“Eu sou porque tu és” ou “eu sou porque nós somos” é uma forma de ser, estar e fazer, atribuída às culturas tribais que habitaram o que é hoje a África do Sul e que numa palavra poderia talvez ser traduzida para “Humanidade”. Pois bem, é sobre esta “Humanidade de Grupo”, que hoje todos buscamos, que nos fala e ensina a filosofia Ubuntu.
Um viajante estava a interagir com um grupo de crianças quando lhes propôs um jogo: colocou um cesto com doces junto a uma árvore e disse-lhes que fariam uma corrida entre eles e quem chegasse primeiro à árvore poderia ficar com todos os doces no cesto.
Depois de alinhadas as crianças e dada a ordem de partida, qual não foi o seu espanto quando as crianças deram as mãos e correram juntas até chegarem à árvore todas ao mesmo tempo. Depois observou como partilhavam os doces entre elas e não conseguiu evitar questionar sobre o porquê de ninguém ter querido vencer a corrida e ficar com os doces.
A resposta que ouviu foi: “Ubuntu. Nenhum de nós consegue estar feliz quando à sua volta todos estão tristes.”
É isto o Ubuntu. A coragem de trocar o “eu” pelo “nós”. De crescer do “ego” para o “eco”.
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“Não são os mais fortes de uma espécie que sobrevivem, nem os mais inteligentes, mas os que melhor se adaptam às mudanças.” – Charles Darwin
Há cerca de um ano que vivemos uma Pandemia. Neste que é o jogo das nossas vidas, enfrentamos um desafio carregado de novidade, de mudanças constantes, de exigências duras que implicam a criação de novos hábitos, de grandes incertezas, de doses de ansiedade nunca experienciadas por milhões de nós, humanos. A nossa Humanidade é posta à prova de cada vez que somos forçados a cobrir a cara em vez de mostrarmos o sorriso único que é o nosso, a escolher a distância em vez do abraço, o isolamento em vez da partilha.
A colocar em pausa os nossos sonhos. O nosso sentido de preservação e sobrevivência, individual e colectivo, está a conseguir bons resultados. São inúmeros os sinais de esperança em que os dias em que poderemos celebrar novamente a nossa Humanidade de Grupo estão para breve. Continuemos então, enquanto Equipa Humana, a dar o nosso melhor contributo para que estes momentos finais do “jogo das nossas vidas” sejam rapidamente ultrapassados com sucesso!
Este “jogo das nossas vidas” mudou-nos. Mudou este mundo em que vivemos. Mudou o nosso jogo a que chamamos “vida”. Este ano de paragem forçada na formação desportiva tem e continuará a ter consequências que se fazem já sentir nas aptidões físicas, sociais e intelectuais dos nossos jovens. Os desafios pós-pandemia serão gigantes! Cresçamos nós, adultos, pais, educadores e formadores, para conseguirmos estar à altura desses desafios. Este crescimento e esta adaptação é o que esperam de nós os jovens que em nós confiam e que acreditam no nosso apoio.
Uma das maiores mudanças que sentiremos, naturalmente, será a falta de confiança, a dúvida e o medo. O medo que se repita. O medo de não sermos capazes. O medo de não valer a pena o esforço. O medo dos outros. O medo de nós próprios.
A boa notícia é que esta vaga de medo já tem um antídoto! Uma vacina 100% eficaz, gratuita e universal!!! E essa vacina está já com cada um de nós. Não precisa de esperar produção, transporte e entrega. E
stá contigo neste preciso momento em que lês este texto! Conserva-se no calor do coração e não tem qualquer prazo de validade ou limite máximo de tomas. Por vezes o efeito é mais demorado mas a comunidade científica é unânime: só não funciona quando não é usada! O mais incrível desta nova descoberta é que a reacção secundária mais notada é a replicação, ou seja, o stock mundial aumenta de cada vez que alguém usa a Vacina Ubuntu e a aplica noutro que, naturalmente, a replicará.
Assim, e mais uma vez, se prova que a nossa espécie sobreviveu e evoluiu, não graças à sua frondosa inteligência ou assustador poderio muscular, mas à nossa maravilhosa capacidade de continuar a “correr de mãos dadas”. Porque este jogo a que chamamos vida não é nem uma maratona nem uma corrida de cem metros, mas sim uma prova permanente e eterna de estafetas. Cuidemos deste que é o nosso mais precioso testemunho, a nossa Humanidade. A nossa Vacina Ubuntu.
“Que a alegria e o bom companheirismo reinem, e que desta forma, a tocha olímpica prossiga o seu caminho ao longo dos tempos, aumentando o entendimento amigável entre as nações, para o bem duma humanidade cada vez mais entusiasta, mais corajosa e mais pura.” – Barão Pierre de Coubertin
Uma das mudanças forçadas da pandemia verificou-se no maior evento desportivo mundial. Naquele que é, precisamente, o momento maior da exaltação da evolução da espécie a que todos pertencemos. Em vez de terem sido em 2020, os Jogos Olímpicos realizar-se-ão este ano, 2021, em Tóquio, Japão. A cerimónia de abertura terá lugar a 23 de Julho enquanto a de encerramento decorrerá no dia 8 de Agosto. Duas semanas em que os mais aptos celebrarão o sonho, a superação, o amor e o perdão.
O desporto tem o enorme poder de transformar o mundo. Este super-poder, que todo e qualquer desportista possui, é hoje mais necessário do que nunca para voltarmos a viver como Humanos. Que o regresso da formação desportiva – em todas essas maravilhosas fábricas de Vacinas Ubuntu que são os clubes que formam os homens e mulheres de amanhã – seja uma realidade no mais curto prazo possível e que os Jogos Olímpicos voltem a ser, daqui a menos de meio ano, a celebração duma estrondosa vitória neste “jogo das nossas vidas”!
Todos Juntos: “Ubuntu. UBUNTU. U-BUN-TU!”