Senhor Infantino, por favor saia de cena
Uma vergonha sem paralelo e uma falta de noção do tamanho do Maracanã dos tempos idos. Giovanni Vincenzo Infantino conseguiu superar Sepp Blatter em toda a linha com a entrega do prémio da “paz” ao Presidente do Estados Unidos da América, numa tentativa de agradar e afagar o ego de um ser que tem perseguido cidadãos do seu próprio país, alvejando ilegalmente embarcações no espaço marítimo internacional sem falar do ataque aos direitos das minorias e não só. Contudo, para Infantino isso tudo são pormenores sem importância perante a festa do futebol, que só pode existir se o fascista beligerante que foi eleito presidente em Novembro ode 2024 estiver satisfeito.
Com um Mundial que já começou torto – o segundo consecutivo, e o segundo sob a alçada do actual presidente da FIFA -, o futebol mundial conseguiu sair da cerimónia de sorteio de grupos com uma imagem lastimável e que irá para sempre marcar negativamente um desporto que já esteve na lide dos direitos fundamentais humanos. Inventou-se um prémio para tentar agradar um tirano só porque o senhor Infantino tem medo de fazer frente ou de mostrar que tem coluna, optando por se ajoelhar e parabenizar alguém que sonha em destruir tudo o que é democracia.
É que nem se pode falar de pragmatismo, uma palavra que deverá ser inexistente no dicionário do ‘rei’ da FIFA, pois todo aquele momento se viu um ar de adoração e aceitação de um individuo que tentou efectuar um golpe de estado em 2020, num ano em que aconselhou à população dos EUA em ingerir remédio para cavalo ou lixívia.
A verdade é que Gianni Infantino tenta fazer parecer que é um bom pateta que quer simplesmente aquecer os corações de todos aqueles que olham para a FIFA como um anto magno de corrupção, quando na realidade o presidente dessa organização quer ser também ele chefe de uma máfia qualquer internacional. Depois de um Mundial repugnante no Qatar, em que Infantino tentou efectuar um discurso que apoiava todos os movimentos fossem eles de extrema ou LGBTQ+ ou o que quer que fosse, este foi mais um passo dado na demonstração de quão nível baixo é esta liderança da FIFA.
E isto não é o pior, pois esse episódio ainda está para vir quando Infantino fizer campanha pela aceitação da Rússia nas competições internacionais, fazendo de conta que a Ucrânia é tão cúmplice na invasão que foi alvo quanto a nação que Putin preside a seu bel-prazer. Mas, para o presidente da FIFA isso não é problema, o problema é se os ditadores estão satisfeitos, se o rapazinho que mete sal na carne pode tocar na taça e se qualquer estado fascista decida dar uns milhões à organização que preside o futebol.
Lamentável, indecoroso e decididamente a demonstração que há coisas piores que a corrupção activa, como se viu pelo sorriso de menino de Infantino a um ser que violou mulheres e que esteve envolvido em esquemas de toda a dimensão e índole.
Contudo, há que lembrar o presidente da FIFA e outros que apoiam esta desumanização total que o pêndulo volta sempre para trás… e quando voltar, vai vir com força, o mesmo tipo de força com que Blatter foi atirado para fora.
O Fair Play não efectuará qualquer acompanhamento ao Mundial de Futebol de 2026.



