Paulo Meneses e a aventura no Nejmeh SC: segue a temporada!
Depois de umas primeiras duas jornadas intensas, Paulo Meneses continua a sua aventura no Nejmeh SC, que tem sido polvilhada por vitórias.
3ª JORNADA
Ao terceiro jogo defrontávamos o Tadamon. Depois de 2 jogos onde ganhamos 6 pontos, na qual o ultimo jogo, uma excelente exibição contra o campeão, tínhamos o compromisso de continuar com esse nível exibicional para ganhar mais 3 pontos.
O inicio de jogo não foi fácil, com o adversário a entrar muito determinado. Ganharam alguns livres e cantos, onde criaram perigo para a nossa baliza.
Mas aos 20 minutos, acertamos com o nosso jogo e começamos a construir ataques atras de ataques, e chegando à baliza adversaria cada vez mais com perigo. O golo surgiu a meio da 1a parte.
Fomos para o intervalo a ganhar 1-0. Resultado pela margem mínima, embora poderíamos ter marcado mais golos nos últimos 15 minutos.
No intervalo, ajustamos algumas questões de posicionamento tácticas. E na 2a parte fomos ainda mais superiores que o Tadamon, marcando mais 3 golos, fixando o resultado final em 4-0.
9 pontos em 3 jogos, com 9 golos marcados e 1 sofrido (contra o campeão). Era momento para celebrar com os adeptos presentes no estadio.
4ª JORNADA
Era o momento de defrontar o Bourj. Equipa que defrontamos na epoca passada, no Play Off de campeão, e que ganhamos nas meias finais da Taça, sempre um adversário muito difícil. Esta época ainda mais difícil, pelos reforços adquiridos.
Era o ultimo jogo antes da pausa para as Seleções Nacionais, e antes da nossa participação na AFC Cup de Asia.
Tínhamos portanto, um duplo propósito: ganhar para continuar na liderança da tabela classificativa – e de uma certa forma, preparar-nos com uma boa exibição onde nos daria moral e confiança para afrontarmos o 1o jogo da AFC Cup de Asia.
Começamos muito bem o jogo, a mandar e dominar o jogo contra um adversário em bloco baixo. Bem posicionados, estávamos instalados quase sempre em campo contrario para poder marcar nos primeiros 20 minutos. Ao mesmo tempo, e fruto desse bom posicionamento, evitávamos quase sempre o contra ataque adversário, pressão rápida e intensa quando perdíamos a bola, e voltávamos à carga. Criamos alguns ataques que criaram perigo, mas sem inaugurar o marcador.
O adversário, abriu a contagem aos 30 minutos, numa desatenção dos nossos 2 defesas centrais e guarda redes. No entanto, passados 7 minutos conseguimos empatar com uma jogada bem conseguida por Kourani (Medio Centro), Embaló (Ponta de Lança Português) a assistir Dima (Extremo Ucraniano). Estava feito o 1-1.
Ainda na primeira parte, uma jogada iniciada por Gilson (Medio Centro Português), deu para Khalil (Extremo ) que recebeu entre linhas, arrancou para fazer uma excelente tabela com Embaló (2 assistências no jogo), aparecer cara a cara com o guarda redes adversário e fazer o 2-1.
No intervalo havia varias coisas corrigir e melhorar de cara à segunda parte.
Na segunda parte, a equipa esteve melhor ainda. Dominamos completamente a 2a parte e conseguimos chegar ao 3-1. Estivemos a controlar o jogo com mais posse de bola e jogando em campo contrario até o arbitro expulsar-nos o Gilson, e ate a lesão do extremo Sadek. Estivemos os últimos 10 minutos a jogar com 9. Organizamos a equipa em 1-4-4, com 2 linhas de 4 bem juntas. Mesmo com 2 jogadores menos, mas com um espirito de equipa e trabalho em equipa, juntamente com uma forte união – princípios e valores que fazem parte da nossa identidade, não cedemos.
No final foi uma festa bonita entre jogadores e staff e também com os milhares de adeptos que vieram ao estádio apoiar-nos.
Estava assim cumprido o nosso objectivo: 4 jogos, 4 vitorias (mais a vitoria na Super Taça no inicio da época).
AFC Cup de Ásia
A AFC Cup é a equivalente à Liga Europa. O nosso grupo é considerado como um dos grupos mais difíceis da prova. Equipas muito fortes de Ligas superiores à Liga do Líbano. Al Riffa do Barein, Al Arabi do Kuwait e Al Zawraa do Iraque. Equipas com orçamentos muito superiores ao nosso orçamento, mas como eu costumo dizer nas rodas de prensa, o dinheiro não joga.
Tínhamos o primeiro jogo da AFC Cup de Ásia em Barein. Viagem e estágio um pouco fora do comum face à importância dessa competição. Temperaturas elevadas a que não estávamos acostumados. No entanto, tentamos focar-nos em ajudar os jogadores dando-lhe ferramentas para que pudessem usar-las no dia do jogo.
Não ter um defesa central com experiência no banco de suplentes, e não ter o Guarda Redes titular (operação ao cotovelo), por se tratar de um Guarda Redes da Seleção, deixar-nos-ia muito mais confortáveis. No entanto, focamo-nos nas soluções e não nos problemas.
Começamos o jogo em Bloco Medio, com zonas de pressão muito bem definidas, para roubar e transitar rápido.
Em termos defensivos, estivemos muito bem a fechar os espaços do corredor central, orientando o ataque do adversário para as zonas laterais. O adversário, jogando em casa, teve mais iniciativa com posse de bola nos primeiros 15 minutos, mas aos poucos fomos assentando o nosso jogo, fomos tendo mais posse de bola, para controlar a bola também com bola, uma vez que ja estarmos praticamente controlando o jogo sem bola.
Não concedemos ao adversário nenhuma chance de golo nos primeiros 30 minutos. Aos 28 minutos, tivemos uma baixa de peso. O nosso 3º capitão lesionou-se no joelho e saiu aos 31 minutos. Como temos o 1º capitão lesionado desde a 2 semana da pre temporada… não tínhamos nenhum defesa central “valido”. Os outros 2 defesas centrais ainda são jovens, não era o momento para os lançar, e logo num jogo da AFC Cup de Ásia.
A opção recaiu sobre Gilson, o nosso médio centro. Ele também pode jogar de central, embora seja muito mais útil no meio campo. Gilson já não jogava de Defesa Central desde os tempos do SL Benfica. Mas não tínhamos outra alternativa.
Metemos outro medio centro para tentar equilibrar a equipa na ausência de Gilson no meio campo.
Passados 5 minutos, um erro básico, 1-0 para o Al Riffa. Passados 4 minutos, outro erro, e 2-0 para o adversário. A este nível, erros desta magnitude pagam-se muito caro, porque os jogadores adversários têm um nível muito alto.
No intervalo, acertamos e corrigimos várias coisas, pedimos mais capacidade de ter bola, construção desde trás (faz parte do nosso Modelo de Jogo), e o que é certo é que fizemos uma excelente 2ª parte. Jogamos quase sempre em campo contrario, empurramos o “grande” Al Riffa para junto da sua área.
Conseguimos construir bons ataques, com critério desde trás, com a equipa junta e compacta, o que nos permitia estar bem posicionados, não só para circular a bola com eficiência e critério, mas também nos dava equilíbrio posicional para fazer uma transição defensiva bem sucedida a maior parte das vezes, quando perdíamos a bola não permitindo muitos contra ataques ao adversário.
Fizemos algumas alterações a meio da segunda parte, para dar mais capacidade ofensiva no nosso ataque. Terminamos o jogo com 3 pontas de lança (1 jogando na posição de extremo, à frente da defesa, 1 numero 8 e 1 numero 10. Refrescamos também os dois laterais para fazer a linha toda na procura de dar apoio ao ataque.
Conseguimos criar perigo em varias ocasiões, e em 2 chances deveríamos ter feito golo. Foram 2 oportunidades muito boas para fazer o 2-1 e o 2-2. Ainda conseguimos meter a bola na baliza adversaria, mas o arbitro considerou falta ofensiva.
Moral da história, apesar dos contra tempos antes (lesões) e durante o jogo (lesões e desajustes das substituições), o Al Arabi necessitou de 2 erros nossos e não perdoou. Nós construímos jogadas para marcar e sacar pontos, mas não fomos eficazes.
Na conferência de imprensa, o meu discurso foi muito claro: a este nível, o mínimo erro paga-se muito caro. E nós cometemos 2 que nos foram fatais.