Onde é que anda o Flop: Majeed Waris, o finalizador fantasma do Dragão

Francisco IsaacJunho 6, 20224min0

Onde é que anda o Flop: Majeed Waris, o finalizador fantasma do Dragão

Francisco IsaacJunho 6, 20224min0
Chegou como um dos pedidos de Inverno de Sérgio Conceição, mas acabou por ser esquecido rapidamente... foi Waris um flop no FC Porto?

Majeed Waris, lembram-se deste reforço de inverno do FC Porto para a temporada 2017/2018? Dificilmente os adeptos portugueses poderão esquecer do ponta-de-lança ganês, que chegou à Invicta a 19 de Janeiro de 2018 como um dos poucos reforços dessa temporada para o plantel treinado por Sérgio Conceição, tendo sido um pedido expresso do ainda treinador dos “Dragões”, que conhecia bem Waris dos seus tempos na Ligue1. 8 jogos divididos em 228 minutos foram os números de Majeed Waris ao serviço do clube, isto depois de ter custado 5M€ para assegurar o seu concurso, um número minimamente problemático no que toca à qualidade-preço. Foi Waris, portanto, um fracasso e um flop ao serviço dos azuis-e-brancos? Vamos tentar ver o antes, e o depois, percebendo também o que se passou no “durante” numa tentativa de perceber o papel do agora avançado do Estrasburgo.

Entre 2015 e 2017, Waris teve uma passagem de algum sucesso pelo FC Lorient, concretizando 21 golos em 62 jogos na Ligue 1, no qual ainda podemos adicionar mais quatro tentos concretizados, o que foi suficiente para para o emblema francês avançar para a contratação total por 4,6M€, isto porque o ganês estava cedido pelo Trabzonspor da Super Lïg da Turquia. Até então, o ponta-de-lança tinha sido protagonista na Suécia no início da carreira como profissional pelo Häcken do campeonato sueco, não conseguindo obter o mesmo sucesso no Spartak de Moscovo ou Trabzonspor – o clube turco desembolsou 7M€ para garantir o passe a 100% -, saltando entre ligas até chegar à Ligue 1, onde, finalmente, conquistou alguma atenção, muito devido à velocidade felina que possuía, ou a destreza para fugir entre as unidades da defesa e conseguir desferir um remate certeiro nas redes contrárias, merecendo assim alguns destaques na imprensa francesa e, também, de uns quantos treinadores, com um deles a ser Sérgio Conceição, treinador-principal do Nantes entre 2016/2017.

Os caminhos de ambos cruzaram-se em dois jogos, em que curiosamente Waris não marcou em qualquer um deles, mas foi o suficiente para deixar algum tipo de marca na mente do futuro treinador do FC Porto, ao ponto que forçou a SAD dos “Dragões” a avançar com uma proposta de 5M€ em Janeiro de 2018, de forma a garantir os serviços de um activo que serviria de ponta-de-lança suplente, já que seria uma sombra de Vincent Aboubakar e Tiquinho Soares.

Chegou a Janeiro de 2018 e, no meio da surpresa, dúvidas e (pouca) expectativa, Majeed Waris acabou por… não marcar qualquer golo ou ser uma unidade importante no seio de uma equipa que conseguiria levantar o título de campeão nacional no final da temporada. Poderia ser extremamente redutor reduzir o papel ou importância do ganês à função de marcar golos, contudo, foi para isso que o FC Porto e Sérgio Conceição requisitaram os seus serviços, acreditando ter ali um joker escondido, com capacidade para apanhar de surpresa alguns dos blocos defensivos da Primeira Liga, que, no entanto, não teve o engenho suficiente para encontrar o caminho das redes nos 8 jogos actuados ao serviço do clube da Invicta.

Aliás, Waris chegou a colocar a bola no fundo das redes frente ao Moreirense, isto aos 95 minutos, que acabou por ser prontamente anulado pela equipa de arbitragem, devido ao ponta-de-lança estar adiantado e em posição clara de fora-de-jogo, sendo quase como a curta carreira do ganês no FC Porto: uma falsa-partida. Sem golos, Majeed Waris acabou por ir perdendo importância, isto e apesar de ter sido um desejo/exigência de Sérgio Conceição, com a saída a se dar a 8 de Agosto de 2018, seguindo-se o Nantes – ironia das ironias – da Ligue 1. Todavia, o ponta-de-lança revelou que esteve perto de ficar mais uma temporada nos “dragões”, pois o treinador fechou força para a sua permanência na cidade do Porto,

“No FC Porto, Sérgio Conceição queria que eu ficasse, mas expliquei-lhe que queria jogar mais para poder melhorar. Foi por isso que escolhi o Nantes.”.

Após a saída para o Nantes, Waris nunca mais representou o FC Porto, chegando a treinador à parte entre Agosto de 2019 e Janeiro de 2020, altura em que o Estrasburgo resgatou-o por 6 meses, apreciando a qualidade do ganês ao ponto de desembolsar 2M€, uma proposta aceite pela SAD azul-e-branca. Entre Janeiro de 2018 e 2022, Majeed Warris só foi capaz de marcar 12 golos em mais de 70 jogos, acabando por mostrar que não era o ponta-de-lança pensado ou idealizado por Sérgio Conceição, com a etiqueta de “flop” a não ser um erro ou imprecisão nossa, tanto pela pouca qualidade técnica ou táctica mostrada, ou pelo custo de 5M€, um valor minimamente alto numa altura em que os “dragões” estavam sob a vigilância financeira da UEFA, não tendo sido o único “flop” dos últimos 5 anos dos novos campeões nacionais portugueses.


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS