O Diário do Estagiário 8# Regresso à Competição e Liderança de Treinos

João NegreiraMaio 29, 20214min0

O Diário do Estagiário 8# Regresso à Competição e Liderança de Treinos

João NegreiraMaio 29, 20214min0
O nosso treinador estagiário já regressou à competição e tem muitas novidades para nos contar. Descobre tudo!

Esta é uma rubrica onde um treinador estagiário partilha a sua experiência. Num contexto de aprendizagem, onde irá ser confrontado com as diferenças teóricas e práticas (desde as palestras, estudos e treinos), vai procurar compartilhar com os leitores todas as suas vivências.

No episódio passado, falei-vos do regresso aos treinos presenciais e de tudo o que envolvia esse regresso. Dos problemas de termos estado parados 3 meses e do problema de preparar uma equipa para a competição em 2 semanas. Já se avizinhava uma tarefa fácil e assim foi.

A Federação Portuguesa de Futebol reformulou os quadros competitivos de vários campeonatos e o nosso – III Divisão Feminina – não foi exceção. Jogamos apenas a 1ª volta da 1ª fase e de seguida jogamos por eliminatórias divididas pela série norte e série sul. A 1ª eliminatória é a 2 mãos, mas as 2ª e a 3ª são apenas a 1 mão. De referir que as 4 equipas que chegarem à 3ª eliminatória (2 da série norte e 2 da série sul) são as que sobem à II Divisão Feminina.

Sendo assim, ainda nos faltavam jogar 3 jogos da 1ª fase. Acabámos por vencê-los a todos e antes da última partida já tínhamos o 1º lugar assegurado. Apesar de algumas exibições em que, no meu entender, poderíamos ter jogado muito melhor e ter vencido por muito mais, o rescaldo acaba por ser positivo. Um contexto de equipa B para potenciar atletas para a equipa principal, nem sempre com muitas atletas em treino e tendo ainda em conta a falta de ritmo competitivo, obtivemos bons resultados.

No que à 2ª fase diz respeito, fomos sorteados contra o GD Vidreiros nesta 1ª eliminatória e na 2ª eliminatória contra o vencedor da partida entre Racing Power e Cucujães.

Como já mencionei noutros artigos, o contexto competitivo da nossa série era pouco dificultador. E não creio que este seja um tema subjetivo. Os números falam por si (7 jogos, 7 vitórias, 46 golos marcados e 1 sofrido) e efetivamente ultrapassámos a 1ª fase sem grande dificuldade. As nossas adversidades sempre foram connosco próprios e com o facto de conseguirmos manter as jogadoras motivadas em querer sempre mais e não ficarem complacentes e satisfeitos com o que já tinham alcançado.

Posto isto, é importante referir que a partir de agora as coisas serão completamente diferentes. Vamos defrontar equipas mais fortes, com maior valor individual e coletivo e a concentração e o foco terão que estar lá em cima. Se queremos defrontar os melhores, então temos que estar no nosso melhor. Esta é a mensagem e esta tem sido uma das minhas preocupações. Conseguiremos manter os nossos índices, defrontando adversários mais fortes? Esse tem sido o nosso trabalho na última semana.

Para além da realidade competitiva falo-vos ainda daquilo que tem sido o processo de treino neste regresso. Ao voltarmos aos treinos assumi maior relevância no planeamento e operacionalização do treino. Tive mais influência em ambos os processos e tive ainda a oportunidade de liderar muitas sessões de treino (algo que não estava à espera e algo para o qual não estava preparado).

Sempre pensei que um estagiário (seja ele treinador ou noutra área qualquer) tem que ter experiência prática durante o seu tempo na entidade que o acolhe. Se for apenas para fazer o trabalho que outros não querem fazer, o estágio é pobre e o estagiário aprende pouco. Por outro lado, se o estagiário é influente no processo, está mais propenso ao erro. E foi o que me aconteceu. Não tem que ser algo negativo. Pois se erro, tenho conteúdo por onde refletir e melhorar no futuro. Há é que saber lidar com esse erro e com as falhas que vamos cometendo.

Sem entrar em muitos detalhes específicos do meu contexto, esta é a mensagem que quero passar. É verdade que tenho tido a oportunidade de liderar vários treinos de uma equipa B, mas também é verdade que tenho notado muitos erros que cometo; muitas diferenças entre a teoria e a prática; muitas dificuldades em gerir um grupo; e muitas dificuldades de liderança.

Mas nem tudo é mau. Este processo (dos treinos) permite-me aprender e crescer ainda mais depressa do que aquilo que esperava. O erro permite-nos evoluir. E é isso que eu quero. Evoluir e ser melhor treinador a cada dia que passa.

“Tentar e não conseguir não é derrota é progresso / Na vida só fracassa quem procura o sucesso”


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