3 Jogadores portugueses que se superaram em 2020

Francisco IsaacJaneiro 5, 20216min0

3 Jogadores portugueses que se superaram em 2020

Francisco IsaacJaneiro 5, 20216min0
Consulta esta lista de três futebolistas portugueses que em 2020 mostraram a sua qualidade de forma consistente e que abrem a "fome" para 2021

Antes de mais, o que queremos dizer por “superar” neste artigo? Jogadores que conseguiram melhorar o seu nível exibicional de uma época para outra, que foram capazes de serem mais consistentes durante toda a época ou que perante as dúvidas em relação à sua qualidade foram capazes de mostrar os seus melhores atributos. Entre campeões portugueses, a novas coqueluches do futebol europeu ou a reafirmação de um bomber, estas são as nossas três escolhas de jogadores portugueses que se superaram em 2020.

SÉRGIO OLIVEIRA (FC PORTO)

Que o médio do FC Porto tem qualidade técnica e uma visão de jogo de grande calibre é inegável, ficando, no entanto, sempre a dúvida se conseguia manter o mesmo timbre durante toda uma temporada ou, pelo menos, alguns meses. Contudo, em 2020, Sérgio Oliveira demonstrou que não só era capaz de ser consistente nas exibições efectuadas pelos azuis-e-brancos como também atingir um patamar exibicional de alto capricho ao ponto que é considerado um dos jogadores fulcrais para Sérgio Conceição, seja pelos golos (é o melhor marcador do emblema portuense destes primeiros quatro meses de temporada) ou assistências (4 nesta época e um total de 12 no decorrer total do ano passado), ficando evidente toda a sua cultura táctica e de conhecimento de jogo profunda, combinada com um passe de excelência e uma predisposição para ser ele a dar “vida” na transição da defesa para o ataque.

O seu papel decisivo e forma física não passou ao lado do staff técnico da Selecção Nacional, com Fernando Santos a convocar o experiente médio-centro de 28 anos para os três jogos de Portugal em Novembro, em que Sérgio Oliveira foi titular por uma ocasião, entrando do banco de suplente nas outras duas (França e Croácia), sendo que nos 25 minutos jogados no último encontro notou-se o papel de comandante nos processos e dinâmicas do meio-campo português.

Um jogador que já em 2017/2018 foi importante na conquista do título nacional do FC Porto, mas sem a consistência necessária para se afirmar então como um dos melhores jogadores da Liga NOS, mostrou em 2020 que não só era capaz de manter os mesmos índices de qualidade como atingiu uma excelência que tem salvo os actuais campeões nacionais portugueses de alguns dissabores e carregando a sua equipa para patamares maiores em termos competitivos.

DIOGO JOTA (FC WOLVERHAMPTON/FC LIVERPOOL)

Quando se deu a saída de Diogo Jota para o Liverpool a troco de quase 50M€, várias foram as vozes que duvidaram da decisão de contratar um dos melhores jogadores do Wolves pois afirmavam que apesar da qualidade de jogo do extremo/avançado, não teria o nível necessário para conseguir criar problemas quer a Salah ou Mané… passados quatro meses, Jürgen Klopp só pode sorrir com a sua decisão de contar com o internacional português, como provam os números: 17 jogos, 9 golos e 2 assistências.

O “pequeno” virtuoso impôs desde o 1º dia um poder de rasgo e genialidade no ataque dos campeões ingleses, revelando-se como uma das maiores ameaças na Premier League e Liga dos Campeões, onde o seu poder de aceleração e capacidade para levantar um temor nos seus adversários directos cria constantes problemas a quem tenta defende-lo, enriquecendo o processo ofensivo numa dimensão que poucos pensavam que seria capaz. Nos meses antes de chegar aos reds, Jota continuava a ser uma unidade essencial para dar outro rubor ao ataque do Wolverhampton, sendo que os números não eram tão espectaculares como se tem revelado serem ao serviço do Liverpool.

O crescimento auspicioso de Jota acabou por lhe valer a convocatória para os diversos jogos de Portugal em 2020 e foi mais do mesmo… golos, exibições de gala e um gosto por criar diagonais em alta velocidade que destabilizam a maioria dos planos de defesa dos seus adversários.

Estranhou-se a decisão de colocar Diogo Jota no banco de suplentes frente à França, quando o extremo desempenhou um papel nuclear nas vitórias ante a Croácia e Suécia (um total de 3 golos e 1 assistência), perdendo Portugal agressividade no último terço do campo, seja pelo poder de explosão e de rápida transição de corredores, de constante procura por criar falhas no bloco defensivo adversário e de apontamentos técnicos que podem mudar completamente o sentido de jogo, e é um dos portugueses mais voláteis no ataque neste momento.

ANDRÉ SILVA (EINTRACHT FRANKFURT)

Depois de uma experiência falhada em Milão e outra em Sevilha, André Silva encontrou rumo na carreira ao serviço do Frankfurt, onde em 2020 foi responsável por um total de 23 golos e 6 assistências, tendo sido o 2º atleta português das Big-5 com mais golos em 2020, ficando só atrás de Cristiano Ronaldo.

O futuro do antigo avançado do FC Porto cobria-se de uma dúvida gritante que parecia estar a tomar controle total da carreira do ponta-de-lança, com este a não conseguir apresentar as suas principais características tanto na Serie A como a La Liga, e desde o dia em que chegou à Alemanha tudo mudou, com uma afirmação de força no ataque do Frankfurt que vai muito para além do papel de goleador, pois André Silva força uma pressão constante nos centrais, acentuada quando surge ora de costas para a grande-área ou como pêndulo no centro da mesma, valendo-se do seu poderio físico e compromisso ao trabalho colectivo.

Sem contar com Cristiano Ronaldo, nenhum outro avançado português conseguiu tantos golos em 2020 como André Silva e só esse facto deveria ser suficiente para o ponta-de-lança merecer outra atenção da parte de Fernando Santos, já que só actuou uns magros 62 minutos em 4 jogos (1 golo marcado), tanto pela possibilidade de dar outra valência na arte de fazer golos como de combinar com excelência junto de Cristiano Ronaldo, Bernardo Silva, Bruno Fernandes e Diogo Jota.

É actualmente um dos jogadores portugueses com dom para fazer golos e o ano passado foi o regresso do melhor André Silva na frente de ataque!


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS