Onde é que anda o Flop: Valentín Viola, um Pampa que prometia mais
2012/2013 foi uma época desastrosa para o Sporting Clube de Portugal, que entre erros de mercado, quatro treinadores diferentes, problemas financeiros, despiques com a massa adepta, acabou por terminar em 7º lugar e arredado da luta por qualquer troféu.
Quando a temporada começou, com Ricardo Sá Pinto ao leme (que tinha ido até às meias-finais da Liga Europa meses antes de ser despedido), a direcção liderada por Luís Godinho Lopes tentou reforçar a equipa com 10 reforços internacionais, que foi desde contratar a coqueluche do Football Manager Zakaria Kabyad, ao recuperar de Miguel Lopes, passando por um campeão internacional, no papel de Khalid Boulahrouz, entre outros.
Para além destes reforços também chegariam dois argentinos. Um deles acabou por singrar e até resultar numa venda extremamente positiva para os “leões”, sendo esse jogador, Marcos Rojo. Já o outro atleta das Pampas foi Valentín Viola, que vinha rotulado como um futuro grande craque do futebol argentino, mas acabaria por se desvanecer naquela época caótica.
Viola era um extremo-esquerdo com capacidade para deambular até ao lado oposto, competente na velocidade e finta, possuindo as características suficientes para ser rotulado de “diamante”, até porque vinha de um clube conhecido por lançar jovens de alto gabarito, o Racing Club de Avellaneda.
O então extremo de 21 anos chegou a Alvalade e ao fim de 28 jogos, acabou por nunca conquistar os adeptos sportinguistas, que viam nele apenas mais um ou um atleta limitado e que não podia oferecer aquilo que o emblema verde-e-branco necessitava.
Nesses quase 20 jogos realizados na Primeira Liga portuguesa, Valentín Viola só marcou um golo, golo esse que ditou uma vitória dos “leões” por 3-2 na recepção ao Moreirense, já para lá dos 90 minutos, tendo sido mesmo o único grande momento vivido na capital portuguesa.
Foi Viola vítima da temporada terrível protagonizada pelo Sporting CP? Possível, mas era visível que o atacante argentino era mais um jogador esforçado (e forçado) do que um game-changer ou alguém capaz de liderar a ala do ataque esquerdo, acabando por ser facilmente engolido pelas defesas contrárias, tornando-se ineficiente e incapaz de contrariar a defesa contrária. Viola tropeçou sucessivamente em grandes jogos, com as prestações pobres a repetirem-se, muito por conta do seu papel enquanto suplente, já que só foi titular em cinco ocasiões diferentes.
Quando a temporada de 2012/2013 findou, o extremo-esquerdo foi um dos jogadores sacrificados e atirados para a roda-viva dos empréstimos, retornando à casa de partida, ou seja, ao Racing, para depois sair em direcção ao Mouscon da Jupiler League, passando ainda pela Turquia, até rescindir e terminar no Apollon Limassol. O potencial rapidamente se esvaiu, e ao contrário do que tinha sido traçado por uns quantos, Viola acabou por passar por clube em clube de ligas de menor dimensão, estando aos 32 anos sem clube depois de ter servido o CA Barracas durante uma mão-cheia de jogos.
Valentín Viola tinha uns quantos detalhes técnicos valiosos? Tinha. Era rápido? Não particularmente, e sempre que tentou atingir um ponto de velocidade superior, a bola parecia quer fugir-lhe do seu controlo. Foi um erro de casting, e um jogador que mesmo com mais jogos iria ter o mesmo destino, porque não foi pela crise de 2012/2013 que o argentino fracassou ao serviço do Sporting CP. Um “flop” menor, sim, mas não deixa de ter sido um fracasso de 4M€, um valor alto para a altura e para os cofres leoninos dessa altura.