“Cromos” com toque do Japão: Miura e Mizushima

Pedro PereiraFevereiro 14, 20233min0

“Cromos” com toque do Japão: Miura e Mizushima

Pedro PereiraFevereiro 14, 20233min0
A Caderneta dos Cromos traz-nos lembranças de duas lendas do futebol japonês: Musashi Mizushima e Kazuyoshi Miura. Vem descobri-las

Um ainda joga nos dias de hoje, e está inclusivé a actuar em Portugal ao serviço da Oliveirense, enquanto outro inspirou uma série de animação que ainda mexe com gerações… a Caderneta dos Cromos conta-nos um pouco sobre Musashi Mizushima e Kazuyoshi Miura, lendas do futebol do Japão!

MIZUSHIMA, O “OLIVER” QUE INSPIROU OS SUPER CAMPEÕES

Musashi Mizushima, o jogador que inspirou Yoichi Takahashi a criar a personagem do Oliver Tsubasa da série japonesa mundialmente famosa sobre futebol. Musashi foi um centro campista que jogou nos anos 80 e 90. Assim como Oliver, Musashi saiu do Japão ainda adolescente para jogar no Brasil, nas escolinhas do São Paulo FC . Ainda passou por outros clubes brasileiros antes de retornar, já jogador feito, ao Japão.

Que memórias guardas desta série? Muitas, né? Talvez o podcast “Ainda Sou do Tempo” tenha alguns registos brutais desta série.

MIURA E UM AMOR ETERNO AO FUTEBOL

Tudo começou aos 15 anos quando Kazu decide sair do Japão e viajar para o Brasil, a terra do futebol. Lá saiu ele de Shizuoka com 700 dolares no bolso e rumou a São Paulo à procura de uma oportunidade de aprender com os melhores. Começou no Santos, o seu primeiro clube no Brasil mas as coisas não foram fáceis. Com poucas oportunidades foi para o Matsubara e CRB, onde também não correu bem. Dormia no estádio, salario baixo. Ao invés de viajar de volta, deu um passo atrás, assinou por um clube menor, o XV de Jau.

Aí sim, ele brilhou e ainda hoje é lembrado como um dos grandes craques daquele clube. Ainda teve tempo para passar pelo Coritiba e voltar à sua primeira casa, o Santos FC onde venceu um campeonato Paulista e assinou o golo da vitória frente ao Corinthians. Foram 4 anos de muita aprendizagem, capacidade de resiliência, adaptação, muitos golos, ginga e claro… samba. Por isso mesmo, o seu festejo de golo é até hoje um passo de samba.

Em 1993, surgiu uma moda nas discotecas japonesas de, quando tocava uma determinada musica, todos dançavam a “Kazu dance”, um samba nipónico. Volta ao Japão em 1990, com um currículo preenchidíssimo. Estava na cara que com aquele espirito de guerreiro, Kazu iria longe. Mas nunca se pensou que fosse tao longe. Começou em 1986 e já vai em 2018 de botas calçadas. Impressionante. É preciso amar muito o jogo. Diz ele que “Se eu não tivesse sido jogador de futebol, não acredito que pudesse ter existido” . Dedica-se a tempo inteiro ao futebol. Casado e com filhos, dizem que ele entra em estágio dias antes de determinados jogos, só para poder estar totalmente focado no jogo.


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