“Cromos” antigos da Premier League II: Gianluca Vialli e Kolo Touré

Pedro PereiraJulho 28, 20214min0

“Cromos” antigos da Premier League II: Gianluca Vialli e Kolo Touré

Pedro PereiraJulho 28, 20214min0

Caderneta dos Cromos traz mais três cromos especiais do futebol inglês e da Premier League, que vai desde o “gunner” Kolo Touré, ao estratega Gianluca Vialli e ao “coach in the making” Ole Solskjaer (faz a sua 2ª aparição nesta lista), e podes conhece-los melhor através destas histórias.

O DIA EM QUE TOURÉ “CORTOU” WENGER

Continuarmos na página da caderneta do Arsenal. Hoje colamos Kolo Touré. Mas começamos no início da sua experiência no clube londrino e na Premier League: o dia em que foi fazer testes aos Gunners. Wenger costumava colocar os jogadores que estavam em testes em confronto directo com os seus melhores jogadores. Sendo Kolo central, apanhou Henry e Bergkamp pela frente. Cinco minutos de jogo, Kolo ceifa Henry por trás. Wenger grita para ele ter calma. Desculpe mister. passados dez minutos, sola na canela de Bergkamp.

Ársene Wenger desesperado grita para ele não destruir os seus avançados. Desculpe mister. O jogo continua e numa certa jogada, Kolo faz um corte, a bola ressalta, sobe e começa a cair no centro do terreno na direcção de Wenger que estava no meio campo a orientar a peladinha. Kolo, cego, só vendo bola vai a correr e ZAU corta a bola, corta Wenger corta tudo. Todo o plantel começou a rir. Inacreditável. Wenger foi para o posto médico. Em conversa enquanto levava gelo, Wenger tomou uma decisão: “Este garoto tem desejo nos olhos. É para assinar”

VIALLI, O TREINADOR-JOGADOR

Vialli chega ao Chelsea enquanto Ruud Gullit era o treinador. Vialli não era menino fácil de aturar. Ao longo da sua carreira teve alguns problemas disciplinares com os treinadores. Com Gullit não teve nada concreto mas havia tensão, com Vialli a pedir mais minutos e Gullit a pedir que o cromo fumasse menos e comesse menos fish and ships.

A verdade é que no final da época de estreia de Vialli, o Chelsea não renova com Gullit. E quem assume? Vialli, esse mesmo. Treinador-jogador. Como eu acho encantador este conceito. Ficou a pairar no ar que houve algum tipo de facada. Mas Vialli estava nem aí.

Chega o primeiro jogo como treinador a suceder o holandês. Era hora de mudança. Tinha chegado Gianluca Vialli. E logo contra o Arsenal numa segunda mão da Taça da Liga. Nessun drama. No momento da palestra, Vialli pegou numa série de copos, puxou de uma garrafa de champanhe e PLOC. À nossa. Beberam uma garrafa antes de entrar no relvado. E deu certo. Venceram por 3-0 e passaram à final. Lindo. Mas a melhor parte estava reservada para mais o final do jogo. Vialli decide tirar-se do campo. O treinador vai sair. Já com o resultado em 3-1 e com a passagem segura. Stamford Bridge levanta-se em massa e ovaciona o italiano. Momento lindo.

SOLSKJAER E O FIM

Diz ele que apanhou o bichinho de treinador através do @footballmanager mas sentia que algo faltava naquela experiência: as relações humanas. Factor esse que Alex Ferguson privilegiava. E ele percebeu que ali em Old Trafford, com aquele plantel, com aquela equipa e essencialmente com aquele treinador, ele estava a viver algo especial nesse aspecto. Por isso mesmo, a partir do ano de 2000 ele começou a escrever um diário sobre o que Alex Ferguson lhe passava (quanto valerá um diário destes?).
Como jogador, letal era a palavra que o definia.

Apesar de uma média de golos impressionante, ele adquiriu o título de super substituto, “the Super Sub” assim lhe chamavam os adeptos do Manchester United (vários golos nessa época na Premier League). Tudo começou em 1999. Não, não foi na final antológica da Liga dos Campeões. Foi num jogo contra o Nottingham Forrest (com Porfírio no plantel) em que o Manchester United vencia por 4-1 aos 72 minutos. Alex Ferguson disse para ele entrar, para controlar o jogo, segurar a bola na frente. Solskjaer pensou “tá bem tá”. Entrou e em 20 minutos e espetou quatro golos. 8-1 no final.

Claro que, depois naquela mágica noite de 26 de Maio em que ele entra aos 81 minutos de jogo e faz o golo da vitória nos descontos (arrepios) contra o Oliver Khan, eternizou a alcunha. “Eu sonhei tantas vezes durante a minha vida que faria um golo na final da Champions no ultimo minuto que quando aconteceu nem parecia real. Muitas pessoas vieram dizer-me que foi a melhor noite da vida deles (e para eu não contar isso à mulher deles). Conhecer-me tornou-se um grande momento para essas pessoas. Senti exactamente o mesmo quando conheci Diego Maradona em 1986. Fui até Oslo para assistir ao jogo da Noruega contra a Argentina. Quando terminou o jogo e Maradona estava a sair do campo e deu-me um aperto de mão. O melhor dia da minha vida.


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