As paixões no futebol

Rute RibeiroFevereiro 20, 20245min0

As paixões no futebol

Rute RibeiroFevereiro 20, 20245min0
Num mês em que tanto se fala de amor, a Rute decidiu transportar isso para o futebol e reunir alguns amores que tão bem conhecemos na modalidade

Fevereiro, o mês do amor para uns, o mês do regresso da Champions League e/ou Fórmula 1 para outros, ou ainda o mês que é para alguns isto tudo e muito mais. Pegando então no tema tão associado ao mês, sugiro-vos fazer uma breve viagem pelos amores do nosso futebol.

Cristiano Ronaldo e recordes:

Aquele que leva o nome de Portugal por esse mundo fora, o jogador que tem fome de golo, de vitória, de troféus coletivos (mas também individuais) e acima de tudo mantém o alvo sempre apontado aos recordes e a fazer mais e mais e a nunca se mostrar saciado.

Ronaldo é naturalmente, com essa ambição toda e trabalho árduo desde tenra idade, dono de um vasto leque de recordes conquistados ao longo da sua carreira.

Alguns deles são:

  • Na Champions League é o jogador com mais jogos (187), mais golos no total (141) e numa época (17), mais assistências (42) e partilha ainda com Lionel Messi o marco de mais hat-tricks (8).
  • Pela seleção nacional, é o jogador que a nível mundial representou o seu país mais vezes (205) e aquele que mais marcou (128).
  • É o melhor marcador na história do Real Madrid (450), jogador com mais jogos realizados em toda a carreira (1207) e com mais golos marcados (876).

Mais recordes poderia colocar nesta lista, mas estes (sendo também os principais), demonstram muito bem o amor que há entre Cristiano Ronaldo e os recordes.

Lionel Messi e golos de livre:

Lionel Messi podia ter também direito a um separador sobre o amor dele a recordes, tendo em conta que coleciona também alguns bem notáveis – mais golos num ano civil (91), mais golos numa época (73), mais golos pelo mesmo clube (672), mais troféus coletivos (44), entre outros – ou podia ainda falar do amor entre o seu pé e a bola enquanto dribla “2, 3, 4, wonderful, wonderful, wonderful. How good is he!” (momento também conhecido como sendo a assistência mais curta e genial de Busquets).

No entanto, prefiro falar de algo que para mim enquanto apreciadora da modalidade, defino como sendo amor quando vejo a acontecer – Lionel Messi a marcar de livre direto com o seu pé esquerdo. Há qualquer coisa de poético, de belo, um vislumbre do que é a perfeição quando vemos Messi a marcar de livre. Ele sabe encontrar aquele cantinho da baliza e faz aquilo com uma facilidade que leva os comuns mortais a achar que é fácil quando não é (e eu sei que ele falha muitos e nem é o jogador com mais livres diretos marcados, mas a forma como os marca faz-me sentir isto).

E se há livre que para mim tem toda a beleza é o livre que ele marcou ao Liverpool a 1 de maio de 2019. Não sou só eu a achar incrível esse golo de livre e a prova disso é que ele foi o mais votado como melhor golo da época 2018/19 da Champions League.

Uma pena que apesar de todo esse esforço, tenha sido eliminado numa das 2ªs mãos mais surpreendentes, em que o Liverpool marcou aquele 4º golo precedido de um canto em que TAA se começa a afastar da zona do canto e ao aperceber-se que isso baixou a guarda à equipa blaugrana, volta rapidamente atrás para colocar então a bola em jogo.

Mas que estes tristes factos não vos impeça de desfrutar do livre que vos deixo a seguir:

Kelvin e o golo aos 92’:

Eu sei que este é amor para uns e ódio para outros, mas como portista faço parte do primeiro grupo.

A 11 de maio de 2013 jogava-se o clássico no Estádio do Dragão. Era a penúltima jornada do campeonato e a equipa do Benfica dava o pontapé de saída com 2 pontos de vantagem sobre os azuis e brancos. A vitória dava-lhes o campeonato em pleno Dragão, mas uma substituição ao minuto 77 deu origem a um dos momentos de maior euforia que aquele estádio já viveu. Assistido por Liedson, Kelvin colocou a bola no fundo da baliza de Artur ao minuto 92, Jorge Jesus ajoelhou em pleno Dragão e Vítor Pereira correu que nem louco completamente dominado pela euforia do momento. Este golo colocou o Porto em 1º lugar e após vencerem por 2 bolas a 0 na casa do Paços de Ferreira, revalidaram então o título de campeões nacionais.

Éder e o golo na final do EURO’16:

Não há português que não se lembre de duas coisas sobre este EURO – a profecia de Fernando Santos que afirmava com imensa convicção que só regressaria a casa depois da final do EURO e onde estavam à hora que o Éder resolveu o jogo.

Jogou-se a 10 de julho de 2016 a final desse EURO. Uma final que tinha de um lado a seleção do país anfitrião e do outro lado a nossa seleção. Foi um jogo de nervos e em que não éramos os favoritos, mas em que mostrámos de que fibra somos feitos. Tivemos que ir a prolongamento porque ninguém conseguiu desbloquear o marcador durante os 90 minutos de jogo e eis que ao minuto 109 acontece o impensável – Éder recebe a bola, protege-a e movimenta-se até chegar ao sítio onde, de fora da área, decide tentar a sua sorte e vê a bola a terminar a sua trajetória no fundo da baliza de Lloris. A festa era verde e vermelha e Portugal levantou nesse dia o seu primeiro troféu.


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