As Melhores Lendas da Segunda Liga: Bock, o artilheiro de Freamunde

Francisco IsaacJaneiro 2, 20194min0
Bock foi um dos goleadores mais celebrizados da Segunda Liga portuguesa com mais de 70 golos confirmados no 2º escalão português. Sabes quem era e onde jogou este avançado?

Estreia de nova rubrica dedicada só aos maiores nomes da Segunda Liga Portuguesa, indo de Norte ao Sul do país, dos Açores à Madeira para relembra os mais memoráveis guarda-redes, centrais, laterais, trincos, médios-ofensivos, avançados que por lá passaram.

Podem também terem passado pela Primeira Liga mas foram sobretudo “reis” na actual Ledman LigaPro! 

SUPER BOCK, SEM ÁLCOOL E COM MUITO GOLO

O Freamunde pode já não estar na Segunda Liga e talvez a sua queda deveu-se à falta de um goleador com um instinto tão apurado como o de Fernando Jorge Tavares de Oliveira, ou como foi mais conhecido, Bock. Para os mais interessados na alcunha, nada se deve à reconhecida marca de cervejas mas sim a um instrumento de ginástica,

“Essa alcunha é por causa do meu Pai. Tinha medo de saltar ao bock – aparelho de ginástica – , na escola quando era miúdo e ficou com essa alcunha. Como eu lhe segui as pisadas como jogador, também fiquei com essa alcunha” (Citação recolhida nas Conversas da Redonda)

Em relação à carreira na Segunda Liga, Bock foi um dos nomes mais fortes na frente-de-ataque do Freamunde, conseguindo ficar nos 70 golos marcados em jogos da Segunda Liga. Foi sobretudo feliz no Freamunde, clube que serviu em dois momentos diferentes da carreira: entre 2003-2005, altura em que militavam na 3ª Divisão (agora Campeonato de Portugal) em que Bock marcou 53 golos; e entre 2006-2013, no qual ajudou a subida divisão até à Segunda Liga.

O avançado tinha singrado antes no Vizela, com 19 golos, a apenas 1 do Bola de Prata a II liga em 2005/2006. Um ponta-de-lança prolífero, especialmente na pequena área onde aparecia com pés de “veludo” para desviar sempre aquele centro traiçoeiro. Não era um portento com a bola nos pés, não era genial na saída para o ataque, mas marcar golos, fazer o público dar o salto eram particularismos de Bock.

Depois de uma boa época em Vizela esperavam-se voos mais ambiciosos e o regresso ao Freamunde, que em 2007 estava na 2ª divisão foi surpreendente. O avançado sentiu-se posto de parte em Vizela (a 2ª época não contou para Carlos Garcia) e optou por voltar a um clube querido e onde tinha conseguido fazer meia centena de golos em três épocas.

Nesse comeback foi responsável por três golos em 15 jogos, ficando na História do clube com a subida à Liga de Honra, sem que ainda fosse possível surgir o “antigo” e matador Bock, que chegaria na época seguinte: 11 golos em 25 jogos. Os capões começaram a escrever alguns momentos de grande protagonismo na Liga Vitalis (naming que vingava na altura pelo patrocinador ser a Vitalis), onde Bock tinha claramente obtido o protagonismo de ser o matador de serviço

Foi sempre um dos avançados mais problemáticos entre 2007 e 2012, uma das melhores alturas do clube nortenho que por pouco não subiram de divisão em 2008/2009, com um 6º lugar honroso. Coincidentmente, Fernando de Oliveira “Bock” só adicionou 5 golos em toda essa época, sendo uma das mais “pobres” em termos de assalto às redes adversárias, mas mantendo um impacto grande na movimentação ofensiva do Freamunde.

Quando a equipa freamundense desceu de divisão, o contrato de Bock expirou e seguiu em direcção a divisões inferiores, servindo o Ribeirão, Rebordosa e Lixa, este último que lhe proporcionaria a primeira experiência como treinador-principal.

Em toda a carreira contam-se mais de 200 golos de Bock entre a 2ª e 3ª liga, sem nunca ter tocado na Primeira divisão, apesar desse pormenor não riscar nem um pouco a memória e legado de um dos avançados mais mortíferos da actual Ledman LigaPro. 70 golos foi o número redondo atingido por Bock, depois de ter servido FC Vizela e SC Freamunde numa carreira que começou nos anos 90 e foi até 2016.

Os 15 golos marcados em 2010/2011 conferiram-lhe um dos maiores títulos individuais da carreira: Bola de Prata da Segunda Liga. Um mérito que só 6 portugueses conseguiram atingir nas últimas 19 edições da Segunda Liga.


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