Super Rugby 2018 – Os candidatos, dúvidas e desilusões
Recomeça o burburinho, recomeçam as noites mais curtas de sono e recomeça o êxtase por ver o melhor rugby a nível mundial… o Super Rugby 2018 está pronto para abanar com o vosso ano e de Fevereiro a Agosto (com umas paragens pelo meio) teremos o melhor rugby de clubes.
Não vai passar na televisão nacional, mas se visitarem o nosso artigo anterior (clicar aqui) podem ver os streamings que aconselhámos para não perderem nem um minuto destes jogos incríveis, onde a velocidade, explosão, quebras-de-linha, offloads e muito mais são obrigatoriedades.
Este ano a competição passa de 18 para 15 equipas (tudo explicado aqui) e por isso teremos que ter em atenção uma série de novidades, reformulações e os reforços de cada equipa.
Dividimos a análise por conferências, uma vez que se torna mais fácil de analisar.
CONFERENCIA NEOZELANDESA
CRUSADERS
Posição em 2017: Campeão
MVP: Richie Mo’unga (abertura)
Nova coqueluche: David Havili (defesa/centro)
Reforço mais sonante: Braydon Ennor (ponta)
Localização: Christchurch
Palmarés: 8x Campeão do Super Rugby
A formação do breakdancer Scott Robertson levantou o ceptro de campeão do Super Rugby em 2017, depois de uma época soberba em que só perderam por uma vez em toda a competição (frente aos Hurricanes já na parte final da temporada), levando os Crusaders a levantar o título após nove anos de seca!
Mas o que há de especial nos Crusaders? A “agressividade” com que o bloco avançado submete as suas equipas adversárias, com o cinco da frente a ser um dos pontos fulcrais de todo o jogo da equipa de Christchurch.
A qualidade dos campeões do Super Rugby vai também para a forma como a 3ª linha transita entre participar no jogo mais “físico” e pesado, para o apoio às primeiras fases de ataque aberto onde Mo’unga e Havili assumem um papel de grande importância, fazendo a equipa movimentar-se ao gosto das suas passadas, concebendo um jogo pensado, trabalhado e sem ser excessivamente arriscado.
Com Mitchell Drummond a pautar o jogo como formação, no centro do ataque consta Jack Goodhue e Ryan Crotty, tendo nas pontas Seta Tamanivalu (possivelmente a sua última temporada em solo neozelandês), George Bridge, Manasa Mataele e o super Braydon Ennor (acompanhem a carreira deste ponta, que pode também dar o seu contributo a defesa).
Sem grandes reforços, estes Crusaders têm tudo para voltar a levantar o título, mantendo a super primeira-linha com Owen Franks (só volta em Abril), Joe Moody, Codie Taylor e Michael Alaalatoa e os gigantes na 2ª linha como Samuel Whitelock, Scott Barrett, Luke Romano e Quinten Strange. Kieran Read (o mais conhecido nº8 do rugby neozelandês) e Scott Robertson vão conseguir dar o 9º título aos Crusaders?
HURRICANES
Posição em 2017: eliminados nas meias-finas pelos Lions;
MVP: Beauden Barrett (abertura)
Nova coqueluche: Asafo Aumua (talonador)
Reforço mais sonante: Toby Smith (1ª linha, proveio dos Rebels)
Localização: Wellington
Palmarés: 1x Campeão do Super Rugby
A equipa do Melhor do Mundo de 2016 e 2017, Beauden Barrett, volta a ter desígnios muito claros para 2018, na época de despedida de Chris Boyd: voltar a levantar o título de campeão. Tem sido a equipa mais regular dos últimos anos, já que não falham as meias-finas desde 2015, conseguindo o título de campeão em 2016. Todavia, as quedas momentâneas em certos momentos da temporada tiraram profundidade à formação de Wellington que vai ter mais um “português” na equipa: Sam Henwood (ex-Técnico).
O que há de especial nos Hurricanes? São das equipas mais eléctricas do Super Rugby, pondo o “pé a fundo” no acelerador, abrindo espaços por onde os seus pontas e asas passam a correr sem que ninguém consiga-os a apanhar.
Com Beauden Barrett a pautar o jogo (Ihaia West chegou para ser uma solução de banco ideal), a equipa tem uma das melhores duplas de centro da competição com Ngani Laumape e Vince Aso.
As ainda lesões de Jordie Barrett e Nehe Milner-Skuddervão vão tirar velocidade e “rasgos de genialidade”, o que pode forçar a Beauden Barrett descer para a posição de 15 enquanto o seu irmão não recupera, apoiado nas pontas por Jualian Savea e Wes Goosen.
As contratações vieram sobertudo para a avançada já que as saídas de Loni Uhila, Leni Apisai, Mark Abbott e Callum Gibbins forçaram os canes a contratar alguns bons nomes do Super Rugby.
Destaque para Samuel Henwood, para Murray Doulgas e Toby Smith (segunda e primeira-linha respectivamente que vieram dos Rebels), Gareth Evans (ex-Highlanders) e o ultra Asafo Aumua (vai aproveitar a lesão de Dane Coles para começar pelo menos no banco de suplentes).
Esta será a última temporada de Brad Shields (deverá se internacionalizar pela Inglaterra já no próximo Verão) e Chris Boyd no clube… haverá 2º título em Wellington?
CHIEFS
Posição em 2017: eliminados nas meias-finais pelos Crusaders;
MVP: Damian McKenzie (defesa)
Nova coqueluche: Tiaan Falcon (abertura)
Reforço mais sonante: Marty McKenzie (abertura, vindo dos Crusaders)
Localização: Hamilton
Palmarés: 2x campeões do Super Rugby
Uma razia é assim que tem de ser visto o que aconteceu à formação dos Chiefs durante o Verão de 2016, já que perderam o treinador, Dave Rennie, para além de Aaron Cruden, Michael Leitch, Stephen Donald, James Lowe, Tawera Kerr-Barlow, Tom Sanders e Hika Elliot. Ou seja, perderam os titulares a formação e abertura, o talonador suplente e dois membros fundamentais na 3ª linha.
Quando parece que o “barco” está a afundar e que as grandes referências estão a abandonar a franquia, Damian McKenzie ficou e vai ganhar ainda mais preponderância no quinze da formação de Hamilton. O defesa vai ter a felicidade de jogar com o seu irmão, já que Marty McKenzie foi transferido dos Crusaders para os Chiefs, numa troca directa com Tom Sanders.
Os Chiefs sob as ordens de Rennie tinham um jogo explosivo, baseado em lances inimagináveis, com uma riqueza total de offloads, pontapés alvo de grandes perseguições e fintas desconcertantes. Mas agora como será com Collin Cooper? Antigo treinador do Taranaki (onde conquistou uma ITM Cup em 2014) e dos Hurricanes entre (2003-2010), Cooper gosta de ter as suas equipas a jogar em contra-ataque, com trabalho “musculado” da avançada.
Tiaan Falcon deverá ser o “diamante” que vibrará com mais força, veremos o que a avançada com Kane Hames, Nepo Laulala, Nathan Harris, Dominic Bird e Broadie Retallick consegue garantir para esta equipa que passa por este momento de reformulação.
HIGHLANDERS
Posição em 2017: quartos-de-final, eliminados pelos Crusaders
MVP: Ben Smith (defesa)
Nova coqueluche: Thomas Umaga-Jensen (defesa)
Reforço mais sonante: Tyrel Lomax (talonador, ex-Rebels)
Localização: Dunedin
Palmarés: 1x Campeão do Super Rugby
Novo ano, novo treinador com a chegada de Aaron Mauger a Dunedin, substituindo Tony Brown que não conseguiu impulsionar os Highlanders para atingirem outro patamar no rugby neozelandês.
A saída de Jamie Joseph (está a treinar a selecção japonesa desde 2016), abriu um vazio na forma de jogador dos antigos campeões do Super Rugby e nem a magia de Lima Sopoaga ou os rasgos de genialidade de Ben Smith salvaram a equipa de serem eliminados nos quartos-de-final em 2017.
O que há para saber dos Highlanders? A nível de saídas há que registar a perda de um dos centros mais físicos do Super Rugby, já que Malakai Fekitoa partiu para França, tirando aquela fisicalidade do par de centros.
Marty Banks, Patrick Osborne, Jason Emery, Hayden Parker foram outros nomes que abandonaram a formação de Dunedin e isto pode ser um dos problemas para Mauger.
Perante isto, parece que os Highlanders reforçaram-se com vários jovens, naquilo que pode ser entendido como um recomeçar… com Tyrel Lomax, Thomas Umaga-Jensen, Josh Ioane (22 anos e com potencialidade para mexer com a equipa por completo, se der os passos certos), Josh McKay, Sio Tomkinson, Aaron Mauger vai ter que moldar a sua formação com um sentido de rugby mais físico, mais “agressivo” e mais concentrada.
BLUES
Posição em 2017: 9º lugar da geral, não se classificaram para o Play-off
MVP: Rieko Ioane (ponta, centro)
Nova coqueluche: Caleb Clark (ponta, defesa)
Reforço mais sonante: Leni Apisai (Hurricanes)
Localização: Auckland
Palmarés: 3x campeão do Super Rugby
Em 2017 etiquetámos os Blues como a surpresa da prova, uma vez que sentimos que a equipa de Tana Umaga ia dar fazer lago inacreditável no Super Rugby. Infelizmente, não passou de uma miragem… a equipa jogou melhor, verdade, mas nunca conseguiu afirmar-se como candidata ao playoff. Rieko Ioane assumiu o protagonismo com 10 ensaios, enchendo o campo com quebras-de-linha, aceleração no espaço e um jogo de pés que troca as voltas a qualquer um.
Há ainda Akira Ioane, Sonny Bill Williams, Jerome Kaino, Ofa Tu’ungafasi, Melani Nanai, Matt Duffie e George Moala, todos nomes fortes desta formação imprevisível e dotada de skills (não tanto como os Chiefs) que são os Auckland Blues. Mas o que falta?
Consistência exibicional, “agressividade” territorial, controlo de bola e uma maior concentração em momentos cruciais de jogo. É uma equipa que tem todas as condições para impressionar com jovens de grande talento como o Bryn Gatland (filho de Warren Gatland), Caleb Clarke (filho da grande lenda All Black Eroni Clarke), Blake Gibson (é hora do vai ou racha para o asa), entre outros, que podem aproveitar a experiência de Kaino, Parsons, Williams para chegar mais longe.
Será que este ano há regresso aos playoff? Ou vai ser mais uma época a dar “tiros nos pés”?
CONFERENCIA AUSTRALIANA
BRUMBIES
Posição em 2017: quartos-de-final, eliminados pelos Hurricanes
MVP: Joe Powell (formação)
Nova coqueluche: Tom Banks (defesa ou centro)
Reforço mais sonante: David Pocock
Localização: Canberra
Palmarés: 2x campeão do Super Rugby
Pais e Mães, Senhores e Senhoras, Meninos e Meninas, escondam os vossos rucks, fechem-nos bem num sítio porque vem aí o maior “ladrão” de bolas: David Pocock, The Breakdown King! O super asa, que já foi capitão da Austrália, está de regresso ao Super Rugby e vai ser de certeza um nome a ter em atenção nos Brumbies que bem precisam de adicionar algo ao seu jogo para voltar a épocas gloriosas.
Contudo, a entrada de Pocock e mais umas quantos jogadores ex-Western Force (Chance Peni foi de longe o melhor reforço vindo da antiga franquia australiana), não será suficiente para “salvar” estes Brumbies que ficaram órfãos de Aidan Toua, Nigel Ah Wong, Tomas Cubelli, Jarrad Butler, Scott Fardy, Chris Alckock, Jordan Smiler e Tom Staniforth, abrindo-se sérios problemas na linha de 3/4’s.
Como é que Dan McKellar (Stephen Larkham abandonou o cargo de treinador, integrando agora o corpo técnico da Austrália) vai salvar estes cavalos selvagens? Há sempre Joe Powell na posição de formação, que vai formar com Christian Lealiifano (regresso do abertura após recuperar de Leucemia) um bom par de médios, o que vai dar outra dinâmica ao ataque dos Brumbies. Com Kyle Godwin e Kuridrani no par de centros, Chance Peni, Speight/James Dargaville e Tom Banks no três de trás, os Brumbies têm uma das melhores linhas de ataque do rugby australiano.
Mas será que Pocock chega para voltar a dar a vitamina ideal na defesa? Fardy e Alcock não farão falta? O tempo o dirá.
WARATAHS
Posição em 2017: 16ª lugar na classificativa
MVP: Michael Hooper (asa)
Nova coqueluche: Ned Hanigan (asa)
Reforço mais sonante: Kurtley Beale (veio dos London Wasps, centro/defesa)
Localização: Sydney
Palmarés: 1x campeão do Super Rugby
É difícil fazer pior que o ano passado, não é Waratahs? Ou o 15º lugar é facilmente atingível nesta temporada? A equipa onde despontam atletas como Israel Folau, Micahel Hooper, Andrew Kellaway, Bernard Foley, Nick Phipps, Jack Dempsey ou Sekope Kepu não pode continuar a viver neste marasmo e necessita de voltar às grandes exibições.
O que fez com que os Waratahs terminassem em tão má posição foi o rugby pouco seguro, em que o desequilíbrio defensivo era altíssimo, com falta de agressividade nos rucks, pobre capacidade em aguentar largos períodos a defender e uma falha completa nas fases estáticas, o que levou à tal posição final. A equipa era minimamente instável e Daryl Gibson vai ter que mudar algo no comportamento da sua equipa para atingir outros patamares.
A chegada de Kurtley Beale vai dar uma vitamina extra ao ataque e na coordenação da linha defensiva, sendo um jogador com detalhes fantásticos… imaginem o que pode fazer com Folau, Andrew Kellaway e Curtis Rona (belo reforço, o ponta que fez um super época na Force), será, sem dúvida alguma, um dos ataques mais promissores do Super Rugby.
Veremos se a avançada é suficiente para garantir território e estabilidade para uma equipa que tem uma necessidade em ter uma ponte de ataque estável…sem ela, nada vale ter Beale, Foley, Folau ou Kellaway.
REDS
Posição em 2017: 14º lugar na classificativa
MVP: Samu Kerevi (centro)
Nova coqueluche: Izaia Perese (ponta)
Reforço mais sonante: Ben Lucas (vindo directamente do Toyota Verblitz)
Localização: Queensland
Palmarés: 1x Campeões do Super Rugby
Brad Thorn, o antigo All Black e agora treinador desta franquia australiana, “só” encostou Quade Cooper e dispensou o abertura do plantel dos Queensland Reds. Esta afirmação por parte do treinador marca, talvez, uma nova época para o rugby australiano, ironicamente, já que Thorn vai implementar exigência, autoridade e compromisso, não havendo espaço para “brincadeiras” e outros detalhes mais sórdidos.
A formação dos koalas sofreu com uma ligeira razia de jogadores, já que Stephen Moore retirou-se, Rob Simmons foi para os Waratahs, Sam Talakai saiu para os Rebels, Nick Frisby, Jake McIntyre e Leroy Houston foram para França, o que leva a pensar que o plantel desta temporada deve ser algo diferente.
Com Jono Lance e Ben Lucas com a possibilidade de jogarem na posição de abertura (Lucas também pode ir para a posição de defesa) a formação de Queensland vai tentar fazer uso da sua velocidade e dinamismos de apoio para chegar à linha de ensaio. Andrew Ready vai substituir Moore na posição de talonador e é um dos mais promissores jogadores da Austrália, sendo importante a forma como o nº2 vai-se impor no cinco da frente, onde ainda consta o “monstrinho” Taniela Tupou e o experiente James Slipper.
Era importante que os Reds voltassem em força e Thorn parece ser o homem certo para isso mesmo.
REBELS
Posição em 2017: 18º lugar na classificativa
MVP: Amanaki Mafi (nº8)
Nova coqueluche: Kitione Ratu (ponta)
Reforço mais sonante: Will Genia (formação, veio do Stade Français)
Localização: Melbourne
Palmarés: 0x campeões do Super Rugby
A formação australiana que menos merecia estar no Super Rugby acabou por ficar, em detrimento da Force o que levou a uma grande e calorosa discussão entre as várias partes. Mas lá ficaram e o bom de o terem conseguido, é que foram buscar uma boa parte dos jogadores que estavam na Force, para além de ter recebido o formação titular da Austrália, Will Genia! É verdade, Genia reforçou os Melbourne Rebels o que vai adicionar experiência, velocidade a partir do jogo no chão e voz de comando.
E que mais reforços? Dane Haylett–Petty (um dos melhores defesas do Super Rugby), David Horwitz (centro foi contratado aos Waratahs), Bill Meakes, Geoff Parling (saiu dos Exeter Chiefs), Matt Philip, Adam Coleman, Sam Talakai, entre outros o que vai dar uma profundidade espectacular a estes Rebeldes que bem precisavam.
E o treinador? David Wessels! Para quem não o conhece, Wessels foi o treinador dos Force até o final da época passada e acabou por aceitar o convite dos Rebels, trazendo conseguindo vários jogadores da antiga equipa de Perth.
Serão os Rebels a maior surpresa da conferência australiana? E voltaram a ficar lá no fundo?
SUNWOLVES
Posição em 2017: 17º lugar na classificativa
MVP: Akihito Yamada (ponta)
Nova coqueluche: Yutaka Nagare (formação)
Reforço mais sonante: Michael Leitch (ex-Chiefs, nº8)
Localização: Tóquio
Palmarés: 0x Campeão do Super Rugby
Jamie Joseph, o treinador que guiou os Highlanders ao título e que assumiu em 2016 o comando do Japão, é agora também o timoneiro dos Sunwolves para 2018. E o que podemos esperar? A formação nipónica reforçou-se brilhantemente bem, com vários jogadores de calibre a virem dos Panasonic Knights, Toyota Verblitz, Kubota Spears entre outras equipas que compõe o campeonato nacional japonês.
Destacamos Lomano Lemeki (centro de altíssima qualidade, duro a bater e agressivo na placagem), Akihito Yamada (o ponta marcou nove ensaios na sua primeira temporada no Super Rugby em 2016), Lappies Labuschagné (asa sul-africano com uma vasta experiência no Super Rugby), Ed Quirk, entre outros.
Mas, e isto é que é espectacular de referir, os Lobos de Tóquio contrataram Michael Leitch, o nº8 dos Chiefs na temporada passada, e Hayden Parker, abertura neozelandês que em 2011 ganhou o Mundial sub-20 de rugby e em 2015 o Super Rugby com os Highlanders. Ou seja, estes Sunwolves têm equipa para criar algumas surpresas durante a competição.
Com um rugby elástico e pulsante, o grande problema passa pelas fragilidades em termos de disciplina (várias faltas no breakdown ou na formação ordenada) e na organização no campo. Mas com Jamie Joseph ao leme tem tudo para ser uma boa temporada para a franquia japonesa.
CONFERENCIA SUL-AFRICANA
LIONS
Posição em 2017: finalista vencido pelos Hurricanes
MVP: Jaco Kriel (asa)
Nova coqueluche: Hacjivah Dayimani (asa)
Reforço mais sonante: Jacobie Adriaanse (ex-Bulls, primeira-linha)
Localização: Joanesburgo
Palmarés: 0x Campeão do Super Rugby
Os Lions são outra das formações mais estáveis no Super Rugby nos últimos dois anos, já que conquistaram “bilhetes” para as finais de 2016 e 2017, perdendo sempre para as formações neozelandesas no jogo do mata-mata. Contudo, faltou sempre qualquer coisa e parece que isso tem “amarrado” a equipa de Joanesburgo nos jogos decisivos.
Para 2018 muito mudou já que Johan Ackermann abandonou o posto de treinador, partindo para paragens britânicas ficando no seu lugar o seu antigo adjunto e treinador de movimentação, Swys de Bruin que é por muitos considerado o verdadeiro “mestre” das idas às finais do Super Rugby. E quem é que saiu mais?
Akker van der Merwe, Ruan Ackermann, Faf de Klerk e Jaco van der Walt são as “desistências” mais conhecidas, sendo que nenhum destes atletas era titular com Ackermann (só o seu filho teve algumas oportunidades para começar de início ao que se deveu à lesão de Whiteley) o que não deve criar grandes preocupações aos adeptos dos Lions.
Os vice-campeões vão continuar a jogar o seu rugby rápido, dinâmico, que cria várias roturas defensivas especialmente após umas fases mais curtas, e graças a jogadores como Combrinckm Rohan van Rensburg, Andries Coetzee, Courtnall Skosan, Jaco Kriel e Kwagga Smith (será que este é o ano da sua estreia nos Springboks?) o jogo desta equipa sul-africana atinge proporções “explosivas” e inimagináveis.
Conseguir de Bruin manter a bitola dos últimos dois anos?
SHARKS
Posição em 2017: quartos-de-final, eliminados pelos Lions
MVP: Jean-Luc du Preez (asa)
Nova coqueluche: Curwin Bosch (abertura ou defesa)
Reforço mais sonante: Makazole Mapimpi (proveio dos Kings, ponta)
Localização: Durban
Palmarés: 0x campeão do Super Rugby
O “adeus” dos Kings (e Cheetahs) ao Super Rugby funcionou a favor dos Sharks, com os sul-africanos a ficar com várias das estrelas dessa formação como Makazole Mapimpi (ponta muito veloz, com um side-step de elevada categoria e sempre com a “bateria” ligada), para além de Louis Schreuder, Tyler Paul, Ross Geldenhuys e Mzamo Majola. Estas chegadas ainda vieram acompanhadas por Cameron Wright (chegou de França, do Montpellier) e Robert du Preez (médio-de-abertura que jogou durante vários anos nos Stormers).
O elenco dos Sharks ganharia outra dimensão não fosse a “sangria” que foram alvo de: Pat Lambie foi para França jogar ao serviço do Racing 92, Etienne Oosthuizen também está em terras gaulesas (Lyon) e Cobus Reinach que foi para os Northampton Saints. A perda de Lambie é a mais significativa, o que atira du Preez logo para a titularidade dos tubarões, mas que também pode recair nas mãos de Garth April ou do super kicker Curwin Bosch.
Com uma avançada multi-facetada, em que há uma vontade arriscar mais do que deviam, os Sharks têm em si uma “costela” de juventude, com o “muro” Jean-Luc du Preez, o sprinter Kobus van Wyk ou o “bloqueador” André Esterhuizen como as outras grandes coqueluches.
Neste momento, os Sharks é uma a equipa a ter em atenção porque é de “família”: o treinador é Robert du Preez, pai do jogador com o mesmo nome e de Jean-Luc, o que perfaz um pormenor bem curioso desta formação de Durban.
STORMERS
Posição em 2017: quartos-de-final, eliminados pelos Chiefs
MVP: Siya Kolisi (asa)
Nova coqueluche: Cobus Wiese (asa)
Reforço mais sonante: Steven Kitshoff
Localização: Cape Town
Palmarés: 0x campeões do Super Rugby
Robbie Fleck, treinador dos Stormers, só pode estar satisfeito com o seu plantel já que manteve a dupla de 2ªs linhas como Steph du Toit e Eben Etzebeth, assim como Siya Kolisi (um dos melhores asas, neste momento, da África do Sul), Nizaam Carr ou Dillyn Leids e SP Marais. Com estas permanências, os Stormers podem continuar a trabalhar com intensidade e sonhar com outros voos… porque não as meias-finais?
Nesse sentido, a direcção da franquia da Cidade do Cabo contratou Steven Kitshoff, um dos primeiras-linhas mais em voga no rugby sul-africano, Sergeal Petersen, Rhaymond Rhule (ambos vieram dos Cheetahs) e JJ Engelbrecht.
Estas adições vão permitir que os Stormers ponham ainda mais pressão nas fases estáticas, impondo um jogo muito sul-africano em que jogadores como Etzebeth, Kolisi, Carr, Frans Malherbe ou Steven Kitshoff gostam de praticar, encaixando-se que nem uma “luva” no ideal de jogo que Robbie Fleck tem planeado.
Em 2017 tiveram alguns dos melhores momentos de rugby desta competição e, para o bem da África do Sul, tem de se repetir já esta temporada.
BULLS
Posição em 2017: 15º lugar na classificativa
MVP: Jesse Kriel (centro)
Nova coqueluche: Warrick Gelant (ponta e defesa)
Reforço mais sonante: Marnitz Boshoff (ex-Connacht, abertura ou defesa)
Localização: Pretória
Palmarés: 3x campeão do Super Rugby
Que vai acontecer a estes Blue Bulls, a equipa sul-africana com mais sucesso no Super Rugby mas que atravessa uma crise profunda nos últimas anos, com um rugby pouco vistoso e que quebra perante adversárias que exercem uma grande pressão na linha de vantagem? Com os fracos resultados de 2017, a direcção da franquia foi buscar um novo “comandante” com o antigo seleccionador norte-americano, John Mitchell, a assumir a responsabilidade de liderar esta equipa.
O antigo seleccionador da Nova Zelândia (entre 2001 e 2003) não recebeu grandes reforços, figurando-se só Marnitz Boshoff para a posição de médio-de-abertura (Handré Pollard pode ser um visionário com a bola nas mãos, mas as lesões recorrentes lançam alguns problemas para o jovem abertura) e pouco mais.
O mais grave é que os Bulls perderam o contributo de Jacobie Adraanse, Arno Botha (o asa vai fazer muita falta na primeira acção de placagem), Jacques Potgieter (sabática), Rudy Paige (Mitchell prescindiu do formação por não considerar um jogador útil), Tian Schoeman, Jan Serfontein (o centro titular dos Springboks foi para França) e isto só são alguns nomes a citar.
Os Bulls têm um rugby caótico, estranho e que traz mais “tristezas” do que “alegrias”… com Mitchell pode ser que haja mais organização, seriedade e consistência nas fases de jogo e estáticas.
JAGUARES
Posição em 2017: 10º lugar na classificativa
MVP: Agustín Creevy (talonador)
Nova coqueluche: Marcos Kremer (2ª linha)
Reforço mais sonante: Tomás Cubelli (ex-Brumbies, formação)
Localização: Buenos Aires
Palmarés: 0x campeão no Super Rugby
Ano decisivo para a franquia argentina dos Jaguares, já que desde que entraram no Super Rugby prometeram muito mas nunca atingiram uma fase final da prova. Só estão há dois anos na espectacular competição, mas o excesso de cartões amarelos/vermelhos, penalidades, erros defensivos e falta de aprendizagem tem lançado a dúvida se esta equipa vai conseguir ou não ser uma certeza no Super Rugby.
Raúl Pérez abandonou o cargo de treinador e para o seu lugar foram buscar alguém com bastante experiência no rugby do Hemisfério Sul, Mario Ledesma (lenda do rugby argentino). Até 2017 trabalhou como treinador de avançados dos Wallabies, um sector que os Jaguares precisam de rapidamente melhorar.
Todavia, a somar a esta incerteza, há que acrescentar que Facundo Gigena, Ramiro Herrera e Lucas Paz, todos jogadores da primeira-linha, saíram para Inglaterra e França, o que vai tirar experiência e qualidade no cinco da frente. E para piorar a não estadia de Facundo Isa (um dos melhores número 8 do Mundo) e Santiago Cordero (ponta já assinou e jogou pelos Exeter Chiefs), vai tirar profundidade e magia a estes Jaguares.
O que resta? A chegada de Cubelli, o facto de serem uma das equipas que tem mais raça e bravura dentro de campo, para além de terem alguns jogadores mágicos como Tuculet, Sanchez, Moroni ou Boffelli, pode levantar estes Jaguares para outro nível de rugby que Ladesma sonha.
Veremos como se adequam na nova ideologia implementada de por Mario Ledesma.
PREVISÕES DO FAIR PLAY
Campeões: Hurricanes / Lions / Crusaders
Melhor treinador: David Wessels / Scott Robertson / Chris Boyd / Swys de Bruin
Equipa Surpresa: Rebels / Jaguares
Equipa Desilusão: Highlanders / Bulls
Melhor Jogador: Beauden Barrett / Jaco Kriel / Jack Goodhue / David Horwitz
Melhor Marcador de Ensaios: Marika Koroibete / Rieko Ioane / Seta Tamanivalu
Jogador Surpresa: Izaia Parese / Bryn Gatland / Braydon Ennor / Tiaan Falcon
Jogador Desilusão: Handré Pollard / Israel Dagg / Raymond Rhule
XV do Ano: