Shea Serrano. “Jogador no futuro para os SA Spurs? Fácil, Giannis”

Tiago MagalhãesJaneiro 16, 20198min0

Shea Serrano. “Jogador no futuro para os SA Spurs? Fácil, Giannis”

Tiago MagalhãesJaneiro 16, 20198min0
Shea Serrano é, para além de um dos melhores escritores da actualidade, um ávido adepto da maioria dos desportos de referência norte americanos. Estivemos a conversa com o autor do #1 Best Seller da New York Times sobre os Spurs, o Twitter, etc.

Shea Serrano é um dos maiores nomes da imprensa desportiva e de cultura geral sendo um dos editores para o site de The Ringer, liderado por Bill Simmons. Para além disto, Shea associa essa carreira com o prazer de escrever livros e de criação dos mesmos, tendo-se tornado um dos mais jovens a ter um Bestseller e distinguido pela New York Times com um livro sobre basquetebol.

Fair Play: Como foi a transição de ser um professor para um jornalista/escritor? Mais difícil do que esperavas?

Shea: Foi estranho, mas foi bom. Depois de uma semana a ser escritor em regime full time eu lembro de me aperceber que “Oh m****. Eu agora tenho 50 horas extra a mais para trabalhar.” Claro que senti falta dos meus filhos, aliás senti muita falta mesmo. Não ter a interação social com jovens todos os dias não é algo bom. Foi algo que foi parte da minha vida durante os 9 anos que fui professor. Por isso, ocasionalmente, claro que sinto esse instinto a chamar-me para interagir, mas no final tudo está a correr bem!

Já agora, gostavas de agradecer às marcas Target e Walmart por não te terem contratado quando mais precisavas? Foi isso que te levou a começar a escrever para jornais locais, não foi?

Sim sim. Eu candidatei-me para trabalhar nesses sítios (entre outros) quando estava a tentar encontrar um part time para fazer mais dinheiro. O que aconteceu foi que essas marcas ignoraram-me ou não aceitaram a minha candidatura porque eu já tinha um trabalho full time e assim não tinham horários que coincidissem para mim. Quem sabe como teria sido tudo se a Pappadeaux’s tivesse me contratado. Talvez nunca teria começado a escrever.

Tens tido um enorme sucesso com os teus livros publicados como “Bun B’s rap Coloring and Activity Book”, “The Rap year Book” e “Basketball (and other things). Achas que a tua maior qualidade e, e passo a citar uma frase que disseste numa entrevista, “Com aquilo que escrevo, o meu objetivo e escrever algo que nunca tenha escrito antes ou pelo menos pensado em escrever. Algumas vezes tenho tido sucesso nisso”?

Esse é definitivamente um objetivo meu. Eu só quero tentar e escrever algo ou fazer algo que nunca tenha sido feito por ninguém. Algumas vezes eu atinjo esse objetivo e é porreiro, outras vezes eu não consigo e é uma treta. Mas sim, esse é o objetivo.

 

Shea Serrano, com dois dos seus livros
A pesquisa para um artigo/livro, é para ti a parte mais prazerosa da escrita?

Sim, acaba por ser algo que eu gosto muito por acaso. Porque a certa altura, tudo o que estás a fazer é aprender com o que lês. Aprender é interessante e engraçado, especialmente se for um tema do qual tenhas um grande interesse.

Estás, orgulhosamente como podemos ver no Twitter, a escrever para o The Ringer, um dos sites mundialmente conhecidos em cultura e desporto, há 130 semanas. As minhas duas únicas perguntas em relação a esse facto são – Como foi a primeira vez que conheceste o Bill Simmons? Como consegues sobreviver num trabalho em que tens de partilhar ideias com Kevin O’Connor?

Foi um momento intimidante, estava extremamente nervoso. Ele parecia mesmo alto em pessoa, e metia medo, o que agora pensando bem é de loucos, porque ele na verdade é um doce. A verdade e que não tenho palavras boas suficientes para o caracterizar como pessoa. O Kevin, totalmente oposto……(risos)

Qual é o teu tema favorito quando tens de escrever. Música, cultura geral ou desporto e a cultura intrínseca a ele?

Depende muito do que se passa na atualidade. Estou numa posição onde felizmente apenas escrevo sobre o que gosto ou sobre o que considero interessante.

Vamos agora falar um pouco e volto a citar-te da “Guerrilha Filantrópica” ou mais conhecida como FOH Army que, sem querer, construíste no Twitter. Continuas a ficar impressionado todos os dias com o que tens feito em termos de donativos através desta rede social?

Claro que sim, é sempre uma loucura estar no Twitter e dizer “Hey vão doar o vosso dinheiro a este sítio” e um monte de pessoas entra na loucura e dizem “Estamos aqui, Shea” e vão doar o seu próprio dinheiro. O dinheiro é um bem precioso, as pessoas trabalham arduamente para o terem. Por isso, ver alguém a dar algum doou dinheiro só porque viram um tweet sobre isso, é incrível se pensarmos bem.

Agora vamos a parte mais interessante, as perguntas relacionadas com desporto. Estás preparado?

Naaaa.

Sentes-te chateado contigo mesmo por a tua primeira memória da tua equipa favorita, os San Antonio Spurs, ser “apenas” uma jogada onde um dos jogadores deu tudo atirando-se para o chão e mesmo assim não ter salvo a bola? Será isto que vais estar a torcer no futuro pela franchise de San Antonio? Não parece um futuro muito risonho na verdade.

Claro que não estou chateado. Essa é uma das minhas memórias favoritas de sempre de basquetebol. De certeza que quando me mandaste estas perguntas os Spurs estavam numa má streak (risos). Porque eles agora têm 14 vitórias em 16 jogos ou algo do género e estão de volta aos melhores lugares de conferência. Esta é uma das razões porque nunca devemos fazer entrevistas online (risos).

Se ficasses preso numa ilha deserta para o resto da vida o que preferias – Ver todos os melhores lançamentos do Kobe Bryant contra os teus amados Spurs? Ou ter de ouvir toda a discografia do teu “também amado” J. Cole?

Cole. (Shea interroga-se constantemente pela fama do rapper J.Cole num contexto geral e usa as suas redes sociais para mostrar essa incapacidade de compreensão “irónica”, de uma forma muito engraçada).

Qual o jogador que atualmente menos gostas na NBA? Sabemos que de sempre provavelmente ninguém tira o lugar a Karl Malone.

Atualmente não há propriamente ninguém que me chateie muito na verdade.

Que jogador jovem atualmente na NBA gostarias de ter na próxima década nos teus San Antonio Spurs?

Fácil, Giannis.

Qual seria o teu 5 inicial de “Jogadores que na verdade não são assim tão bons”? 

Vinny Del Negro, Will Perdue, 1996 Carl Herrera, Malik Rose, e 1997 Jaren Jackson.

Tirando o basquetebol, quais os desportos a que dás mais importância e que equipas achas que deveríamos seguir aqui na Europa onde a cultura é geralmente diferente em desportos?

Os Houston Texans no futebol americano (NFL), as Las Vegas Aces (WNBA) e as Oregon Ducks (NCAA Basquetebol Feminino).

Qual a melhor memória que tens a nível desportivo que não seja relacionada com o basquetebol?

Uma interceção quando estava a jogar futebol americano num jogo amigável de rua. (Isto é mais uma razão pela qual não devemos fazer entrevistas por email, uma pessoa começa a ficar cansada de escrever e ainda tem muito para dizer, mas depois só saem respostas de uma linha (risos)).

Esta é a pergunta mais importante que alguma vez escrevi numa entrevista. Qual seria a tua alcunha se fosses um jogador da NBA?

El Azteca.

Mais uma vez, obrigado pela oportunidade e por libertares algum do teu tempo para responder a algumas perguntas. Boa sorte no futuro!


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS