Nuno Mascarenhas. “O Cascais para mim é mesmo o melhor clube””
Nuno… achas que o GDS Cascais tem tudo para conseguir conquistar o título esta época ou, pelo menos, chegar à final da Divisão de Honra?
NM. Estou confiante que sim! Não estou a dizer que vai ser fácil, temos uma equipa muito jovem, mas ao mesmo tempo cheia de talento e estamos muito motivados para deixar uma marca na historia do Cascais e do rugby nacional.
Como tem sido o teu desenvolvimento? O Tomaz Morais tem te ajudado em algum aspecto em especifico?
NM. Acho que tem sido bom, tenho muito a melhorar e sei disso, mas por enquanto estou bastante feliz. Sim o Tomaz tem me ajudado em alguns aspetos específicos em como melhorar o meu jogo tal como o João Moura, o Alexandre Lima e o Zé Lacerda Mello acho que foram um dos principais motivos por eu me ter “safado” tão bem o ano passado.
2017 foi um ano em cheio para ti… campeão europeu pelos sub-20, vice-campeão Mundial do mesmo escalão, estreia na Selecção Nacional sénior e presença assídua na equipa principal do Cascais. Qual é o segredo? E que trabalho extra tiveste para atingir este patamar?
NM. Realmente relativamente ao rugby foi mesmo o melhor ano da minha vida, acho que não há qualquer tipo de segredo acho que com esforço e dedicação e um pouco de sorte à mistura tudo se consegue.
Porquê o Cascais? É um clube diferente?
NM. Eu acho que se essa pergunta fosse feita a todos os atletas de todos os clubes todos teriam a mesma resposta “Sim”. Eu fui para o Cascais pois era o mais perto de casa e pouco a pouco fui me apaixonando tanto pelo rugby como pelo Cascais, talvez pelas pessoas pela vibração que transmitiam nos jogos pela cultura de companheirismo que lá se vive. O Cascais para mim é mesmo o melhor clube e ocupa um grande lugar no meu coração.
Quando é que começaste a jogar? E recordas-te dos primeiros treinos?
NM. Se lembro, era sub-14 primeiro ano e fartei-me de levar ainda por cima porque a geração de segundo ano era bastante forte, mas não sei porque sentia me viciado neste desporto e os dias mais felizes para mim eram aqueles em que tinha treino.
Gostavas de ir jogar para fora de Portugal? Para algum país em específico?
NM. Eu penso que não, pelo menos é isso que digo a mim próprio acho que ganhar a vida com o rugby não seria para mim, mas visto que essa oportunidade não surgiu nem eu a procurei não posso dizer com toda a certeza. Mas se tivesse que escolher um país eu escolheria Inglaterra pela cultura de rugby que lá existe.
Sempre foste talonador ou começaste a jogar noutra posição? E és mais similar a um Jamie George ou um Malcolm Marx?
NM. Sempre fui talonador e curiosamente quem me deu essa posição foi o meu atual treinador de avançados Alexandre Lima. (Risos) fisicamente com o Jamie George, mas não sei responder a essa pergunta são ambos jogadores muito completos de outro nível.
Esta geração sub-20 é “fruto do acaso” ou foram anos de trabalho? São uma verdadeira equipa?
NM. Na minha opinião um pouco dos dois, sem duvida que esta geração dos sub-20 é das mais talentosas que já houve basta olhar para os resultados que alcançamos e percebesse isso, mas ao mesmo tempo foi uma geração que se habituou desde cedo a jogar junta e que foi criando pouco a pouco um grupo bastante alargado e ao mesmo tempo coeso. Relativamente a ultima pergunta acho mesmo que sim não há uma pessoa daquela equipa que eu não adore e que não me dê muito bem, incluindo treinadores.
O que é que vocês tinham como objectivo no Mundial? No jogo com as Fiji o que sentiram quando o jogador fijiano falhou aquele pontapé?
NM. O nosso principal objetivo era deixar a marca no rugby português e o primeiro passo obvio era o de ganhar pelo menos dois jogos, mas mal lá chegamos o nosso mind set era o de sairmos campeões mundiais. Foi, pelo menos da minha parte de total euforia e de surpresa pois nós já estávamos a falar em recuperar a bola a seguir ao kick off. Mas uma coisa é certa, não há muitos momentos da minha vida que se aproximem á alegria que foi ter vencido aquele jogo com aquela equipa.
Vamos voltar a ver-vos num Mundial, mas agora do escalão sénior? O que é que achas que temos de fazer para chegar lá?
NM. É o sonho de qualquer atleta de qualquer desporto, participar no mundial a representar o seu país eu não consigo prever o futuro, mas esse é o meu maior sonho. O que eu acho que temos de fazer para chegar lá é confiar nos treinadores, no processo e nas nossas qualidades e aí sim penso que é mais que possível.
Qual é o colega de equipa que mais gostas de jogar com? E na selecção sénior foste bem-recebido desde o primeiro minuto?
NM. Não consigo nomear um tenho grande amigos tanto no Cascais como na seleção tais como o António Vidinha pelo modo como ele lidera, David Wallis pelo contributo que dá á equipa seja em todo os aspetos e obviamente toda a malta da primeira linha. Fui sim, foi uma coisa que eu quando pude agradeci foi pela maneira como me receberam e me fizeram sentir integrado.
Agora umas perguntas mais rápidas: Formar contra a Argentina ou Inglaterra?
NM. (Risos) Tenho ídolos em ambas as equipas mas se tivesse que escolher uma… Inglaterra!
Jogar no Clermont ou nos Crusaders?
Clermont
NM. Preferias placar o Vasco Ribeiro ou José Luís Cabral?
NM. Muito honestamente nenhum dos dois, não queria nem estar frente a frente com o Vasco com espaço nem com o Zé com falta dele
Agustín Creevy, Dane Coles ou Dylan Hartley?
NM. Agustín Creevy
Pior coisa que um 2ª linha pode-te fazer numa formação ordenada?
NM. Entrar baixo demais
Numa situação de 3 para 2 com o relógio a bater nos 80: entrar e arriscar um offload, chegar à frente e na cara da defesa fazer um passe por trás das costas ou um gruber?
NM. Entrar e arriscar um offload sem duvida
Umas palavras para os adeptos do GDS Cascais, do rugby português e amigos/familiares?
NM. Só agradecer a todos pelo o apoio e fé que depositam em mim.