Arquivo de Margaret Court - Fair Play

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André Dias PereiraSetembro 9, 20183min0

Aos 20 anos de idade, Naomi Osaka fez história para o seu país. Desde este sábado, dia 9, o Japão já se encontra entre os países vencedores de um Grand Slam feminino. Foi o primeiro título WTA para a nipónica e logo sobre o seu ídolo:  Serena Williams. A norte americana contudo acabaria por não aceitar a forma como perdeu “explodindo” contra o juíz português, Carlos Ramos, acusando-o de ser sexista.

Williams, 23 vezes campeã de Grand Slam, acabou por perder um jogo de serviço, devido a três advertências de Carlos Ramos. Osaka ganharia por 6-2 e 6-4, ao fim de 1h19 de jogo.

Osaka, que também cidadania norte-americana, iniciou o seu percurso no ténis em 2013. Em 2015 venceu o torneio Rising Stars Invitational e jogou pela primeira vez um Grand Slam. Foi o Australian Open, atingindo a terceira ronda. Ainda nesse ano ascendeu ao top-50. À entrada para este US Open, Osaka era 19 do mundo. Com este título subirá para sete mundial a partir desta segunda-feira.

Para atingir a final, Naomi Osaka deixou para trás, Laura Siegemund (6-3, 6-2), Julia Glushko (6-2, 6-0), Aliaksandra Sasnovich (6-3, 2-6, 6-4), Lesia Tsurenko (6-1, 6-1) e Madison Keys (6-2, 6-4).

Esta é a primeira conquista para um atleta do Japão em qualquer Major. Kei Nishikori, em 2014, foi quem havia chegado mais perto ao ser vice-campeão, também no US Open. Este ano caiu nas meias-finais perante Novak Djokovic, que este domingo joga a final com Juan Martin del Potro.

Para Serena Williams, fica o amargo. A norte-americana volta a falhar o recorde de Margaret Court como a maior campeã de Grand Slam, com 24 títulos.

Derrota pouco Serena

Serena Williams criticou o juíz Carlos Ramos e o supervisor do torneio teve que intervir. Foto: Fox

Estalou a polémica entre Serena Williams e o juíz Carlos Ramos. A norte-americana levou três advertências e chegou mesmo a acusar o português de “ladrão”, pedindo a intervenção do supervisor do torneio.

A confusão começou no início do segundo set, quando foi advertida por Carlos Ramos por supostamente ter recebido instruções do seu treinador, Patrick Mouratoglou. A segunda advertência aconteceu por a norte-americana ter partido a sua raquete. Williams acabou por chamar o português de “ladrão”, o que gerou a terceira advertência. Esse facto levou Serena Williams a acusar o juíz luso de sexismo. “Ele nunca tirou um jogo de serviço de um homem que o chamou de ladrão. Vou continuar a lutar por igualdade.

No final, a japonesa pediu desculpas ao público. “Estavam todos a torcer pela Serena. Desculpem-me. Sempre foi um sonho jogar com a Serena em uma final do US Open. Estou muito honrada por ter conseguido isso”.

Este foi um torneio que fica marcado por algumas surpresas. Como a eliminação de Simona Halep logo na ronda inaugural perante Kaia Kanepi (6-2 e 6-4). Na segunda ronda caiu Garbine Muguruza perante Karolina Muchova (3-6, 6-4, 6-4). Na terceira ronda, Serena Williams afastou a irmã, Vénus (6-1 e 6-2).  Foi o 30º confronto entre as duas manas, com 18 vitórias para Serena. Neste mesma ronda, Sloane Stephens afastou Victoria Azarenka (6-3, 6-4).

Anastasija Sevastova foi outra agradável surpresa do torneio. Natural da letónia, Sevastova atingiu as meias finais, deixando para trás, entre outras, Elina Svitolina (6-3, 1-6 e 6-0) e Sloane Stephens (6-2, 6-3). Sevastova acabaria por ser afastada por Serena Williams (6-3, 6-0). Aos 28 anos a letã é um exemplo de persistência. Aos 23 anos chegou a parar de jogar devido a lesões. Este foi o seu melhor resultado em Grand Slams.

Foi assim que Naomi Osaka venceu o US Open

André Dias PereiraJulho 26, 20182min0

Margaret Jean Court, ou, simplesmente Margaret Court. A tenista australiana dominou o circuito nos 60 e tornou-se a primeira no quadro feminino, na Era Open, a conquistar os quatro Grand Slam no mesmo ano. Ao todo arrecadou 64 Major, 24 em singulares, um record que ainda hoje se mantém, 19 em duplas femininas e 19 em duplas mistas.

Nascida em Albury, Australia, em 1942, Court começou por chamar a atenção em 1960, quando venceu o Australian Open. Mas a sua carreira estava destinada a ultrapassar muitas barreiras. Tantas, que ainda hoje é recordada como uma das maiores de todos os tempos.

As suas características físicas e capacidade técnica permitiam-lhe jogar um ténis diferenciado junto à rede e ter uma pancada forte. Ela também deu uma nova dimensão ao serviço em vólei.

Em 1962 e 1963 tornou-se a primeira mulher do seu país a ganhar, respectivamente, Roland Garros e o US Open. No ano seguinte repetiu o feito em Wimbledon.

Na década de 60 nenhuma tenista brilhou mais que Margaret Court. Em 1966 aposentou-se temporariamente para casar, no ano seguinte, com sir Charles Court. O regresso deu-se em 1968, ano em que venceu o US Open.

A despedida em 1976

Foi em 1970 que se tornou também a primeira mulher da Era Open a vencer os quatro Grand Slam. Quem acompanhou a sua carreira tem também na memória a final perdida em Wimbledon, no ano seguinte, perante Evpmme Cawley, quando ainda se encontrava grávida.

De resto, Margaret Court fez várias pausas na carreira para dar à luz. A derradeira em 1967, quando estava grávida do seu quarto filho. O seu último jogo em Major de singulares foi em 1975, no US Open, e em duplas no ano seguinte, no Australian Open.

A par de Doris Hart e Martina Nevratilova é uma das três únicas tenistas a ter conquistado todos os Grand Slam: singulares, pares e mistos. É a única, contudo, a ter vencido os 12 eventos pelo menos duas vezes, e também a única a vencer antes e depois do início da Era Open.

Com um palmarés tão recheado, acumulou vários prémios ao longo da sua vida. Entre eles, ser membro da Ordem do Império Britânico e integrar o Australian Tennis Hall of Fame


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