Vuelta 2023: Os candidatos à “Roja”
Está quase na estrada a última grande volta do ano, a La Vuelta 2023! Conhecida pelas suas rampas mais curtas e explosivas, a volta espanhola proporciona sempre espetáculos e lutas titânicas pela vitoria, e este ano não deve ser diferente.
A prova começa logo com um contra-relógio coletivo, e um dia mau pode deixar logo alguns favoritos em situação delicada.
Mas quem são os favoritos?
Primoz Roglic, Jumbo Visma
Pelo histórico do esloveno nesta prova, Roglic tem de ser apontado como principal favorito. Nas últimas 4 edições da prova, venceu 3 (em 2022 não participou), e o percurso ondulado e com rampas com grande inclinação são o terreno favorito para o canibal espanhol, que em 2023, venceu TODAS as provas por etapas em que entrou.
Numa equipa onde estará também o bicampeão do Tour Jonas Vingegaard, curiosidade para perceber como a Jumbo vai gerir os egos de ambos.
Jonas Vingegaard, Jumbo Visma
O dinamarquês já deixou claro que não vai a Espanha passear ou trabalhar para Roglic, resta saber se com cerca de um mês de descanso, Vingegaard está capaz de aguentar 3 semanas de luta.
As subidas mais curtas e explosivas não são o seu forte, mas depois da estrondosa exibição no Tour, Jonas tem de ser considerado uma ameaça por todas as equipas. A seguir com atenção, pois logo no contra relogio coletivo a abrir, podemos ter alguma indicação da hierarquia da Jumbo.
Remco Evenepoel, Quick-Step
O jovem prodígio belga vem defender o título ganho em 2022, na ressaca do titulo mundial de contra-relógio. Gostaria provavelmente de ter mais alguns kms desta especialidade, mas vai ter de contentar-se com 40,6.
Ao contrário do ano passado, terá noção que viver de ataques tardios em busca de bonificações não deve ser suficiente (Roglic é mais forte ao sprint, e mais explosivo), e ataques de muito longe poderão ser pagos mais tarde se não conseguir ganhar tempo a nomes como Vingegaard e Geraint Thomas.
Parece ter um bom bloco de montanha para o ajudar, no entanto, como já vimos, basta um dia mau para deitar abaixo psicologicamente o jovem de 23 anos, que se diz estar a caminho da INEOS.
Geraint Thomas, INEOS
37 anos de classe e experiência, o galês nas duas ultimas grandes voltas que terminou, conseguiu dois pódios.
É o líder incontestado da equipa britânica, conta com nomes de luxo para o ajudar (Bernal, Ganna, Arensman ou Castroviejo) e a marcação de nomes mais fortes entre si pode abrir a porta ao vencedor do Tour 2018.
A INEOS tem uma equipa muito forte para o CR coletivo, pelo que podemos no final do primeiro dia, ver Thomas com segundos preciosos ganhos à concorrência direta.
Juan Ayuso, Emirates
O jovem espanhol tem tanto de talentoso como de problemático. É uma espécie de “fera indomável” algo que com a idade irá aprender a controlar.
Um trepador de excelência, o espanhol de 20 anos defende-se muito bem no contra-relógio, pelo que veremos certamente tanto a Jumbo-Visma, como a INEOS e a Quick-Step muito atentas às movimentações do terceiro classificado da Vuelta de 2022.
João Almeida também faz parte da equipa da Emirates, no entanto, a irreverencia de Ayuso a juntar ao percurso menos favorável às características do caldense, tornam um pódio de João Almeida menos expectável.
Enric Mas, Movistar
Abandonou o Tour deste ano logo na primeira etapa, pelo que a sua condição física é uma incógnita. Se não vir os favoritos cavar um fosso irrecuperável na primeira semana (a Movistar costuma ser fraca nos CR coletivos, e as etapas 3 e 6 também prometem fazer diferenças) mas pode perfeitamente manter a chama acesa, ele que nos tem habituado a estar extremamente mais forte nas segundas metades das grandes voltas.
Vem defender o segundo lugar do ano passado (foi o único a conseguir fazer suar Evenepoel), e conta com uma armada espanhola de grande nível para o ajudar, onde se destacam Erviti, Rojas, Verona e Óscar Rodríguez.