Tóquio 2020 – Panorama do torneio de voleibol masculino e feminino
Voleibol faz parte dos jogos olímpicos desde Tóquio 1964 e o Brasil conta com três medalhas de ouro, Estados Unidos e a antiga União Soviética com duas de ouro cada, são os países mais vencedores entre os homens. No torneio feminino apenas cinco seleções ganharam as Olimpíadas ao longo de 14 edições. A antiga União Soviética (4 ouros), Cuba e China (três), e Brasil e Japão (2).
No masculino, Bas van de Goor é o único jogador a ser coroado duas vezes MVP (1996 e 2000), enquanto o americano, Karch Kiraly, três vezes campeão olímpico, é o único jogador que venceu em ambas as quadras, vôlei de quadra e na praia.
Já a cubana Ana Fernandez é a mais vitoriosa jogadora da história com três ouros e um bronze nos jogos de 1992 a 2004. No Rio 2016, a treinadora Lang Ping se tornou a primeira pessoa na história do vôlei a ganhar dois ouros tanto como jogadora quanto como treinadora.
O torneio
A competição, em Tóquio, vai de 24 de julho a 8 de agosto, com os jogos da fase de grupo sendo concluídos no dia 2 de agosto e as quartas de final começam no dia seguinte. Os jogos da fase de grupo serão em disputados em dias alternados para homens e mulheres, com cada dia sendo disputado seis partidas.
Pela primeira vez na história o torneio feminino fechará o programa dos jogos de Tóquio, no dia 08 de agosto, horas antes da cerimônia de encerramento e um dia depois da final masculina. Tanto no torneio masculino quanto no feminino temos doze equipes classificadas e divididas em dois grupos de seis seleções cada. Após cinco rodadas na fase de grupos, os quatro primeiros colocados avançam para as quartas de final. Pelo regulamento da competição, o único cruzamento certo é o primeiro de um grupo versus o quarto do outro. Já os duelos entre segundos e terceiros serão conhecidos depois de um sorteio.
Ou seja: o segundo colocado do Grupo A poderá enfrentar o segundo do Grupo B nas quartas, em tese, um duelo mais complicado do que terceiro versus terceiro.
O grupo A está definido com Itália (ITA), Canadá (CAN), Japão (JPN), Venezuela (VEN), Irã (IRI) e Polônia (POL). O grupo B tem Brasil (BRA), Estados Unidos (USA), Argentina (ARG), França (FRA), Tunísia (TUN) e Rússia (RUS). A delegação russa competirá independentemente sob a sigla ROC (em inglês, Comitê Olímpico Russo), por causa do escândalo de doping que suspendeu o país em todas as competições esportivas.
Analisando os grupos do feminino, temos no Grupo A Japão (JPN), Sérvia (SRB), Brasil (BRA), Coreia do Sul (KOR), República Dominicana (DOM) e Quênia (KEN). O Grupo B tem China (CHN), Estados Unidos (USA), Itália (ITA), Turquia (TUR), Argentina (ARG) e Rússia (RUS). A delegação russa competirá independentemente sob a sigla ROC (em inglês, Comitê Olímpico Russo) por causa do escândalo de doping que suspendeu o país em todas as competições esportivas.
Análise torneio
Masculino
No grupo A, apenas a Venezuela parece estar fora da briga para avançar às quartas de final. Itália, Irã e Polônia são os três países que devem brigar pelas primeiras posições do grupo, enquanto Canadá e Japão brigarão pela última vaga. Os canadenses vêm evoluindo, mas alternando boas e más campanhas nos torneios internacionais, por isso, pode surpreender não só com uma classificação, mas também uma posição melhor, como também sucumbir diante dos bravos japoneses.
O grupo B também não será fácil. Tirando a Tunísia, todos podem passar para a próxima fase, o que fará com que um deles fique pelo caminho. Na Rio-2016, a França perdeu para o Brasil o jogo decisivo e adiou o sonho da medalha olímpica. Teoricamente, a Argentina seria a seleção com menos chances de avançar, mas é bom lembrar que há cinco anos os portenhos ficaram em primeiro num grupo tão forte quanto este. Mesmo assim, não há como não considerar favoritos os campeões das quatro últimas edições dos Jogos: Brasil, Estados Unidos e Rússia.
Para os jogos eliminatórios, muito equilíbrio. Brasil, no meu ver, aumentou sua cotação no cenário internacional, atual campeão olímpico, o time de Renan Dal Zotto mostrou sua força ao vencer a Liga das Nações. Porém, Polônia, León, pode e deve surpreender em Tóquio.
Feminino
A disputa pelas oito vagas nas quartas de final promete ser uma das mais acirradas dos últimos tempos. O equilíbrio entre as principais forças do voleibol feminino atualmente, a evolução de algumas seleções e a preparação totalmente atípica provocada pela pandemia de Covid-19 tornam os Jogos de Tóquio um dos mais difíceis de se fazer previsões. Podemos considerar que Quênia e Argentina estejam num patamar inferior e dificilmente conseguirão fazer frente às demais. No entanto, a disputa entre as outras poderá deixar de fora equipes tradicionais e até favoritas a medalhas.
Não será surpresa, por exemplo, se Turquia ou República Dominicana deixarem para trás seleções que não conseguiram treinar satisfatoriamente e jogar o suficiente durante a pandemia que atingiu diferentemente cada um desses países e que, inclusive, adiou a realização dos Jogos.
Todavia, as atuais campeões da VNL, os Estados Unidos, saem na frente para conquistar sua primeira medalha de ouro entre as mulheres.