Crise do vôlei brasileiro
O vôlei brasileiro acumula cinco títulos olímpicos nas quadras. Em 1992, 2004 e 2016, com a seleção masculina nos Jogos de Barcelona, Atenas e Rio de Janeiro, respectivamente, e em 2008 e 2012, com a seleção feminina em Pequim e Londres. Além desses títulos, já foram conquistadas outras cinco medalhas – três de prata e duas de bronze.
A seleção masculina é a atual líder do ranking mundial e a feminina ocupa a terceira colocação. Porém, esse histórico não condiz com o atual cenário do vôlei de clubes do país. São de crises econômicas a falhas no protocolo do Covid, passando ainda por problemas em licitações de piso e clubes decretando falência.
Crise Econômica afeta os clubes
Diferente do que aconteceu nas últimas temporadas, o vôlei brasileiro vê a saída de atletas aumentar por conta da crise financeira e das dificuldades agravadas pela pandemia. Com empresas decretando falência e a queda progressiva nas receitas, obviamente o vôlei sentiu o golpe. O vôlei brasileiro sofre por causa da crise econômica e do coronavírus. Diferente do que aconteceu nas últimas temporadas, em que chegamos a ter quase toda a seleção brasileira atuando na Superliga, em 2020/2021 o que se verá em quadra será bem diferente.
Com empresas decretando falência e a queda progressiva nas receitas, obviamente o vôlei sentiu o golpe. No Brasil, a pandemia acertou em cheio a vida de atletas e clubes. Jogadores campeões olímpicos como Lucarelli, Evandro, Wallace, Éder e tantos outros, por conta da crise econômica, tiveram que sair do país para buscar novos ares. Em casos mais extremos, alguns perderam até o emprego. Clubes como Sesi-SP e Sesc, tiveram mudanças drásticas. O segundo, anunciou sua exclusão das competições.
As indefinições forçaram a saída de diversos atletas porque os patrocinadores, principalmente os menores, aguardavam pelos resultados da reabertura da economia para avaliarem se a verba que poderiam disponibilizar ao esporte seria compatível com seus orçamentos.
Já os patrocínios que mantinham investimentos altos sofreram cortes de até 50% de seus orçamentos. Para sobreviverem diante da crise econômica, os clubes elaboraram estratégias e uma delas é a redução do tempo de contrato dos atletas e comissões técnicas. Assim, para a temporada 2020-21 muitas equipes confirmaram presença, entretanto o cenário para a próxima temporada é incerto e duvidoso.
Polêmica com o novo piso
Na estreia da temporada do vôlei brasileiro, uma novidade chamou a atenção, o tradicional piso fora substituído por um amarelo e azul, cores do novo patrocinador. Todavia, se apenas as cores, um amarelo que ofusca e dificulta enxergar as linhas brancas, ou a aderência, no caso a falta dela, que machucou vários atletas, pois não deslizavam em quadra, fossem o problema, estaria tudo resolvido.
Quando solicitou aprovação para comprar 24 novos pisos de vôlei para serem utilizados pelos clubes da Superliga, a diretoria da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) disse tanto ao governo federal, que aprovou renúncia fiscal de R$ 3,1 milhões, quanto à sua assembleia, que iria adquirir o produto da marca Taraflex, a mesma utilizada nas competições oficiais da Federação Internacional de Vôlei (FIVB) e que há anos está presente nas quadras brasileiras. Não foi o que ocorreu. Os pisos entregues, são de outra marca, a chinesa Enlio, que sequer entra na lista de pisos de “segunda categoria” da FIVB.
A compra foi feita com recursos da Lei de Incentivo ao Esporte, a partir de um projeto apresentado pela CBV e aprovado, depois em junho. Foi informado a todos que a empresa fornecedora dos respectivos pisos seria a Recoma, empresa chancelada e homologada para a distribuição dos pisos Taraflex no Brasil. Porém, sem saber, atletas, clubes e federações aprovaram a troca de piso em todas as quadras do país. Do piso top de linha para um de terceiro nível, ao custo de R$ 3,1 milhões. O novo piso, tido como de qualidade inferior, era obrigatório em todos os jogos da Superliga.
Depois de algumas reclamações, cada equipe pode optar por continuar com o novo piso ou colocar o antigo. O que a maioria das equipes o fizeram
Covid 19
Os números assustam e ligaram o alerta. No mês de dezembro, a Confederação Brasileira de Vôlei viu crescer a quantidade de infectados pelo coronavírus em meio à Superliga. Principalmente entre as mulheres. Na disputa feminina, a contagem chegou a 32 casos, com dez jogos adiados, enquanto os homens somam apenas oito.
Na avaliação da CBV, a alta de casos reflete o momento da sociedade brasileira como um todo. Após um longo período de queda, os números voltaram a aumentar no país nas últimas semanas, muito por conta do relaxamento de medidas impostas pelas autoridades. É difícil explicar, porém, por que há uma quantidade maior de casos na Superliga Feminina.
Protocolos de segurança:
1. Testes a cada 15 dias;
2. Partida adiada em caso de quatro jogadores ou dois levantadores infectados;
3. Times não trocam de lado entre os sets;
4. Uso de máscara obrigatório, com exceção dos atletas em quadra e dos técnicos.
5. Materiais de higienização disponíveis em todo o ginásio;
6. Quarentena de dez dias em caso de infeção.
O problema do vôlei – na realidade, de todos os outros esportes – é que o contágio não acontece apenas durante o jogo, acontece em todas as outras atividades que são realizadas, durante o treinamento, em viagens, isso faz com que as pessoas tenham uma convivência muito grande durante a semana, não apenas durante o jogo.
A CBV deveria ter seguido o exemplo de outras ligas e ter adotado o sistema de “bolha”, tão bem sucedido na NBA por exemplo. Porém, em reunião com os clubes foi adotado o sistema tradicional e vamos aguardar e torcer pra que mais casos não aconteçam.
Infelizmente o cenário é preocupante, enquanto temos vários jogadores se destacando internacionalmente e a seleção brasileira cada vez mais forte, a perspectiva do vôlei de clubes, no Brasil, é cada vez mais incerto.