André Dias PereiraO melhor Bubblik da carreira
O cazaque Alexander Bublik vive o melhor período da sua carreira. O tenista, 28 anos de idade, venceu o torneio Hangzhou, na China, e subiu três posições no ranking, sendo agora 16 do mundo.
Bublik alcançou assim o seu quarto torneio da sua carreira ao vencer na final o francês Valentin Royer por duplo 7-6 (4). O cazaque tornou-se, aliás, o segundo jogador do ano a conquistar um torneio sem perder um único saque. O outro foi Taylor Fritz. No mais, é a par de Carlos Alcaraz o único jogador a conseguir conquistar 4 torneios ATP em 2025. Para além de Hanghzou, o cazaque venceu ainda Halle, Gstaad e Kitzbuhel.
Foi, de resto, uma semana imaculada para Bublik, que anotou nada menos do que 21 ases durante todo torneio. Mas não se pense que foram só bons momentos. Mesmo na final, experimentou dificuldades para encontrar o ritmo na parte inicial. O cazaque não conseguiu quebrar o saque a Valentin Royer e acabou por ganhar no tie-break, ambas as partidas.
Mas afinal qual o segredo para a boa temporada de Bublik? “Tento manter-me estável. Não me deixo entusiasmar pelas vitórias nem esmoreço nas derrotas. Estou feliz por viajar, por jogar e manter-me saudável”.
A experiência está a colocar o talentoso jogador no melhor momento de sua carreira. No mais, com os títulos em Halle, Gstaad, Kizbuhel e agora Hanghzou, ele torna-se apenas o terceiro jogador, desde 2019, a ganhar nos três pisos. Os outros foram Carlos Alcaraz e Novak Djokovic, embora em torneios de categoria superiores.
Para chegar na final de Hanghzou, Bublik começou a sua caminhada nos oitavos de final, onde venceu Aleksaner Vukic 6-7, 6-4, 6-4. Nos quartos de final levou a melhor sobre Dalibor Svrcina, por duplo 6-1 e, nas semi-finais, eliminou Yibing Wu, jogador da casa, por duplo 6-3.
O momento de Medvedev
Nota também para Daniil Medvedev. O tenista russo passa longe de um bom momento na carreira. Foi, apesar do 18 lugar no ranking, o jogador de maior prestígio do torneio, mas caiu nos quartos de final contra Yibing Wu, 196 do mundo. Numa partida com mais de 3 horas de duração, o tenista chinês chegou a estar a perder por 5-7 e 3-5, e conseguiu uma reviravolta épica para 5-7, 7-6, 6-4. O russo teve 17 ases mas também duas duplas faltas que foram chave do jogo.
O ex-número 1 do mundo atravessa um ano difícil. O seu último título remonta a 2023. Mais recentemente, no US Open, após uma derrota polémica com Benjamin Bonzi, o russo falou até em aposentar-se.
Voltando a Bublik, apesar de o cazaque (nascido na Rússia) somar 8 títulos e outras 7 finais perdidas de torneios ATP, a verdade é que nos Majors experimenta dificuldades. O seu melhor registo foi, também, este ano, em Roland Garros, onde alcançou os quartos de final. Em 2021 foi finalista de Roland Garros, mas em duplas, ao lado de Andrey Golubrev.
O seu estilo irreverente, dentro e fora dos courts, fazem com que seja regularmente comparado a Nick Kyrgios. Até pelo estilo de jogo.
Talvez estabilidade e regularidade sejam termos que se encaixem na carreira o no momento que Bublik atravessa. E aos 28 anos não é de descartar a possibilidade de mais alguns resultados relevantes.
