ATP 2025: de Sinner a Nuno Borges, o que aí vem?
Com o fim da temporada 2024, e apesar do período de férias, o circuito ATP começa a olhar para o que aí vem. Para trás ficou definitivamente a hegemonia do Big-3, com Nadal a juntar-se a Federer na aposentadoria. E Djokovic, agora número 7 do mundo, já fez questão de saber que não está preocupado com a sua posição na hierarquia, mas ser competitivo nos principais torneios. Aliás, Nolan já anunciou a um jornal sérvio vai jogar um torneio pequeno no início de 2025 para preparar o Australian Open.
O recordista de Majors (e do Australian Open) ainda é muito competitivo. É verdade que em 2024 não conquistou qualquer Grand Slam, mas ganhou o Ouro Olímpico (completando o carreer Grand Slam), o título que lhe faltava, e o Masters de Paris. E absolutamente ninguém dúvida que mesmo aos 37 anos pode ainda aumentar a sua lenda.
Mas, olhando hoje, é inevitável falar de Jannick Sinner, Carlos Alcaraz, mas também Zverev, Taylor Fritz e Ben Shelton.
Sinner
O italiano foi a grande figura de 2024. No ano que agora termina ganhou nada menos que 8 títulos ATP. Entre eles, Australian Open, US Open e Masters Final. Venceu ainda o Masters 1000 de Cincinnatti, Miami e Shangai, para além dos torneios de Hale e Roterdão. O número 1 do mundo, de 23 anos de idade, conta agora com 18 títulos. Além disso, Sinner sobreviveu ainda a uma controvérsia de dopping, onde foi considerado inocente. O italiano, muito forte defensivamente e de pancadas potentes, mostrou ser sólido em todos os tipos de piso e ter uma força mental que o deve manter no topo em 2025.
Alcaraz
A par de Sinner, o espanhol é o outro grande nome desta geração. Com apenas 21 anos de idade, Alcaraz tem a magia, o carisma, a energia e um jogo completo. Multirecordista de precocidade, Alcaraz é um fenómeno e um digno sucessor de Nadal, que entretanto se aposentou. Atualmente é 3 do ranking, e em 2024 colecionou 4 títulos: Roland Garros, Wimbledon, Indian Wells e Pequim. Como bom espanhol, a terra batida é o seu piso preferencial e pode construir uma dinastia em Roland Garros, à semelhança de Nadal. Porém, deverá ter concorrência mais apertada que o compariota neste tipo de piso. Ainda assim, ele é forte em todos os courts e até é em Wimbledon, o seu torneio de eleição, onde já venceu duas vezes. Para completar o carreer Grand Slam falta-lhe apenas o Australian Open. Devido ao seu jogo físico, tem cotntraído algumas lesões, mas é importante acompanhar como evolui como atleta em 2025.
Zverev
A eterna promessa do ténis. O alemão é daqueles tenistas de talento geracional e que acumula uma quantidade de títulos que não se traduz no estatuto que deveria ter. Ao todo são 23 títulos ATP, entre eles 2 ATP Finals e 6 Masters 1000. O problema é que nenhum deles é um Major. Diga-se em abono da verdade que Zverev já bateu na trave duas vezes. Em Roland Garros, em 2024, e US Open, em 2020. Por isso, para o alemão ganhar um Grand Slam é quase uma obsessão e um fantasma que o persegue. A boa notícia é após alguns altos e baixos, Zverev parece agora mais solto e confiante nos courts, depois de se livrar de problemas judiciais associados a violência doméstica. Ser número 2 do mundo mostra o bom momento com que terminou 2024.
Taylor Fritz
Como cresceu o norte-americano. Talvez desde Andy Roddick não haja um tenistas norte-americano capaz de atingir um top-3 ou ganhar um Major. E durante anos, Fritz tem sido cobrado nesse sentido. Andou pelo top-15, entrou no top-10, mas o ano 2024 foi francamente bom para si, e pode catapultar o tenista a um novo patamar. Sim, é verdade que tem 8 títulos ATP na carreira (entre eles Indian Wells em 2023), e dos dois troféus de 2024 nenhum é superlativo (Delrey Beach e Eastbourne). Mas a verdade é que chegou a outras 3 finais, entre elas US Open e ATP Finals. O norte-americano não esconde o sonho de erguer um Major em casa e 2025 será a oportunidade de ver se o número 4 do ranking se consolida no topo.
Ben Shelton
É um dos mais proeminentes tenistas da atualidade. Aos 21 anos, Shelton é 21 do mundo e conta com 2 títulos e 3 finais jogadas. Em 2023 ganhou em Tóquio e em 2024, em Houston. Ainda este ano foi finalista vencido em Basileia. O seu talento é inegável. Em 2023 chegou aos quartos de final do Australian Open e semi-final do US Open. Com uma esquerda muito forte é atualmente o quarto jogador do circuito com melhor percentagem de jogos de serviço ganhos. É certo que precisa ainda de algum equilíbrio no seu jogo, mas 2025 pode ser uma boa surpresa para acompanhar.
Claro, há ainda outros atletas que podem ter um 2025 vitorioso, como Casper Ruud ou Daniil Medvedev, por isso tem tudo para ser um bom anos. Entre os portugueses Nuno Borges é o grande destaque.
Nuno Borges
É o melhor tenista português da atualidade e 2024 foi um grande ano. Aos 27 anos conquistou o seu primeiro título ATP. Aconteceu em Bastad, tornando-se o primeiro tenista luso a derrotar Nadal em um jogo oficial. Atualmente é 36 do mundo e já foi 30. Com isso irá disputar os principais torneios do mundo em 2025. O maiato começa a temporada a disputar os torneios 250 de Hong Kong e Auckland, como forma de preparar o Australian Open. O luso defende 180 pontos em Melbourne referentes aos oitavos de final alcançados em 2024. Aliás, Borges pode tornar-se o segundo português (depois de João Sousa) a ser cabeça de série em um Major. Para isso, terá de arrancar bem em Hong Kong.