TwinFin – como é surfar com uma?
Quando as twinfin fizeram parte da evolução de single fins, o surf ganhou velocidade e performance. Surgiram grandes nomes como por exemplo o Mark Richards que dominou a cena competitiva do surf dos anos 70/80 com curvas largas e muita velocidade. Mas porque é que tal acontece?
A prancha de twinfin tem um outline largo, e tal permite gerar mais velocidade e uma linha de surf mais aberta, ou seja, bottons turns e cutbacks mais largos.
As quilhas actualmente podem ser encontradas em praticamente todas as SurfShops, e podem ser de diversas marcas. (FCS, Futures entre outras)
Mas a “falta” da quilha pivot, ou a quilha central faz com que nas transições de borda (rail) a prancha abane um pouco, daí o Simon Anderson ter criado a Thruster, com três quilhas, e ainda hoje bastante usado.
Gerar velocidade numa TwinFin é algo fácil, dependendo claramente do tipo de surfista que a faz.
Como é o surf de twinfin, segundo breves palavras do ex-campeão nacional Bruno Charneca (BC), atualmente a viver perto de Rincon (california EUA) , uma onda mágica para este tipo de pranchas.
BC –> Palex, como sabes, estou a viver há 3 anos em Santa Barbara, a proximidade da Channel Island Surfboards e os point-break disponíveis foram dois fatores que pesaram na decisão de viver aqui. Eu e a Sara (my wife), fazemos surf apenas aos fins de semana, ou em dias especiais que justificam um dia de ferias. Passamos menos horas na água, mas as condições variam entre bom, muito bom e excecional. Eu uso uma CI PodMod com 38 litros e duas quilhas retro keel. As quilhas são muito importantes, como esta prancha tem 5 caixas, tenho testado diversas combinações. Com 3 quilhas fica demasiado lenta, presa e sem velocidade. Com 4 quilhas, em dias grandes, faz o trabalho, mas nunca chega a velocidade das 2 keel.
Chegamos então as duas quilhas. Tudo muda, a nossa base fica diferente, os dois pés bem chegados para a frente, aproveitamos toda a largura da prancha e o fundo fica livre para deslizar sem a terceira quilha a atrapalhar. O surf tem de mudar, as curvas tem de ser perfeitas, bottom, top turn ou cut back.
Os floaters ganham outra dimensão, parece que andamos sempre em terceira ou quarta mudança, mas ainda temos quinta, sexta e sétima. O volume extra das twin fin, também traz mais peso, e o ganho de velocidade parece que é constante. Parece-me o oposto das actuais epoxy, ganham velocidade instantânea, mas não “embalam” – suponho que o peso e a rigidez dos materiais tenham a sua influência.
O tipo de onda também vai fazer diferença no momento da escolha de uma twin fin. Shore break não é o ambiente ideal. Qualquer point break ou um fundo de areia com algum espaço para aproveitar uma boa parede, pode mudar a perspetiva de um surfista. Eh incrível como tudo muda, como nos podemos divertir em ondas com menos forca, ou ficar surpreendidos como se consegue sobreviver a um arranque atrasado, fazer um bottom a derrapar para dentro do tubo, posicionar na parede e sair em máxima velocidade para o top turn seguinte.
Aconselho a ver o Mick Fanning em Kirra e surfar de twin.
Fica ainda mais rápido e mais perfeito?!
Artigo realizado com o apoio de:
Lufisurfco
SurfersCaparica
Ahoy CoffeeBar
NF
2 comments
martim
Novembro 12, 2019 at 8:20 pm
Na foto, o Heythorn Wolf aparece com uma bonzer não não uma twin fin, certo?
Palex Ferreira
Novembro 13, 2019 at 12:26 pm
Sim Martim, deveu-se a um lapso por parte do Autor.
Já rectificado. Obrigado pela questão.