Single Fin a magia de deslizar com uma quilha
Nos primórdios do surf as pranchas não tinham quilhas, e deslizavam sob a mestria do surfista.
Com a necessidade de gerar mais velocidade foi-se evoluindo na esperança de andar mais e melhor, sempre na expectativa de melhorar a performance na onda perfeita.
Devido a essa evolução, que não pára, e o crescente nível de atletas (competidores e não competidores) hoje há diversificados tipos de pranchas e quilhas.
Mas voltemos a parte oldschool do surf: quando Tom Blake inovou com a introdução de uma quilha, foi uma evolução gigante para o surf e para novas curvas dentro de água, porque até então nenhuma prancha teria quilhas, eram as alaias. É seguro afirmar que o surf nunca abrandou na inovação, nem os surfistas de inventarem novas manobras, é sinonimo que as modalidades ainda estão em crescente (e ainda bem!).
Uma simples evolução, tal como a introdução de uma quilha de Tom Blake, pode ser comparada aos aéreos de Ítalo Ferreira, Filipe Toledo Julian Wilson, Matt Meola e Gabriel Medina (alguns dos surfistas mais cotados mundialmente no WSL – World Surf League), o nível deles é semelhante ao do Tom em 1935.
Mas centrando no tema, que uma quilha permite fazer dentro de água, não sendo eu um clássico dentro de água, conheço o feeling, o surf fica mais lento, as curvas mais largas e no nose mais segura, isto no caso do longboard.
Mas atenção single fin não é só longboard, nas pranchas oldschool, que são as réplicas das pranchas até aos finais dos anos 70 e só tinham uma quilha, também são single fin.
Nas quilhas Singlefin os tamanhos variam entre 5’7 a 7 pés (medidas das pranchas), permitem um surf mais polido, menos progressivo, e de muitas curvas, fazendo o delírio dos cada vez mais fãs das single fin.
O surf de single fin é normalmente feito em ondas perfeitas, por serem menos “estáveis” nas ondas, e mais lentas nas transições entre manobras, mas como em tudo na vida, existe sempre quem surfe com uma quilha em todo o tipo de ondas, e consiga fazer surf de forma progressiva com aéreos incluídos também, mas esses são casos singulares.
O tamanho da single fin deve ser relativo à prancha, e a sua colocação mediante o nível do surfista, não basta lá ter uma quilha se não for a correcta.
Por exemplo de que adianta ter uma quilha tamanho 7″ ou 8″ numa prancha cujo tamanho é 9’6 com 23″ de largura, a quilha não será muito útil porque não é do tamanho indicado, na minha opinião deveria ser 9.75 para cima, com a base larga para segurar melhor um longboard desse tamanho.
Mas como já afirmei é apenas a minha opinião!
Para perceberem mais sobre o formato das quilhas aconselho: https://www.evo.com/guides/how-to-choose-surf-fins
Uma quilha não fica mais fácil, fica diferente porque o drive da prancha fica com um pivot apenas, e logo as curvas têm que ser mais cuidadosas, a evolução e o surfistas australiano colmataram isso introduzindo duas quilhas (twinfin), Thruster (3 quilhas) e quadfins (4 quilhas)
No mundo existem muitos excelentes surfistas que só surfam com este tipo de pranchas, grandes e singlefin, nomes como Augusto Olinto, Cj Nelson, Joel Tudor, Alex Knost, em portugal também já existem marcas dedicadas inteiramente a este estilo, BloodBrothers, Retro Movement, Lufisurf, Semente, Polen entre outras, e com isso inúmeros surfistas talentosos que só andam de singlefin.
Espero que gostem, e divirtam-se com segurança (incluí leash hehehe)
Aloha! Artigo em parceria Ahoycoffeebar