Single Fin a magia de deslizar com uma quilha

Palex FerreiraOutubro 24, 20184min0
Uma quilha só faz diferença no surf? Fomos à busca de respostas, com um olhar para o passado e para hoje em dia! A single fin no surf moderno, o que achas?

Nos primórdios do surf as pranchas não tinham quilhas, e deslizavam sob a mestria do surfista.

Com a necessidade de gerar mais velocidade foi-se evoluindo na esperança de andar mais e melhor, sempre na expectativa de melhorar a performance na onda perfeita.

Devido a essa evolução, que não pára, e o crescente nível de atletas (competidores e não competidores) hoje há diversificados tipos de pranchas e quilhas.

Mas voltemos a parte oldschool do surf: quando Tom Blake inovou com a introdução de uma quilha, foi uma evolução gigante para o surf e para novas curvas dentro de água, porque até então nenhuma prancha teria quilhas, eram as alaias. É seguro afirmar que o surf nunca abrandou na inovação, nem os surfistas de inventarem novas manobras, é sinonimo que as modalidades ainda estão em crescente (e ainda bem!).

Uma simples evolução, tal como a introdução de uma quilha de Tom Blake, pode ser comparada aos aéreos de Ítalo Ferreira, Filipe Toledo Julian Wilson, Matt Meola e Gabriel Medina (alguns dos surfistas mais cotados mundialmente no WSL – World Surf League), o nível deles é semelhante ao do Tom em 1935.

A primeira quilha na história do surf moderno- Tom Blake (Foto: AHSM)

Mas centrando no tema, que uma quilha permite fazer dentro de água, não sendo eu um clássico dentro de água, conheço o feeling, o surf fica mais lento, as curvas mais largas e no nose mais segura, isto no caso do longboard.

Mas atenção single fin não é só longboard, nas pranchas oldschool, que são as réplicas das pranchas até aos finais dos anos 70 e só tinham uma quilha, também são single fin.

Nas quilhas Singlefin os tamanhos variam entre 5’7 a 7 pés (medidas das pranchas), permitem um surf mais polido, menos progressivo, e de muitas curvas, fazendo o delírio dos cada vez mais fãs das single fin.

Gerry Lopez em Pipeline (Foto: Patagonia/Wilkins)

O surf de single fin é normalmente feito em ondas perfeitas, por serem menos “estáveis” nas ondas, e mais lentas nas transições entre manobras, mas como em tudo na vida, existe sempre quem surfe com uma quilha em todo o tipo de ondas, e consiga fazer surf de forma progressiva com aéreos incluídos também, mas esses são casos singulares.

O tamanho da single fin deve ser relativo à prancha, e a sua colocação mediante o nível do surfista, não basta lá ter uma quilha se não for a correcta.

Por exemplo de que adianta ter uma quilha tamanho 7″ ou 8″ numa prancha cujo tamanho é 9’6 com 23″ de largura, a quilha não será muito útil porque não é do tamanho indicado, na minha opinião deveria ser 9.75 para cima, com a base larga para segurar melhor um longboard desse tamanho.

Mas como já afirmei é apenas a minha opinião!

Augusto Olinto com uma prancha mais pequena e singlefin. (Foto: Pedro Ramires)

Para perceberem mais sobre o formato das quilhas aconselho: https://www.evo.com/guides/how-to-choose-surf-fins

Uma quilha não fica mais fácil, fica diferente porque o drive da prancha fica com um pivot apenas, e logo as curvas têm que ser mais cuidadosas, a evolução e o surfistas australiano colmataram isso introduzindo duas quilhas (twinfin), Thruster (3 quilhas) e quadfins (4 quilhas)

No mundo existem muitos excelentes surfistas que só surfam com este tipo de pranchas, grandes e singlefin, nomes como Augusto Olinto, Cj Nelson, Joel Tudor, Alex Knost, em portugal também já existem marcas dedicadas inteiramente a este estilo, BloodBrothers, Retro Movement, Lufisurf, Semente, Polen entre outras, e com isso inúmeros surfistas talentosos que só andam de singlefin.

Espero que gostem, e divirtam-se com segurança (incluí leash hehehe)

Aloha! Artigo em parceria Ahoycoffeebar

Carlos Lopes “Calo” Glider da Caparica. (Foto: Joel Reis Endless Fun)

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