Super Bowl LIII: Parte 2 – Ataque dos Rams vs Defesa dos Patriots
Ataque dos Rams vs Defesa dos Patriots
O Ataque dos Rams
Simplicidade é palavra-chave para descrever o ataque dos Rams. Sean McVay criou uma unidade bem-sucedida sem a necessidade de um número exorbitante de truques, motions e formações. O ataque dos Rams encontra o seu sucesso em formações simples que pouco mudam durante o jogo. Isto não significa que os Rams correm sempre a mesma jogada, mas sim que apresentam looks semelhantes a maior parte do jogo. Dentro desses looks, os Rams têm uma multitude de jogadas, tornando-as de difícil leitura para o adversário.
Jared Goff pode não ser Tom Brady, mas McVay desenhou um ataque que utiliza bootlegs e play-actions e lhe dão imensas oportunidades de criar jogadas com bons ganhos. Goff tem um lançamento rápido e isto ajuda-o em situações de mais pressão.
O futebol americano dos Rams gira muito em torno de jogadas de corrida. Um dos fatores mais importantes para o sucesso neste estilo de jogo é a sua linha ofensiva. No artigo anterior falamos da linha defensiva dos Rams e de como esta demorou algum tempo a tornar-se disciplinada e paciente, esse problema não é encontrado na linha ofensiva. Este é um dos grupos mais impressionante da equipa, com um football IQ que faz invejar qualquer equipa na liga. Os OL dos Rams não se deixam enganar facilmente por defesas adversárias e utilizam a agressividade das mesmas para abrir espaços para os seus running-backs, especialmente Todd Gurley.
Apesar do sucesso dos seus Running-backs, algo que os Rams fazem de diferente da grande parte da liga é usar Wide-receivers no jogo de corrida. Isto ajuda a criar confusão nas defesas adversários, fazendo-as constantemente questionar se aquele fly sweep é mais do que um fake para criar distração, por exemplo. Os receivers dos Rams são usados também para criar oportunidades para o jogo de corrida, posicionando-se de forma a bloquear e proteger os RBs.
Defesa dos Patriots
A defesa dos Patriots é uma unidade praticamente impossível de comparar a qualquer outra na liga. Numa altura em que muitas das equipas da liga têm o seu esquema defensivo baseado na defesa dos Seattle Seahawks de Pete Carroll, os Patriots utilizam uma defesa híbrida em constante mudança. Isto torna o trabalho de planear contra a defesa dos Patriots num verdadeiro pesadelo.
Durante maior parte da temporada, os Patriots utilizaram cinco a seis defesas na linha de scrimmage. Esta estratégia permite controlar o jogo de corrida. Pelo contrário, na final de conferência contra os Chiefs, os Patriots reduziram o número de jogadores na linha de scrimmage e utilizaram quatro Linebackers. Isto permitiu-lhes parar as spread formations de Andy Reid. Bill Belichick é conhecido por ser um dos maiores génios da História do desporto e a sua defesa prova exatamente isso.
Apesar dos Patriots não terem pass-rushers de elite como os Rams, a sua defesa trabalha como uma unidade, não como indivíduos. Como tudo na organização de New England, não há espaço para egos ou estatísticas individuais. Este sentimento de unidade permite-lhes facilmente afetar os QBs adversários penetrando as linhas ofensivas por todos os ângulos de forma coordenada, obrigando os QBs a mover-se e sair da sua posição.
A verdadeira estrela na defesa dos Patriots é o Cornerback Stephon Gilmore. Os Patriots utilizam man-coverage com muita regularidade, confiando nos seus Defensive-backs para controlar os receivers adversários e Gilmore é extraordinário nisto mesmo. Gilmore é um dos corners mais dominantes da liga, mesmo contra os melhores receivers. É essencial que os Patriots se foquem em parar o jogo de corrida dos Rams, mas, se isto acontecer, o mais provável é que os seus DBs terão de jogar mais man-coverage, o que poderá dificultar as coisas para a equipa de New England. McVay irá sem dúvida tentar explorar estas desvantagens dos Patriots para criar situações de play-action.