Um “trovão” dos antípodas

Xavier OliveiraDezembro 18, 20174min0

Um “trovão” dos antípodas

Xavier OliveiraDezembro 18, 20174min0

Foi em Glasgow que se jogou a edição deste ano do Scottish Open, com uma final a ser jogada e decidida na “negra”, entre um ex-campeão do mundo e um ‘underdog’ do snooker. No final, saiu por cima Neil Robertson, que regressou assim aos títulos 18 meses depois.

As surpresas e as ausências

Como já vem sendo hábito de algum tempo para cá, também neste Scottish Open houveram algumas derrotas surpreendentes nas primeiras rondas. Shaun Muprhy, que vinha de uma final perdida na semana anterior para Ronnie O’Sullivan caiu aos pés de Daniel Wells. Também Barry Hawkins não fez melhor frente a Jamie Jones e saiu de cena logo na primeira ronda. De notar ainda a ausência por opção de Mark Selby e de Stuart Bingham, estando este último castigado.

A segunda ronda também acabou por ter alguns jogadores do top-16 a saírem derrotados, como foram os casos de Anthony McGill, Liang Wenbo e Ali Carter. Reforçando assim cada vez mais a sua candidatura à final Ronnie O’Sullivan, Judd Trump, John Higgins e Neil Robertson. Quem caiu com estrondo na terceira ronda do torneio foi o chinês Ding Junhui frente ao inglês Rory McLeod, desiludindo uma vez mais este asiático.

Yupeng a festejar o seu 147 da primeira ronda (Fonte: Facebook World Snooker)

Higgins em frente, O’Sullivan K.O.

Nos oitavos de final, O’Sullivan e Higgins venceram os seus respetivos encontros com relativa facilidade para marcarem encontro nos quartos-de-final. Com menos facilidade mas igualmente bem sucedidos, Judd Trump e Neil Robertson seguiram em frente, ao passo que Marco Fu caiu aos pés de Xiao Guodong por 4-3, ficando afastado de qualquer possibilidade em chegar à final.

Mas foi nos quartos-de-final que se assistiu ao encontro que muitos aguardavam, o embate entre O’Sullivan e Higgins. O Inglês tem sido mais bem-sucedido nos últimos confrontos entre ambos, mas o a verdade é que a jogar em casa, o escocês galvanizou-se para “cilindrar” O’Sullivan por 5-0. Foi na “negra” e com muitas dificuldades que o australiano Neil Robertson bateu Xiao Guodong, tendo marcado encontro com o favorito do público, John Higgins.

Já a outra meia-final iria ser disputada entre o surpreendente Cao Yupeng, que já tinha deixado toda gente de “olhos em bico” na primeira ronda, quando fez uma entrada de 147 pontos. O chinês deixou pelo caminho Ricky Walden por 5-3 e marcou encontro contra Judd Trump, que venceu o outro escocês ainda em prova na altura, Stephen Maguire, por 5-2.

Marco Fu em ação no Scottish Open (Fonte: Facebook World Snooker)

Robertson in, Trump out

O histórico de confrontos entre Robertson e Higgins mostrava uma ligeira vantagem para o escocês que contava com 11 vitórias contra 9 do australiano. No entanto, neste Scottish Open, o australiano reduziu a desvantagem entre ambos tendo vencido por 6-3.

Já entre Trump e Yupeng havia apenas um encontro registado entre ambos, ainda no decorrer deste ano no European Masters, onde o inglês saiu por cima na altura. Mas desta vez tudo foi diferente e o chinês mostrou uma enorme maturidade para bater o inglês por 6-4 e marcar presença numa final pela primeira vez na sua carreira.

Do céu ao inferno num piscar de olhos

Foi o terceiro encontro entre ambos, sendo que Robertson tinha saído por cima nos dois encontros anteriores. A final começou bastante equilibrada, tendo-se registado um uma vantagem de 5-3 favorável ao chinês no final primeira sessão. Yupeng entrou determinado a vencer a final rapidamente na segunda sessão e muito rapidamente colocou-se a vencer por 8-4, ficando apenas a um ‘frame’ do seu primeiro ‘major’ da carreira. Mas de repente aquilo que parecia estar já ali, foi-se eclipsando e depois de uma bola preta falhada por milímetros que poderia ter dado a vitória por 9-7 a Yupeng, este desmoronou-se emocionalmente e viu Robertson garantir o triunfo por 9-8, numa final em que emoção foi o prato principal.

Com esta vitória Neil Robertson levou para casa 70.000 libras e muita confiança para o ano de 2018 que estará recheado de ‘majors’. Já Yupeng mostrou que é mais um jogador com quem todos têm de contar para o resto da temporada, isto se continuar a jogar da forma que se mostrou neste Scottish Open.

Robertson na caminhada para o título (Fonte: Facebook World Snooker)

Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS