Um ‘Rocket’ de outro mundo!
Ronnie O’Sullivan venceu e convenceu, de que maneira, no English Open, numa final onde frente ao “The Warrior” Kyren Wilson, mostrou-se a um nível altíssimo frente ao seus fãs. Fãs esses que ficaram ao rubro com esta vitória clara de Ronnie na final e que mostra que ao contrário daquilo que se pensava há já algum tempo, o inglês está bem e recomenda-se.
As “inevitáveis” surpresas
Já começa a ser um hábito as surpresas nas rondas iniciais dos torneios esta época. Logo entre as primeiras duas rondas, Marco Fu e Joe Perry caíram aos pés de adversários teoricamente mais fracos, tendo estes dois sido na primeira ronda frente a Tian Pengfei e Yuan Sijun, respetivamente.
A segunda ronda também trouxe algumas surpresas, com a queda de Ding Junhui frente a Michael White, Ali Carter a perder frente ao veterano tailandês James Wattana. Sendo que Mark Allen e Barry Hawkins foram outros dois nomes sonantes a cair nesta ronda.
A queda dos rivais de O’Sullivan
Olhando para o quadro após a segunda ronda, John Higgins era a par de Ronnie O’Sullivan e Mark Selby, os maiores favoritos a vencer o torneio, ou não estivéssemos a falar dos melhores jogadores da atualidade. O escocês mostrou dificuldades mas acabou por seguir em frente batendo Milkins por 4-3, marcando assim encontro frente ao eterno rival Ronnie O’Sullivan.
Já nomes como Mark Selby, Mark Williams, Liang Wenbo e Stuart Bingham não conseguiram confirmar o seu favoritismo tendo caído na terceira ronda, deixando caminho aberto para Ronnie e Higgins. Foi precisamente esse encontro que marcou a ronda quatro do torneio, onde o inglês saiu por cima vencendo na negra por 4-3.
Nessa mesma fase do torneio, Murphy acabou por ser surpreendido pelo luso descendente Ursenbacher que bateu o inglês por 4-1. Judd Trump não fez melhor que o compatriota e caiu aos pés de Jack Lisowski, onde perdeu por 4-3.
O alinhamento dos quartos-de-final foi então o seguinte: Hossein Vafaei vs Kyren Wilson, Michael White vs Alexander Ursenbacher, Anthony McGill vs Neil Robertson e Jack Lisowski vs Ronnie O’Sullivan. No primeiro destes encontros, Kyren Wilson mostrou o porquê de ser considerado por muitos a próxima grande estrela do snooker mundial e venceu o iraniano Hossein por 5-3.
Ursenbacher mostrou o seu melhor snooker e ‘cilindrou’ White por 5-0, marcando encontro frente a Kyren Wilson. O escocês McGill também esteve a um excelente nível e despachou o australiano Neil Robertson por 5-3, marcando presença na outra meia-final frente a Ronnie, que bateu Lisowski por 5-2.
Duas finais consecutivas
Na primeira das duas meias-finais Kyren Wilson foi superior ao jovem luso descendente Ursenbacher e bateu o jovem suíço por 6-3, naquele que foi o segundo encontro de sempre entre ambos, depois de se terem defrontado em 2014 no Wuxi Classic. Ainda assim Ursenbacher merece uma nota de destaque pela excelente prestação neste English Open.
Na outra meia-final estava de um lado, aquele que é considerado por muitos o melhor de sempre no snooker, Ronnie O’Sullivan e o “cenourinha” do circuito Anthony McGill. Não foi um encontro assim tão fácil para o inglês, mas Ronnie sabia que não podia falhar o acesso à final já que em jogo estava o regresso aos títulos em ‘majors’, algo que já não acontecia desde o Welsh Open de 2015. Esse acesso à final foi conseguido depois da vitória sobre McGill por 6-4.
Uma final fulminante
A final entre Ronnie O’Sullivan e Kyren Wilson, foi apenas o segundo encontro entre ambos. Kyren Wilson tinha vencido o único embate entre ambos, que tinha sido em 2016 no Northern Ireland Open.
A primeira sessão foi de apenas um sentido, com Ronnie a mostrar-se a um nível elevadíssimo deixando parte do “problema” resolvido ao intervalo, onde levava uma vantagem de 6-2 sobre o compatriota. E se a primeira sessão tinha sido só de Ronnie, a segunda não foi diferente, com este a terminar de forma fulminante a final, carimbando a vitória em 9-2. Foi sem deixar margem para dúvidas que O’Sullivan venceu o primeiro English Open da sua carreira.
Com esta vitória O’Sullivan subiu três posições no ‘ranking’ mundial, figurando agora como nº 9, ainda muito longe daquele que foi o seu lugar durante muitos anos, o topo da hierarquia.