Seis Nações 2023: 1 certeza, 1 dúvida e 1 garantia
Seis Nações em ano de Mundial é sinónimo de dúvidas, questões, perguntas e acertos, com as seis selecções participantes a quererem evitar erros ou falhas naquele que é praticamente o último ensaio competitivo antes do França 2023, e nada melhor que olharmos para estas Seis Nações com uma certeza, uma dúvida e uma garantia.
A CERTEZA – IRLANDA SEM DÚVIDAS… E SEM PROBLEMAS
Vejamos desta forma: a campeã de 2022, França, está debaixo de uma onda de lesões complicada e que vai limitar as opções de Fabien Galthié para a competição; Inglaterra e País de Gales mudaram o corpo técnico por inteiro, o que também vai provar algumas alterações não só na lista de convocados, mas também na forma de trabalhar, podendo ser um obstáculo inicial; a Itália vive sempre debaixo da dúvida se vai conseguir ou não realizar uma boa campanha, apesar de na temporada passada ter derrotado o País de Gales em Cardiff, o que é um elemento motivacional importante para este ano; e a Escócia, que não teve um Outono fácil, depois de umas Seis Nações passadas difíceis, continua à procura de respostas para alguns problemas que cismam em não desvanecer.
Ou seja, cinco das seis selecções participantes do torneio das Seis Nações têm o seu quê de dúvidas, com só a Irlanda a entrar para a competição completamente a 100%, sendo que até Jonathan Sexton recuperou a tempo de estar presente no jogo de abertura frente ao País de Gales no Estádio Millenium. Andy Farrell, que tem dado claros sinais de um crescimento auspicioso desde que tomou posse em 2019 pós-Campeonato do Mundo, pôde convocar todos os principais jogadores, tem a estrutura completamente montada e estabilizada (não se deram saídas de nenhum dos membros do staff) e vem com um balanço significativamente forte depois de ter derrotado Austrália e África do Sul durante os Internacionais de Outono, pormenores minimamente impactantes para esta Irlanda.
A certeza absoluta que a Selecção do Trevo está pronta para não só lutar pelo título, mas para finalizar a preparação para o Campeonato do Mundo na melhor forma, é clara e será importante perceber qual é o potencial máximo de um grupo onde Garry Ringrose (a atravessar o melhor momento da carreira), Jacob Stockdale, Jamison Gibson-Park, Max Deegan, Caelan Doris, Tadhg Beirne, Andrew Porter, entre outros, despontam no seu esplendor total.
? That handling from @IrishRugby?
A 2022 #GuinnessSixNations beauty.#AwakenAnticipation pic.twitter.com/IySleKq2YW
— Guinness Six Nations (@SixNationsRugby) January 24, 2023
A DÚVIDA – ALTERAÇÕES NA ROSA E NO DRAGÃO… O QUE ESPERAR?
Wayne Pivac e Eddie Jones saíram em Janeiro do comando técnico das selecções do País de Gales e Inglaterra, respectivamente, para dar lugar às entradas, ou regressos se quisermos, de Warren Gatland e Steve Borthwick que terão a missão de realizar leves/profundas alterações no grupo de trabalho, na forma deste trabalhar e no reagrupar forças de modo a relançar as candidaturas ao título de campeão das Seis Nações 2023. Para Warren Gatland será uma missão mais “fácil”, pois conhece os cantos à “casa“, sabendo bem quais os jogadores em que confiar e qual deverá ser o mantra para retirar o País de Gales de um poço de maus resultados e uma estagnação completa na forma de jogar. Todavia, as dúvidas persistem e só serão quase totalmente debeladas depois de Gatland e os seus jogadores conseguirem atingir bons resultados nestas Seis Nações, porque uma ou duas vitórias não bastam para repor os níveis de confiança.
Já a Inglaterra vive num universo paralelo complexo que merece uma reflexão profunda, começando pela saída de Eddie Jones, uma saída que pouco fez sentido para uma boa parte da audiência, pois a derrota contra a África do Sul e Argentina em Novembro passado não podem ter sido catalisador final, quando a própria RFU (Federação de Rugby Inglesa) deu um voto de confiança e relembrou que “o projecto só termina após o Mundial de 2023”, ficando no ar a dúvida se a saída terá partido de alguma disputa com um membro da administração. A questão seguinte vai para a entrada de Borthwick, um treinador de categoria que até fez parte do staff da Inglaterra durante os primeiros 4 anos de Eddie Jones pela Rosa, e se este tem as condições necessárias para dar a volta (?) e garantir que a Inglaterra vai não só mostrar força nestas Seis Nações como chegar ao título de campeã do Mundo em 2023.
A convocatória não trouxe grandes novidades, com parcas mudanças em comparação com a última de Eddie Jones, sendo que a dúvida principal vai para o modelo de jogo e se realmente iremos ter uma alteração profunda na forma como a Inglaterra ataca ou defende.
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The @SixNationsRugby starts in 12 days' time! pic.twitter.com/xdDtcDIKeq
— England Rugby (@EnglandRugby) January 23, 2023
A GARANTIA – CHOQUE DE ALTA POTÊNCIA
É a garantia mais certa de todas, que nesta edição de 2023 teremos uma competição altamente intensa, dura e impactante, uma vez que nenhum jogador quer falhar a corrida do Campeonato do Mundo, e um par de más ou boas exibições pode ser o carimbo final para estar (ou não) entre os eleitos. A França de Fabien Galthié vai querer mostrar que consegue dominar mesmo tendo cinco ou seis baixas no seu XV titular, repetindo a fórmula de sucesso de 2023, enquanto Inglaterra e País de Gales não podem perder mais tempo e a cair em exibições pouco consistentes, algo partilhado com a Escócia, sem esquecer que a Itália vai procurar dar continuação às surpresas causadas na temporada passada, com a Irlanda a chegar a este Fevereiro na máxima das suas competências e pronta para dominar um dos torneios desportivos mais antigos do Mundo.
Toda a acção começa no dia 4 de Fevereiro pelas 14h30 com o País de Gales vs Irlanda a ser o pontapé de saída das Seis Nações 2023, que em Portugal pode ser acompanhada via Sporttv.
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— Guinness Six Nations (@SixNationsRugby) January 1, 2023