Sacramento Kings: do desespero de 2022 à esperança em 2023

Nuno CanossaDezembro 21, 20224min0

Sacramento Kings: do desespero de 2022 à esperança em 2023

Nuno CanossaDezembro 21, 20224min0
A equipa de Neemias Queta parece estar a ganhar força e Nuno Canossa olha para a possível nos esperança para os Sacramento Kings em 2023

Há 16 anos sem atingir os tão desejados playoffs, os Kings já levam, ao fim de 29 jogos, metade do número de vitórias que atingiram em qualquer uma das últimas 3 temporadas. Já tendo derrotado várias equipas em zona de playoff (Cavaliers 2x, Nets, Grizzlies ou Clippers), também os próprios Kings se situam em lugar de apuramento direto, apenas 2.5 jogos atrás do 1º lugar no Oeste. E naquela que é a aproximação ao ponto médio da época regular, surgem duas questões: como é que os Sacramento estão hoje mais próximos de quebrar o enguiço? E poderá o sonho tornar-se realidade?

UMA RECONSTRUÇÃO (QUASE) BEM-SUCEDIDA

Atenção: o ‘quase’ é de uma possibilidade perto de se confirmar e não de mais um falhanço na franquia de Sacramento. Tudo começou em 14 de Agosto de 2020, dia em que os Kings anunciavam que Vlade Divac cessaria das suas funções como General Manager da equipa. Cerca de 1 mês depois, Monte McNair era apontado a esse cargo, uma decisão fundamental para a competitividade do plantel desta temporada. Depois de ter adquirido Terence Davis no decorrer da primeira temporada, McNair escolheu Davion Mitchell no seu 1º draft em 2021, um draft que ficará para sempre marcado na história de Portugal, tendo também selecionado Neemias Queta na 2ª ronda.

Numa offseason pouco movimentada, a grande aposta de McNair surgiu antes da trade deadline trocando aquele que era considerado o maior ativo e jogador com mais potencial do plantel (Tyrese Haliburton) por um All-Star com provas dadas na liga (Domantas Sabonis) dando mais espaço a De’Aron Fox para se assumir como o base da equipa. Numa temporada em que Luke Walton havia sido trocado pelo interino Alvin Gentry, os Kings voltaram a falhar os playoffs e acabaram por selecionar Keegan Murray com a 4ª escolha do draft.

Com o seu core já definido (Fox-Mitchell-Barnes-Murray-Sabonis) com opções interessantes a partir do banco como Davis ou Metu, havia um clara carência no plantel: atiradores. E McNair foi implacável, adquirindo dois dos atiradores mais eficientes da liga a preço de saldo: Kevin Huerter e Malik Monk.

O TUDO OU NADA

Ponto nº1: os Kings não vão vencer o campeonato nos próximos tempos. No entanto, essa não será para já a prioridade de Monte McNair e restantes executivos. É importante relembrar que em questão está uma franquia que não vê basquetebol no seu pavilhão em maio, desde 2006. Mike Bibby, Bonzi Wells, Metta World Peace, Brad Miller e Kenny Thomas. Foi este o último 5 inicial dos Kings num ano em que o Facebook se tornava finalmente disponível para todo o mundo, em que estreava Hannah Montana e em que os flip phones eram o produto sensação.

Assim sendo, para os fãs da equipa californiana menos bem-sucedida das últimas duas décadas, uma derrota pesada numa 1ª ronda dos playoffs seria, ainda assim, uma vitória. Os Kings podem-se dar ao luxo de ser uma daquelas equipas medíocres que anda sempre no meio da tabela e que, chegando à postseason, vence apenas 1 jogo da série. Esse triunfo encheria mais o coração de um adepto dos Kings, do que um outro anel faria vibrar um fanático pelos Warriors.

Posto isto, quão realista será essa chegada aos playoffs? Olhemos primeiro para a competição que está, de momento, acima na classificação. Nuggets, Grizzlies, Pelicans, Suns e Clippers. Acreditando que os Kings conseguem, pelo menos, manter o rendimento atual, será possível que alguma das equipas acima perca posições? De todas, Pelicans são os que mais não estão habituados a estas andanças e levam uma série de 4 derrotas consecutivas. Já todos somos conhecedores do historial médico dos Clippers e que a temporada da equipa de LA pode revirar por completo num curto espaço de tempo.

E, depois, os Suns que continuam debaixo de uma imensa pressão dos media e cujos relacionamentos dentro do balneário e das instalações parecem mais tensos do que nunca. Por isso, sim é possível que alguma destas equipas possa vir a perder lugares. No entanto, há muita mais competição para além destas 5 franquias e o mais desafiante será, sobretudo, conseguir manter esse último lugar de acesso direto aos playoffs. Atrás vêm Blazers, Wolves, Mavericks e Warriors que quererão ao máximo garantir esse apuramento direto e escapar a lutas arriscadas e intensas no torneio de play-in, ao qual deverão ainda concorrer Jazz, Lakers e, quiçá, os jovens Thunder.

Para os Kings, que têm o 13º calendário de jogos da liga mais complicado pela frente (segundo o Tankathon), o objetivo máximo será marcar essa tão ambicionada presença nos playoffs, mesmo que isso envolva disputar um play-in, que esse sim parece estar cada vez mais garantido, e que seria, desde já, um claro sinónimo de progresso.


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