A vírica realidade: o impacto inicial do Covid-19 no rugby

Helena AmorimMarço 31, 20203min0

A vírica realidade: o impacto inicial do Covid-19 no rugby

Helena AmorimMarço 31, 20203min0
Lay-off's, reformulações de campeonatos, doações e ajudas estatais... o rugby mundial está a enfrentar as suas dificuldades nesta nova vírica realidade no Mundo. Fica a saber alguns dos problemas e soluções de cada federação

A vida como a conhecemos conheceu uma reviravolta devido às contingências de uma pandemia que assola o Mundo. As actividades desportivas estão restringidas, adiadas, confrontadas com uma nova realidade que requer flexibilidade e adaptação. Neste momento a Federação de Rugby dos EUA já apresentou bancarrota (devido a problemas anteriores ao Covid-19), as equipas mais confortáveis financeiramente do TOP 14 estão ajudar as menos confortáveis e os cortes salariais estão na ordem do dia. Toda a expectativa relativamente ao reatar da normalidade ou de uma possível parecença com a normalidade faz com que se criem cenários, nomeadamente sobre a questão das ligas reatarem ou não.

A World Rugby está neste momento a analisar os “livros” dos clubes presentes nas competições de tier 1, de modo a gizar um plano de mitigação do impacto que esta diminuição de cash flow está a causar. Estima-se que o impacto nas maiores ligas possa estar entre 40 a 60 milhões de libras e nesse sentido o maior organismo de rugby a nível mundial está reunido com clubes e stakeholders de modo a explorar acções com potencial mitigador.

A crise de 2008 teve um impacto enorme no rugby profissional através das quebras das receitas de publicidade, quebra nos ganhos e uma quebra geral na economia mas desta feita o que se observa é uma quebra abrupta na fluidez financeira com ordenados a pagar. No Reino Unido há cortes de 25% nos ordenados mas talvez essa medida seja apenas a ponta do iceberg…

A questão é que esta situação dará para permitir que um mês ou dois meses possam passar sem grande comoção mas se a situação se arrastar por mais tempo, o que parece possível e provável, haverá que se pensar em outras medidas que garantam a sustentabilidade.

No Rugby australiano 75% da força de trabalho foi dispensada, com negociações de cortes salariais na ordem dos 30-50%, na Escócia há cortes de 25 a 30% de ordenados das estruturas organizativas, administrativas e de gerência, de modo a fazer uma almofada financeira neste momento, com promessas de repor esses valores salariais mais à frente .

Há toda uma mobilização a ser feita no sentido de segurar a situação e pensar no regresso a uma normalidade interrompida. Também existe nesta fase muitas notícias de apoio dos mais favorecidos aos menos favorecidos com muita solidariedade a vir ao de cima. Voluntariado, empréstimos, doações, é todo o léxico que agora se estabelece.

Em Cardiff, o Principality Stadium vai ser convertido num hospital temporário de modo a adicionar cerca de 2000 camas ao sistema nacional de saúde.

Os testes da janela de Julho muito provavelmente não serão realizados e mesmo os da janela de outono estão em risco. Isto é um impacto massivo na vida das pessoas em geral com a necessidade de uma elevada dose de perseverança e solidariedade, de modo a poder suplantar esta crise.

O rugby não é diferente da vida. O rugby faz parte da vida e como tudo e todos, está a sofrer um impacto muito grande com toda esta situação…

Raelene Castle explica as mudanças a realizar no rugby australiano durante a fase pandémica actual


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