O que vem em 2019 para o Rugby Mundial?

Helena AmorimDezembro 21, 20184min0

O que vem em 2019 para o Rugby Mundial?

Helena AmorimDezembro 21, 20184min0
Mudanças de treinadores, revoluções nas regras, reflexões que precisam de ser imputadas... tudo isto e muito mais no futuro do Rugby em 2019

2019 antevê-se como um ano de grande mexidas. A nível de jogadores e tendo em conta os atractores de dinheiro que são o campeonato francês e o japonês, já se sabe que o frenesim será grande mas a novidade está nos treinadores.

TREINADORES AO RITMO DO FUTEBOL?

Se falarmos de futebol, a mudança de treinadores é tão comum que não causa espanto, mas os rumores de mudanças a nível de selecções de rugby, depois do término do Mundial no Japão, fazem coçar a cabeça. Senão, vejamos: Gales terá Wayne Pivac aos comandos com os apoios de Stephen Jones e Jonathan Humphreys; Andy Farrell tomará conta dos destinos da Irlanda; Warren Gatland (e mais três ou quatro nomes que circulam) poderá ser o novo treinador de Gales; Jacques Brunel também parece ter os dias contados pela França; Steve Hansen também está em mudança. Michael Cheika mantém-se à frente dos destinos dos Australianos mas com menos poder devido à contratação do novo director de rugby, Scott Johnson.

No entanto as mudanças a nível de clubes começam a não ser despiciendas. Temos “duros” com 10 anos de carreira à frente do mesmo clube como Jim Mallinder (entretanto substituído por Chris Boyd nos Northampton Saints) e Rob Baxter nos Exeter Chiefs; Mark McCall e os seus nove anos à frente dos Saracens também merecem referência.

Mas no ano que passou, as mudanças foram muito visíveis. Num trabalho realizado pela RugbyPass, verificaram que em 66 clubes do PRO 14, Premiership, Championship, TOP14 e PRO D2, 20 emblemas mudaram de treinador.

Nomes como Les Kiss (Ulster), Steve Tandy (Ospreys), Gonzalo Quesada (Biarritz), Fabien Galthie (Toulon), Matt O’Connor ( Leicester) deixaram os seus lugares para as  respectivas incursões de Dan MacFarland, Allen Clarke, Jack Isaac, Patrice Colazzo e Geordan Murphy. Mas esta vaga até que é acompanhada de alguma sensibilidade: tornar assistente de treinador principal (como o caso de Tana Umaga depois de 3 anos em frente dos Blues) e os novos treinadores terem um período interino bastante alargado, para adaptação ao clube.

Neste sentido, 2019 irá com certeza trazer mais mexidas, na sequência desta nova tendência.

Ainda uma referência para a constituição de um conselho internacional de jogadores de rugby, um sindicato com representantes de jogadores masculinos e femininos de sevens e XV, de modo a poderem afirmar as suas vozes na maneira como a modalidade se desenvolve. Já tiveram uma reunião de dois dias no Mónaco. A ver…

GEÓRGIA ON MY MIND

Uma selecção que já começou a dar que falar mas que com certeza continuará no ano que vem, será a Geórgia e até que ponto, é uma selecção preparada para poder ingressar num seis nações.

A detentora do troféu da Rugby Europe Championship em 2018, com 6 jogos ganhos em 7 possíveis; uma tour pelo Pacifico em 2016 só com vitórias e um desempenho interessante no Mundial de 2015 com duas vitórias frente a Tonga e Namíbia, faz peso nesta formação treinada por Milton Haig.

O desaire frente à Itália em Novembro, onde perdeu por 28-17 (4-2 ensaios) fez no entanto esfriar um pouco as pretensões Georgianas. A seguir com atenção…

REGRAS, PLACAGEM E… QUE FUTURO?

Ainda, as três mortes de jogadores em França num curto período de 5 meses… Nicolas Chauvin de 18 anos sofreu uma placagem de dois jogadores tendo partido o pescoço e entrado em paragem cardiorespiratória; Adrien Descrulhes de 17 anos foi encontrado morto no dia a seguir a ter sofrido uma contusão num jogo; Louis Fajfrowski de 21 anos foi placado, colapsou e teve um ataque cardíaco fulminante no balneário.

Com as mudanças constantes nas leis do jogo no que à placagem diz respeito, verifica-se realmente uma crescente preocupação traduzida em mudanças mas o alerta está no ar e se calhar ainda há mais que se possa fazer pela preservação da integridade física do jogador.

Muito importante é dissuadir os “velhos do restelo” que advogam que com estas mudanças e precauções, o rugby está a perder características e valor; de todo! É preciso continuar a regular, analisar, reformular e progredir para que este maravilhoso jogo de contacto, seja o mais seguro possível.

Foto: Getty Images

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