SR AU 7ª Jor: A muralha Vermelha parou a invasão dos Rebels
Depois de uma categórica derrota sofrida às mãos dos Waratahs, os Reds voltaram ao seu melhor e voltaram a conseguir ganhar um ponto de distância dos Rebels, precisamente a equipa que foi incapaz de derrotar a formação de Queensland nesta 7ª jornada. Os Waratahs não tiveram grandes problemas em derrubar a Western Force, que está cada vez mais isolada no último lugar da competição, sem grandes hipóteses de poder chegar à fase de apuramento de campeão.
A análise dos Ups e Downs do que se passou entre Force-Waratahs e Reds-Rebels segue neste artigo!
UP’S: QUANDO SE DEFENDE ASSIM O TÍTULO PODE SER UMA REALIDADE E WARATAHS MANTÊM A BITOLA
204 placagens efectivas em 223 tentativas, a maioria distribuídas durante a segunda metade do encontro que opôs Reds e Rebels em Queensland, com os homens de Brad Thorn a mostrarem que afinal sabem defender, limpando quase totalmente a imagem do fim-de-semana passado. Duas centenas de placagens, mais de 15 turnovers com Fraser McReight a se destacar neste aspecto com 5 roubos no breadown e por quatro vezes conseguiram evitar o ensaio em cima da linha de ensaio (um dos quais de Naisarani, com o nº8 dos Rebels a ser voltado do avesso no momento em que entrou dentro da área de validação), vincando uma atitude resiliente e de grande durabilidade que castigou constantemente o ataque contrário.
Fizeram bom uso da bola nas poucas vezes em que tiveram-na nas suas mãos, mas não há margem para discussão que a razão de terem saído com a vitória foi devido a uma das melhores prestações defensivas dos últimos anos, à capacidade para manter o foco total sempre acompanhado de um ritmo activo e intenso, equilibrando todas as acções de modo a nunca oferecer um espaço excessivo, tendo de se ovacionar o papel de Tate McDermott na condução de toda a estratégia defensiva e de Jock Campbell na contenção do jogo ao pé e na resposta pronta aos Rebels.
Importa agora perceber se este comportamento e trabalho defensivo é para continuar ou se aconteceu devido ao excesso de egoísmo por parte da fa formação de Melbourne… mas quem consegue anular por três ocasiões uma entrada de 8 em cima da linha de ensaio, tem qualidade para chegar ao ceptro de campeão.
Os Waratahs foram capazes de manter a atitude vencedora, apesar de um início de jogo algo atribulado em que deixaram a Western Force sonhar com um possível resultado positivo (a 2ª parte foi novamente um aspecto negativo da franquia reintegrada no Super Rugby) mas a reviravolta acabou por surgir com total mérito da franquia de New South Wales.
As movimentações do três-de-trás foram essenciais para dar outra expansão ao jogo, alargando o leque de opções para penetrar na linha de defesa contrária e Jack Maddocks foi a unidade que foi capaz de criar um fio condutor tanto no jogo à mão ou ao pé, elevando-se cada vez mais como um 15 de qualidade (quando evoluir na captação de bola no ar poderá realmente ser a solução que os Wallabies procuram para a posição de defesa), potencializando aquele combo que parece algo desconexo na maioria dos jogos – James Ramm somava boas exibições, mas era o “único” nesse sentido – e que agora está a fazer danos reais no Super Rugby AU. Na soma de metros, Jack Maddocks, James Ramme e Alex Newsome somaram 240 metros, 4 quebras-de-linha, 12 defesas batidos, dois ensaios, 8 tackle busts e 6 offloads que encorparam a máquina de ataque da equipa de Rob Penney.
Podiam ter chegado ao ensaio em mais ocasiões, faltando alguma clarividência e uma qualidade superior no último passe, que no entanto não belisca a exibição compacta dos ‘tahs, estando de volta ao caminho certo e com boas perspectivas para atingir um lugar na fase final.
Defesa brilhante dos Reds ou erro letal dos Rebels? (2:45)
DOWN’S: FIXAR E PASSAR PODIA TER SIDO A SOLUÇÃO, NÃO REBELS?
Egoísmo… lembrar esta palavra é essencial para os atletas do Melbourne Rebels que foram excelentemente bem parados na maioria das ocasiões, sendo que podiam até ter chegado ao ensaio caso tivessem feito mais um ou dois passes ou tido outra paciência e calma para circular a bola. Vítimas da sua própria sede de virarem o jogo, na segunda-parte foi vislumbrada uma atitude demasiado individualista, fracassando totalmente no desenho ofensivo colectivo, em particular nos metros antes da linha de ensaio dos Reds.
Tanto Marika Koroibete, como Andrew Deegan, Bill Meakes ou Isi Naisarani tiveram nas mãos 5 pontos literalmente e por um pormenor individualista foram também participantes na derrota final ante os Queensland Reds, algo facilmente visto entre os 55 e 65 minutos de jogo, altura em estiveram “fechados” dentro da área de 22 metros da equipa da casa.
Têm capacidade de fazer as melhores jogadas e combinações no ataque do Super Rugby AU, mas não serve de nada quando assumem uma postura de individualidade profunda quando a forma de abrir caminho para o ensaio passa pelo exercício de jogar em equipa e evitar o destaque individual.
OS ASES DA JORNADA: BYRON RALSTON, JACK MADDOCKS, HAMISH STEWART E FRANK LOMANI
Mais uma boa exibição do ponta da Force, fazendo sempre bom uso das ocasiões em que teve a oval em seu poder, como se mostra pelas três quebras-de-linha, cinco defesas batidos, quatro offloads e três tackle busts, tendo percorrido um máximo de 20 metros.
Já falámos de Maddocks neste análise à 7ª jornada e, merecidamente, voltamos a referir-lo devido ao papel que teve na vitória dos Waratahs em Perth. Com quase 100 metros conquistados e um ensaio entre as poucas quebras-de-linha, foi também pela excelência do jogo ao pé que alimentou os Waratahs.
Começa a ser um nome em voga nos Reds (e que tem despertado até uma atenção da federação escocesa, pois tem família do país europeu, podendo jogar caso queira pela Escócia) e realizou uma exibição poderosa na defesa, com 15 placagens e 2 turnovers, terminando em beleza o encontro com um ensaio imparável para a defesa dos Rebels.
Frank Lomani bem tentou dar outra resposta, conferindo um jogo de passe de qualidade e um virtuosismo irascível que criou constantes problemas para a defesa dos Reds, imprimindo uma velocidade enérgica às fases estáticas ou espontâneas e tentando estar sempre no encalço do portador da bola.
OS NÚMEROS DA JORNADA
Mais pontos marcados: Will Harrison (Waratahs) – 13 pontos
Mais ensaios marcados: Vários – 1
Mais quebras-de-linha: Jack Maddocks (Waratahs) – 3
Mais placagens: Michael Hooper (Waratahs) e Jeremy Thrush (Force) – 16 (16 efectivas)
Mais turnovers: Fraser McReight (Reds) – 5
Mais defesas batidos: Jake Gordon (Waratahs) – 4
Melhor da Jornada: Hamish Stewart (Reds)
Ensaio do melhor da semana, Hamish Stewart (3:16)