Series de Junho – embate de hemisférios

Rodrigo FigueiredoMaio 30, 20185min0

Series de Junho – embate de hemisférios

Rodrigo FigueiredoMaio 30, 20185min0
Junho é mês de exames, início de férias para alguns e festas religiosas... mas no Hemisfério Sul é altura de confrontos entre selecções de diferentes hemisférios. Tudo neste artigo

As Series de Junho serão marcadas por intensos e aliciantes encontros entre as Selecções de Hemisférios diferentes. É tempo das potências do velho continente rumarem ao Sul para defrontarem as suas congéneres “from down there”. A França terá pela frente os All Blacks, enquanto que a abatida selecção da Rosa quererá sair do pesadelo das Seis Nações e voltar às conquistas contra os Springboks. Já a Irlanda desloca-se à Austrália para tentar provar que também consegue vencer longe de casa, factor fundamental quando estamos a menos de um ano e meio do Mundial do Japão.

Não são só estas três “Series” que Junho nos vai proporcionar. Aliás, para além destes jogos muito antecipados, teremos outros de tanto ou maior interesse rugbistico. Ver como a Escócia conseguirá adaptar-se ou não a três adversários distintos, como a Geórgia competirá com Tonga depois de ter vencido em 2015 e até mesmo se o Japão conseguirá “dar o salto” frente à “squadra azzurra”.

Les Bleus vs The Mighty All Blacks

Serão porventura as Series mais desniveladas em termos teóricos, até porque os jogadores que actuam no Super Rugby estão a entrar na fase da competição onde a forma deveria atingir um pico e os franceses, bem, os que ainda jogam em França estão num final de época esgotante. Um dos problemas da equipa francesa tem sido, como já falado noutro artigo ( https://fairplay.pt/modalidades/rugby/top-14-e-o-xv-de-franca-que-futuro/), a prevalência excessiva, dirão alguns, de jogadores estrangeiros nas equipas do Top 14 e até mesmo da Pro D2.

Ainda assim e apesar dos resultados não terem sido vitórias, as derrotas foram vendidas muito caras ( Johnny Sexton estragou a festa em Paris com um drop), e Jaques Brunel poderá conseguir uma surpresa se alinhar com a equipa na máxima força. Veremos  se o clichê “which France will turn up?” se manterá ao longo de três duros e longos jogos contra os All Blacks. Bem, dos All Blacks espera-se o mesmo de sempre, que mesmo num dia mau lá resolvam a coisa com Barrett(s) e companhia.

Final do Campeonato do Mundo de 2011 (Fonte: photosport.co.nz)

Eddie, Eddie, Eddie…e Rassie claro!

A digressão inglesa estará sobre tensão extraordinária depois de uma campanha desastrosa nas Seis Nações em que se pedia o tri-campeonato e acabou-se a evitar o 6º lugar ( Saluti fratelli!). Eddie Jones é neste momento um homem pressionado a conseguir resultados e a voltar a conseguir a consistência exibicional. Mas se em Fevereiro uma das desculpas do fracasso inglês foi a falta de descanso dos seus “Lions”, como estarão agora esses mesmos jogadores? Os Saracens conquistaram a Premiership inglesa e isto poderá dar um ânimo suplementar a jogadores-chave como Farrell, Itoje e Jamie George. Veremos se a “Rosa” não sai do país do arco-íris sem resultados, sem confiança no seu jogo e até mesmo sem treinador.

Do outro lado da barricada estará Rassie Erasmus, antigo Springbok, que terá o sempre trabalhoso desafio de montar uma equipa sul-africana com uma ideia de jogo comum a todos os jogadores. Isto porque analisando os jogos do Super Rugby, são vários os estilos de jogo utilizados pelas franquias Sul-africanas e enquanto os Sharks e Stormers parecem recuperar algum instinto atacante, são os Lions que continuam a praticar o melhor Rugby no país de Mandela e Tutu. Veremos que impacto trará Erasmus para os Springboks que preparam a fase de grupos do Mundial onde defrontarão a Nova Zelândia.

Da última vez que se encontraram na África do Sul o resultado foi este:

Esmeraldas e Cangurus

A Irlanda campeã em título das Seis Nações 2018 terá pela frente os Wallabies. Será? Depois de ver reduzido o número de equipa a participar no Super Rugby, por exclusão da Western Force, os australianos atravessam um momento díficil. Os Waratahs são líderes da conferência, mas têm menos pontos que os Jaguares, por exemplo. Já a Irlanda parece atravessar uma época para recordar.

O Leinster, uma das principais províncias irlandesas, conquistou a Champions Cup e o Pro 14, augurando um conjunto significativo de jogadores importantes como Sexton, Furlong e Kearney muito motivados para conquistar as Series frente aos Wallabies. Veremos se a sede de vitórias ficou na Irlanda ou se chegam ao país dos cangurus com a ambição redobrada. “We’ll see, mate!”

O último jogo foi ganho pela Irlanda, veremos se conseguirão ganhar as Series:

Nota final: Num próximo artigo serão feitas considerações sobre as digressões da Escócia, do País de Gales e como poderá o Japão confirmar-se como equipa em rápida ascensão para receber o Mundial do próximo ano. Não percam!


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