Seis Nações 2019: Inglaterra de regresso ao título?
O ano de 2018 será, para alguns ingleses, um ano a não recordar. Para outros, com uma visão mais abrangente, será exactamente o oposto, um ano para nunca mais esquecer e ter a certeza que tudo farão para que não se repita. Um desses “ingleses” será Eddie Jones, que depois de ver a equipa que comanda acabar em 5º lugar no torneio do ano passado, terá certamente as armas apontadas ao título das Seis Nações 2019. Se tal acontecer terá a confiança e o apoio do público inglês mas principalmente um grupo unido em torno do objetivo maior, vencer a Web Ellis Cup 16 anos depois.
A verdadeira casa das máquinas inglesa
Itoje, Hughes, Vunipola(s), Shields, Tuilagi e Te’o. Se mais alguma coisa fosse preciso dizer acerca das opções da Inglaterra para bater um adversário em força, acrescentaria Lawes, Launchbury, Sinckler ou Cokanasiga (vejam este!). Esta é capaz de ser (no papel) a Inglaterra mais poderosa fisicamente tanto em termos de “pack avançado” como no centro do campo das últimas décadas. Claro que não nos podemos esquecer de Martin Johnson, Dallaglio e Hill, mas se as lesões não forem tão penalizadoras como nos últimos anos, o plano de jogo bem pode ser “run straight,boys!”. Eddie Jones não é novo nestas andanças e sabe que este tipo de estratégia funcionará contra a Itália e talvez contra a França, mas para ganhar as Seis Nações e ser um concorrente a ter em conta para o Mundial de Setembro, Jones terá de ser, e será, mais inteligente que isso. Se tudo o resto não resultar, aí sim, sabe que pode dizer aos seus jogadores para correrem em frente, para se manterem agrupados e que eventualmente chegarão ao ensaio. Ainda assim, não tem sido esse jogo que Jones tem promovido e que deu nova vida ao estilo de jogo inglês, mas com os verdadeiros armários que dispõe, terá (apenas) de criar dúvidas aos adversários. Se estes jogarem pressionantes e fechados, Ashton e Daly tratarão de explorar os espaços exteriores; se por outro lado preferirem ocupar mais ao largo, preparem-se para jogar no pé de trás, porque serão precisas muitas placagens ofensivas para parar esta autêntica casa das máquinas.
O fantasma Irlanda (e França e Escócia e…)
No dia 2 de Fevereiro, no Aviva Stadium, jogar-se-á muito mais do que um jogo da ronda inaugural das Seis Nações. A Inglaterra vai à procura da vingança da derrota em Twickenham enquanto que a Irlanda vai tentar deixar claro ao mundo da Oval que são o alvo a abater no Hemisfério Norte. O embate prometedor terá certamente muitos espectadores, uns mais especiais que outros, como Hansen ou Erasmus. Depois do Aviva segue-se a França em Londres e o País de Gales no Millenium, que servirão de teste à profundidade das opções que Jones tem para manter a sua equipa dentro dos jogos e acabar por vencê-los.
O regresso de Ashton
Chris Ashton regressou ao país de Sua Majestade depois de uma incursão pelo solarengo sul de França ao serviço do RC Toulon onde marcou 24 ensaios em 23 jogos. Acabou, ainda assim, por protagonizar um momento menos feliz num jogo da Champions Cup contra o Bath, onde o seu jogo ao pé deixou algo a desejar.
Mas Ashton acrescenta à sua equipa muito mais do que os eu jogo ao pé. É um autêntico “finisher” e se a estratégia da Inglaterra passar por lhe dar espaço, poderão contar com ele para marcar ensaios. O XV apresentado por Eddie Jones poderá muito bem ter em conta esta alternativa.
Os 35 escolhidos por Jones
Avançados: Jack Clifford (Harlequins), Dan Cole (Leicester Tigers), Luke Cowan-Dickie (Exeter Chiefs), Tom Curry (Sale Sharks), Ben Earl (Saracens), Ellis Genge (Leicester Tigers), Jamie George (Saracens), Nathan Hughes (Wasps), Maro Itoje (Saracens), George Kruis (Saracens), Joe Launchbury (Wasps), Courtney Lawes (Northampton Saints), Ben Moon (Exeter Chiefs), Brad Shields (Wasps), Kyle Sinckler (Harlequins), Jack Singleton (Worcester Warriors), Billy Vunipola (Saracens), Mako Vunipola (Saracens), Harry Williams (Exeter Chiefs), Mark Wilson (Newcastle Falcons)
3/4’s: Chris Ashton (Sale Sharks), Mike Brown (Harlequins), Joe Cokanasiga (Bath), Elliot Daly (Wasps), Ollie Devoto (Exeter Chiefs), Owen Farrell (Saracens), George Ford (Leicester Tigers), Jonny May (Leicester Tigers), Jack Nowell (Exeter Chiefs), Dan Robson (Wasps), Henry Slade (Exeter Chiefs), Ben Te’o (Worcester Warriors), Ollie Thorley (Gloucester), Manu Tuilagi (Leicester Tigers), Ben Youngs (Leicester Tigers)
XV provável:
1- Mako Vunipola, 2- Jamie George, 3- Dan Cole, 4- Maro Itoje, 5- George Kruis, 6- Brad Shields, 7- Tom Curry, 8-Billy Vunipola
9- Ben Youngs, 10- George Ford, 11- Elliot Daly, 12- Ben Te’o, 13- Henry Slade, 14- Chris Ashton, 15- Mike Brown
Nota para uma cirurgia à mão de Owen Farrell que o poderá afastar dos primeiros jogos e daí a não inclusão no XV provável. Hartley também se encontra lesionado pelo que a capitania será também um assunto a preparar para o torneio deste ano.
Notas especiais para: Mark Wilson que terá a sua estreia no Torneio das Seis Nações depois de um fim de ano de 2018 muito positivo; Dan Robson terá também a oportunidade de se estrear, provavelmente como suplente de Ben Youngs.