Seis Nações 2018 – Será a Escócia a grande surpresa deste ano?

João OliveiraJaneiro 23, 20185min0
A Escócia começa a criar sérios problemas aos grandes candidatos mundiais e nestas Seis Nações pode ser o seu momento. Toda a análise neste artigo

Com os holofotes virados para as favoritas Inglaterra e Irlanda, terá a Escócia uma oportunidade de brilhar na próxima edição das seis nações? Veja a análise feita pelo Fair Play.

Em poucos anos e muito graças ao trabalho do antecessor timoneiro, o neozelandês Vern Cotter, a Escócia passou da disputa da “colher de madeira” com a Itália para se tornar numa das candidatas ao título das Six Nations.

A edição de 2018 vai meter à prova o excelente momento que atravessa e veremos se será a grande surpresa deste ano com a conquista do torneio que lhe foge desde o ano de 1999.

Em 113 torneios disputados, apenas venceu por 14 vezes, mas após um grande ano civil de 2017 em que se destacou no torneio das seis nações num meritório 4º lugar com as mesmas vitórias e derrotas que a Irlanda (2º lugar) e França (3º lugar), fugindo ao pódio apenas pela diferença pontual.

A Escócia aparece em 2018, com mais certezas de que o título está cada vez mais enraizado na equipa e nos adeptos.

Os Test-Match´s de Novembro vieram confirmar a ascensão desta verdadeira equipa, já sob o comando do escocês Gregor Townsend, com duas vitórias em três jogos, venceram a Samoa por 44-38, tiveram um excelente desempenho frente aos All Blacks onde acabaram por perder por 17-22 com um final de jogo alucinante em que os escoceses quase faziam história na bola de jogo e para fechar o ano fizeram uma exibição categórica, vencendo a Austrália por uns expressivos 53-24 e assim ascenderem ao quinto lugar do ranking mundial da World Rugby.

Um mágico Stuart Hogg e uma muralha Dunbar/Jones

A Escócia é claramente uma ameaça pelo seu todo, principalmente pela força impetuosa do seu pack avançado que trabalha exaustivamente durante os 80 minutos de jogo. Mas há na nossa análise dois aspetos determinantes para esta nova era escocesa, são eles Stuart Hogg e a dupla de centros Alex Dunbar e Huw Jones.

Para Hogg todas as palavras são poucas para definir as suas qualidades técnicas, uma ameaça constante dentro das quatro linhas, quer seja pelas fintas imprevisíveis, os metros ganhos na conquista territorial ou pelo seu jogo ao pé.

É um líder nato dentro de campo e a atribuição de melhor jogador do torneio em 2017 é um certificado da sua qualidade. Um dos melhores do mundo na atualidade.

Passando para outro ponto forte desta seleção escocesa, temos a muralha Dunbar e Jones. Ambos fisicamente muito fortes e que se complementam na perfeição, Dunbar um jogador mais físico, muito forte defensivamente, exemplo disso foi ter sido o jogador com maior número de turnovers na Six Nations 2017.

Huw Jones após a passagem pelos Stormers no Super Rugby, veio revolucionar a linha de ¾ da Escócia com um rugby atrativo e de risco, um jovem jogador que tem o seu lugar garantido no quinze titular.

 Um pack avançado que vale pelo seu todo, um líder John Barclay e um finalizador Tommy Seymour

É inspirador e motivador quando o Murrayfield Stadium começa a puxar pelos seus “avançadões” em situações de combate extremo, é uma identidade indissociável desta equipa. Desde os guerreiros irmãos Gray, o grande placador Hamish Watson, o poderoso David Denton e o líder John Barclay, são eles que muitas vezes fazem o trabalho duro e importante no dinâmico modelo de jogo utilizado.

Não há espaço para um nome sonante, por isso é enriquecedor ver a forma como jogam em equipa. A equipa é um espelho do seu capitão John Barclay, disponibilidade e entrega total ao jogo é um dos principais segredos da Escócia.

E por falar em segredos, temos a arma secreta Tommy Seymour, o experiente jogador do Glasgow Warriors e British Irish Lions é peça fundamental no jogo oportunista da Escócia, o seu posicionamento inteligente dentro de campo é muitas vezes traduzido em pontos para a sua equipa. Já leva mais de 80 pontos pela seleção principal e o título das seis nações seria o coroar de uma grande carreira ao mais alto nível.

A surpresa atómica de seu nome Ali Price

A Escócia sempre foi conhecida pela escola exímia de médios de formação, quem não se lembra do capitão Mike Blair ou de Chris Cusiter. Uma das grandes dores de cabeça do selecionador Gregor Townsend vai ser a escolha para a posição de médio de formação. Por um lado temos o experiente Greig Laidlaw, regressado de lesão, e por outro temos o jovem Ali Price que aproveitou da melhor forma a ausência de Laidlaw para mostrar serviço, sendo na nossa opinião o favorito a entrar no quinze inicial frente a Gales no Millenium Stadium.

Previsões do Fair Play

MVP DA IRLANDA: Stuart Hogg (Glasgow Warriors)
MELHOR AVANÇADO: Hamish Watson (Edinburgh Rugby)
MELHOR 3/4’S: Stuart Hogg (Glasgow Warriors)
SURPRESA: Ali Price (Glasgow Warriors)
XV TITULAR (PROVÁVEL): 1 Darryl Marfo, 2 Stuart McInally, 3 Jon Welsh, 4 Richie Gray, 5 Jonny Gray, 6 John Barclay (Capitão), 7 Hamish Watson, 8 Cornell du Preez, 9 Ali Price, 10 Finn Russell, 11 Sean Maitland, 12 Alex Dunbar, 13 Huw Jones, 14 Tommy Seymour e 15 Stuart Hogg.

O Melhor Jogo da Escócia nas Seis Nações 2017


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