Portugal a caminho de jogar contra os Springboks
Confirmado, os “Lobos” vão ter a oportunidade de jogar frente aos tetra campeões do Mundo, os “Springboks“, já no próximo Julho de 2024, sendo o primeiro jogo de sempre entre as duas selecções que nunca se encontraram em Mundiais ou em outros períodos competitivos.
O jogo está confirmado para o dia 20 de Julho, com os supercampeões do Mundo a receberem os “Lobos” – estádio ainda por apurar. Não há informações sobre bilhetes, mas a Federação Portuguesa de Rugby e a SARU irão informar os adeptos que desejarem viajar até à África do Sul para assistir a história ser feita!
Portugal jogou só por uma vez contra um conjunto da SARU, em 2000 ante os sub-23, e será um marco extraordinário para a história do rugby nacional. A nível comercial e de imagem Portugal será a segunda selecção a ter o prazer de jogar frente aos “Springboks”, com a Irlanda a ter uma digressão marcada para o início desse mês de Julho, o que eleva ainda mais esta novidade.
Porém, e apesar do excelente anúncio, continua a escassear a resposta a três questões fundamentais e que têm sido alvo de alguma preocupação por parte dos adeptos nacionais:
- Quem será o novo seleccionador Nacional?
- Esse novo seleccionador Nacional vai ter a liberdade de fazer as opções que entender, ou será pressionado por terceiros (como foi “tentado” no início da era Patrice Lagisquet)?
- Qual é a estratégia da Federação Portuguesa de Rugby não só para os próximos 3 anos, como para os 10?
O facto é que Patrice Lagisquet, numa recente entrevista, deixou várias críticas à estrutura federativa, críticas essas que já tinham sido feitas por outros antigos membros do staff ou consultores exteriores, que advertiram da necessidade da instituição fazer sérias reformulações internas, fulcrais para dar o próximo passo.
A visita a território inglês em Fevereiro, a recepção a uma selecção irlandesa composta por jogadores da AIL (a liga de clubes amadores irlandeses, e que normalmente fornece alguns jogadores para o Leinster, Munster, Ulster e Connacht) em Março e agora a possibilidade de jogar ante a África do Sul são provas que há algum interesse internacional por Portugal, e qualquer passo em falso poderá comprometer o que foi construído no Campeonato do Mundo 2023, um feito que foi alcançado graças ao trabalho conjunto de jogadores e staff não só nascido em Portugal, como em França ou noutros locais.
Para este jogo frente aos “Springboks” é fundamental que os “Lobos” contem com Francisco Fernandes, Raffaele Storti, Mike Tadjer, Tomás Appleton, Manuel Cardoso Pinto, Rodrigo Marta, Nicolás Martins, Anthony Alves, Joris Moura, Duarte Diniz, João Granate e todos os outros que têm se dedicado horas e dias à selecção nacional, com esta união das várias partes a ter sido a razão do sucesso em 2023.
Com o Rugby Europe Championship 2024 a ser o primeiro teste após o Campeonato do Mundo, o futuro de Portugal tem de ser bem pensado já este Dezembro não só com um seleccionador nacional efectivo (não poderá ser um temporário ou sujeito a direcções alheias à estrutura), como um staff totalmente profissional e uma série de semiprofissionalizações dos atletas a actuar no estado nacional.