Glasgow Warriors, os novos donos da URC
O United Rugby Champioship é talvez a terceira liga mais importante no Mundo da Oval neste momento: o TOP 14 e a Premiership em destaque nos primeiros lugares e depois esta Liga de misturas várias, que se soube sempre re-inventar e proceder a alargamentos quando necessário.
Com os tempos da COVID, o rugby do hemisfério Sul, principalmente o Australiano e Neo-Zelandês não se souberam reformular. Os sul Africanos decidiram arriscar e muito bem, uma deslocalização competitiva.
O URC tem equipas Galesas, Escocesas, Italianas, Irlandesas e Sul-Africanas, uma mistura improvável que muitos disseram que não iria resultar mas que tem, paulatinamente, mostrado valor acrescido.
Os quartos de final realizaram-se nos dias 7 e 8 Junho com os seguintes alinhamentos:
Munster (primeiro) – Ospreys (oitavo)
Vodacom Bulls (segundo) – Benetton Treviso (sétimo
Leinster (terceiro) – Ulster (sexto)
Glasgow Warriors (quarto) – DHL Stormers (quinto).
Três equipas Irlandesas, duas equipas sul-Africanas, uma equipa Galesa, uma equipa Italiana e uma equipa Escocesa na ponta final da competição.
De fora ficaram as equipas classificadas entre o nono e décimo sexto lugares: Emirates Lions, Edimburgh Rugby, Connacht Rugby, Cardiff Rugby, Scarlets, Hollywoodbets Sharks, Dragons e Zebre Parma.
Num fast-forward para as meias finais, os Bulls ultrapassaram o Leinster por 25-20 e Glasgow derrotou o vencedor da fase regular, o Munster por 10-17.
As equipas Sul-Africanas vieram baralhar as contas dos habituais clientes dos quartos e meias finais e apesar das viagens que as equipas têm de fazer e apesar de isso ser um pesadelo logístico para as equipas, o que é facto, é que as franquias Sul-Africanas vieram trazer o seu perfume para o hemisfério Norte.
Esta liga, que à primeira vista poderia parecer uma salada complexa de substâncias imiscíveis, é na realidade um prado rico em biodiversidade.
A final entre Bulls e Glasgow realizou-se a 22 de Junho, com Franco Smith aos comandos dos Escoceses desde Agosto de 2022 e Jake White no comando dos Sul-Africanos desde 2020.
Foi um jogo assistido por 50 mil pessoas no Estádio Loftus Versfeld, com uma entrada muito física de ambas as equipas. A maior posse territorial permitiu que a equipa “da casa” pudesse desenvolver melhor o seu jogo, encontrando-se aos 26 minutos com uma vantagem de 13 pontos a zero. Ainda antes do intervalo, os Escoceses conseguiram ganhar momentum e reduziram para 13-7. Bons mauls dinâmicos, boa reciclagem de bola e muito bom trabalho no break-down foram os elementos que fizeram com que o marcador começasse a pender para equipa visitante. Com dois ensaios nos primeiros 20 minutos da segunda parte, onde a equipa dos Bulls começou a desleixar-se na defesa à volta do ruck, o teor da noite, mudaria de maneira decisiva. Apesar de um relvado em más condições e muito pesado, foi possível observar jogadas de jogo aberto com fluidez e basculação além de boa velocidade.
Os ensaios escoceses foram de Cummings, Turner e Huw Jones, com Horne a fazer as três conversões.
Os Escoceses bateram 41 defesas contra 14; 93% de sucesso nas placagens contra 81%; 113 m de Jack Dempsey contra 51m de Elrigh Louw; tendo no entanto cedido 17 penalidades contra apenas 10 dos sul-Africanos.
Desde o ingresso das equipas Sul-Africanas em 2021, registe-se a vitória dos Stormers frente aos Bulls na final em 21/22 depois de dois anos de Leinster, a vitória do Munster frente aos Stormers em 22/23 e agora, Glasgow a vencer os Bulls, naquela que foi a primeira vitória desde a consagração em 2014/2015.
Numa nota complementar, no que às três principais competições diz respeito, os Northampton Saints venceram o Bath por 25-21 na final da Gallagher Premiership e a final do Top 14 terminou com a vitória do Toulose no Orange Vélodrome de Marselha frente ao UBB.
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— Glasgow Warriors (@GlasgowWarriors) June 25, 2024