Portugal fracassa novamente – o “maul” do Europeu de sub-20

Pelo segundo ano consecutivo, Portugal perdeu frente aos Países Baixos e fica arredado da decisão da luta pelo título do Europeu de sub-20, vergando novamente devido a erros impercetíveis e que começaram na forma como a equipa foi preparada para a competição.

MVP: SANTIAGO LOPES (TALONADOR)

O capitão foi amarelado, mas nem esse factor fez com que deixasse de ser o nosso MVP, muito pelo trabalho imposto na defesa, fases-estáticas e contra-ruck, sendo que acabou por introduzir erradamente a bola no alinhamento em três situações.

Santiago Lopes é fisicamente um jogador agressivo e massivo, capaz de fazer mossa no contacto andando sempre para a frente.

A liderança pode não ter sido perfeita, mas se Portugal esteve por cima até ao apito final adveio de como o capitão tentou manter a equipa unidade mesmo quando o jogo não corria de feição.

PONTO ALTO: DOMÍNIO NAS FASES-ESTÁTICAS NÃO CHEGOU

Seis penalidades conquistadas na formação-ordenada e quatro no maul dinâmico, mas só 10 pontos advieram dessa vantagem, o que significa que valeu de pouco ter esta parte do jogo bem trabalhada. Portugal nunca foi capaz de fazer um uso correcto do seu domínio, infligindo pontos logo ao início quando a lei do jogo mandava, ou transformar essa vantagem como uma componente de estabilização mental nos momentos mais críticos.

A saída de Luís Lopes por lesão (um lance que deixou muitas dúvidas, uma vez que o pilar estava desorientado parecendo que foi atingido na cabeça) não ajudou a que a formação-ordenada mantivesse o mesmo nível de domínio, mas ao longo do tempo ainda foi enviando o adversário para trás.

Fica o ensaio de penalidade marcado pela formação-ordenada.

PONTO A MELHORAR: MENTALIDADE RUIU APÓS UM ERRO

Arrogância ou ambição? Estas duas qualidades podem ser confundidas dependendo dos casos, mas no jogo entre Portugal e os Países Baixos ficou bem claro que houve um excesso de arrogância na forma como decidiram fazer uso das várias penalidades ou na utilização da posse de bola. Só ao fim de seis penalidades é que Portugal marcou pontos, e só ao fim de mais duas é que apontaram aos postes invés de investir novamente num maul que nada resultou.

O primeiro ensaio dos Países Baixos advém de um erro de passe que terminou numa intercepção, ficando bem vincada uma falta de concentração total e que foi transversal a toda a equipa. O facto de terem dominado a posse de bola durante 27 minutos da 2ª parte e não terem conseguido marcar mais que três pontos – um ensaio feito perdido por um erro individual gritante – foi a continuação dos erros do foro psicológico e não só.

Adicionar o facto de que a linha de três-quartos nunca jogou à mão como sabe, não tendo gerado uma única jogada que tivesse cabeça, tronco e membros durante os 80 minutos.

Com um conjunto tão talentoso enquanto este, pedia-se mais atenção por parte de todos os intervenientes, independentemente se houve um Campeonato do Mundo masculino sénior pelo meio ou não.

MARCADORS

Ensaio: Ensaio de Penalidade
Penalidade: Manuel Vareiro (3)