Portugal e o tour a África: análise à convocatória

Francisco IsaacMaio 31, 20244min0

Portugal e o tour a África: análise à convocatória

Francisco IsaacMaio 31, 20244min0
Simon Mannix já desenhou a sua primeira convocatória e há novidades na lista de convocados de Portugal para a viagem a África

Portugal vai começar a preparação para o tour a África, onde os Lobos irão defrontar a Namíbia (12 de Julho) e África do Sul (20 de Julho), com Simon Mannix a ter já divulgado a sua primeira lista de convocados com algumas novidades, regressos e certezas.

RETORNOS DESEJADOS

Comecemos pelas excelentes notícias: Francisco Fernandes (49 internacionalizações), Samuel Marques (25 internacionalizações), Cody Thomas (1 internacionalização), Joris Moura (3 internacionalizações), David Costa (28 internacionalizações),  Lucas da Silva (por estrear) e Diogo Hasse Ferreira (41 internacionalizações). Os retornos de Marques e Fernandes são notícias estrondosas para o rugby nacional, com ambos a serem vistos como fulcrais para o presente do rugby nacional, mesmo que o pilar já ostente uns poderosos 38 anos de idade, mostrando uma vitalidade sem igual e vontade de continuar a ombrear com os mais novos. Thomas, que chegou a estar convocado para o encontro frente à Bélgica, está também de volta depois de uma boa temporada pelo Rouen Normandie, enquanto David Costa é outro saudável regresso, depois de ter sido um dos melhores jogadores de Portugal no Campeonato do Mundo 2023. Joris Moura, que acabou por não ter tanto espaço para brilhar em França 2023, fez uma estrondosa recta final na Pro D2 e reconquista o seu lugar não só na convocatória, como deverá ter a honra de vestir a camisola 10. Diogo Hasse Ferreira, que falhou a final frente à Geórgia, faz parte da lista de convocados o que oferece uma primeira-linha de “sonho” aos Lobos para estes internacionais de Julho.

Entre novidades temos Nicolás Fernandes, que se estreou por Portugal “A” em Março, está na lista, assim como o Diego Pinheiro Ruiz, com este a ter já jogado pelos Lobos ante a Polónia, Roménia e Espanha. Domingos Cabral, recuperado de uma lesão ao joelho, volta a merecer a confiança a par de Manuel Vareiro e José Paiva dos Santos.

COMO SE PREFILA A EQUIPA

Bem, primeira nota a retirar é que o cinco-da-frente está ao seu melhor nível, faltando Steevy Cerqueira (no fim da sua recuperação à lesão sofrida em Janeiro) e José R. Andrade para conferir ainda mais altura e experiência ao pack. Contudo, Nicolás Fernandes poderá ser a solução para a segunda-linha, montando uma parelha interessante com Martim Bello, empurrando José Madeira para a posição de asa fechado, posição em que brilhou com estrondo pelo Grenoble nestes últimos quatro meses. Nicolás Martins e João Granate deverão ocupar os lugares de 8 e 7, formando uma terceira-linha de franca alta qualidade e a par daquilo que vimos no Campeonato do Mundo 2023. Indo à primeira-linha, se Lucas da Silva estiver mesmo presente, então com Francisco Fernandes, David Costa de um lado e Cody Thomas e Diogo H. Ferreira do outro, Portugal atinge um patamar que poderá ser em linha do vivido com Patrice Lagisquet, e muito diferente do que foi no Men’s REC 2024 – sem faltar respeito a nenhum dos outros intervenientes presentes nessas convocatórias. Luka Begic deverá lutar pela titularidade com Lucas da Silva, mas Pedro Vicente deverá ter uma palavra a dizer, com António Prim e Abel da Cunha a correrem por fora.

Nas linhas-atrasadas as dúvidas são poucas, pois Samuel Marques deverá voltar a vestir a camisola 9 com Hugo Camacho como seu “aprendiz”, enquanto Joris Moura terá a sua primeira grande oportunidade para se afirmar como o 10 principal de Portugal e lançar um belo desafio a Aubry e Portela que falharam a convocatória. Manuel Vareiro e Domingos Cabral olham para hipótese de somar as suas primeiras internacionalizações, mas não deverá ser missão fácil. Tomás Appleton e José Lima vão formar o par de centros, com a possibilidade de Rodrigo Marta estar como plano B, pois o atleta do Colomiers deverá estar na ponta direita, com Manuel Cardoso Pinto a ocupar a esquerda e Simão Bento no lugar de defesa. Há poucas soluções para os centros e pontas, e por essa razão Vasco Leite, Diogo Rodrigues e Gabriel Aviragnet (o jogador do Albi joga como nº12) estão em contenção.

É claramente uma selecção mais adulta, experiente e que pode efectivamente oferecer outros argumentos aos Lobos no pack de avançados, mantendo boa parte do principal core nos 3/4s, estando agora nas mãos do staff e jogadores demonstrarem que vamos ter Portugal ao seu melhor nível neste tour, com o olhar colocado no Men’s REC 2025.

Nuno S. Guedes, David Wallis, Pedro Bettencourt, Hugo Aubry, Vincent Pinto e Raffaele Storti ficaram todos de fora por lesão, como comunicado pelos seus clubes nos últimos meses/semanas, sendo que outros jogadores estarão na mesma situação, algo comum quando falamos em situações de fim de temporada. Dificilmente irão estar na lista final de convocados para o tour à África do Sul.


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