Os upgrades das selecções do Mundial de Rugby 2023
No Mundial 2023, das 20 seleções em prova, todas apresentam vários jogadores nascidos noutros territórios, alguns deles tendo inclusive chegado a representar outras seleções.
Apresentamos neste artigo, alguns elementos das principais seleções que são figuras nas suas equipas, mas que nasceram ou já jogaram por outro país.
Samoa tem uma grande comunidade nascida fora da pequena ilha. Dos 33 convocados para este mundial, quase 73% nasceram fora da ilha Samoana, sendo que muitos deles representaram Austrália e Nova Zelândia, alguns a nível sénior.
Charlie Faumuina e Christian Lealifano estiveram em mundiais ao serviço de Nova Zelândia e Australia, mas nomes como Steven Luatua ou Lima Sopoaga também representaram os All Blacks.
Tonga apresenta 60% de jogadores nascidos fora, e também nesta seleção há jogadores que já jogaram mundiais por outras seleções. É o caso de Malakai Fekitoa, campeão do mundo em 2015 pela Nova Zelândia.
Goerge Moala ou Augustin Pulu também vestiram a camisola preta, já Adam Coleman foi internacional wallaby em diversas ocasiões.
O Japão cresceu muito nos últimos anos, muito graças à importação de talento estrangeiro.
17 dos 33 convocados nasceram fora do Japão, sendo os países de nascimento destes 17 elementos muito variados, indo da Coreia à África do Sul.
Apesar da forte comunidade do pacifico, com vários jogadores nascidos em Tonga e nas Fiji, destaque para os sul africanos Dylan Riley e Peter Labuschagne e para o lendário Michael Leitch, nascido na Nova Zelândia.
A Escócia também apresenta uma forte comunidade estrangeira na sua equipa. E se a tradição já nos vinha habituando a alguns ingleses de nascimento a representarem a seleção azul, nos últimos anos a turma de Gregor Townsend trouxe elementos de nível altissimo do hemisfério sul, com destaque para o trio sul africano Pierre Schoeman, Kyle Steyn e o poderoso Duhan van der Merwe, mas também para os “aussies” Jack Dempsey (convocado pela Austrália para o mundial 2019) e Sione Tuipulotu.
Mesmo a super Nova Zelândia já aderiu a este alargar da montra de recrutamento, como prova a convocatória de dois australianos de nascimento, Tyrell Lomax e Ethan De Groot.
Finlay Christie nasceu na Escócia, e nomes como Shannon Frizell, Leicester Fainga’anuku e Samisoni Taukei’aho formam a unidade de Tonga que representa os All Blacks.
A incrível Irlanda foi das seleções que mais cresceu através do talento importado.
Os neozelandeses James Lowe, Jamison Gibson-Park e Bundee Aki são titularíssimos da equipa irlandesa, e figuras de proa da equipa de Chris Farrell. Mack Hansen, nascido na Austrália, também se tornou rapidamente indiscutível nas opções de Farrell.
Pegando agora na Austrália, é seguro afirmar que duas das principais figuras da equipa nasceram nas Ilhas Fiji. Samu Kerevi e Marika Koirobete são fundamentais na equipa há vários anos. O capitão da seleção australiana, Will Skelton, também não nasceu em território aussie.
As seleções inglesa e francesa apresentam números mais baixos do que toca à percentagem de jogadores nascidos fora do país.
Ainda assim, destacar Manu Tuilagi, Billy Vunipola e Marcus Smith, nascidos em Samoa, Austrália e Filipinas, respetivamente.
Na anfitriã França, destaque para o gigante pilar Uini Atonio, neozelandês de nascimento, e para o entretanto ausente por lesão Paul Willemse, nascido na África do Sul.
Na nossa seleção, a comunidade luso francesa é composta por 10 jogadores, com destaque para Anthony Alves, Steevy Cerqueira, Joris Moura e Vincent Pinto, todos internacionais jovens pela França.
Isto só demonstra a força da globalização e o grande crescimento que as selecções presenciaram com o aceitar que um emigrante pode fazer parte da selecção para o país onde vai morar, independentemente de ter nascido ou não lá.