Mundial de Rugby 2027: mudanças radicais ao formato
O Mundial de Rugby 2027, que será realizado na Austrália, irá contemplar profundas mudanças na sua estrutura e calendário, a começar pelo ponto mais importante: aumento para 24 equipas participantes. É um incremento de quatro novas nações, o que reformula, quase totalmente, como o Campeonato do Mundo de rugby tem funcionado desde a sua última expansão em 1999.
Ainda não se sabe como serão alocados os quatro extra lugares, mas possivelmente a Europa receberá um lugar extra, o que em termos práticos significaria que a Espanha teria participado neste Campeonato do Mundo de 2023, caso tivesse sido de 24 selecções.
Com a expansão, entram em prática outras alterações. Deixaremos de ter quatro grupos de cinco selecções, para passar a seis grupos de quatro equipas. Os primeiros dois lugares apuram-se diractamente para os oitavos-de-final, para além dos quatro melhores terceiros classificados. Estas 16 selecções têm o apuramento directo garantido para o Campeonato do Mundo 2031 (nos Estados Unidos da América).
Após os oitavos, mantem-se a programação do “costume”, com quartos, meias e final.
A mudança de fórmula de grupos/qualificação força a que o Campeonato do Mundo sofra uma redução de uma semana na sua extensão, passando de 7 semanas para 6 (a fase-de-grupos passa a ter menos uma jornada em comparação com 2023, por exemplo).
Esta expansão foi votada em unanimidade, e poderá ter sido passada porque a nova competição internacional, a Nations Cup, recebeu luz verdade de uma maioria simples, que irá também ela mudar radicalmente o calendário internacional.
Não sendo este um artigo de opinião, a nova competição que vai bloquear o acesso das selecções denominadas Tier 2 das Tier 1 a partir de 2026, visa a criar quase uma barreira de fundos para as 12 principais selecções – Japão e Fiji juntam-se ao grupo das Six Nations e The Rugby Championship -, enquanto as restantes terão de viver com os “restos” que a World Rugby irá tentar fornecer. Os torneios organizados pela World Rugby têm vindo a decair em qualidade e o financiamento dado aos organizadores não é só limitado, como passa por irrealista e quase uma fantasia em termos de sucesso. A Geórgia votou a favor, mas não foi possível obter declarações desta selecção que também irá ficar de fora do acesso a jogos contra os principais “gigantes” da modalidade.
A Nations Cup ou Nations League irá só ter promoção a partir de 2030, e mesmo assim será feito no modelo de playoff, com apenas uma selecção a poder subir, ou não.
É um modelo insensato e que vai contra a natureza do crescimento do jogo, mas foi aprovado e agora cabe a federações como a portuguesa, romena, uruguaia, chilena, etc, a procurarem soluções e viabilidade económica a partir de 2026.