Mundial de Rugby 2023: análise às exibições dos rivais dos “lobos” pt.3
Fim-de-semana em que Ilhas Fiji, Geórgia e País de Gales entraram em campo, com apenas os “Lelos” a saírem vitoriosos da recepção aos Estados Unidos da América, enquanto a formação do Pacífico Sul foi derrotada pela França, e galeses completamente obliterados pelos campeões mundiais em título, tendo sido estes os principais pontos a reter de mais uma semana de preparação para o Mundial de Rugby 2023.
PAÍS DE GALES COMPLETAMENTE VERGADO EM CARDIFF
Pontos Fortes: alinhamento completou 90% dos seus arremessos; primeira-parte o colectivo funcionou; jogo aéreo significou conquista de território;
Pontos Fracos: defesa falhou no jogo ao largo; formação-ordenada e maul foram tornados obsoletos; defesa ao largo não teve velocidade para acompanhar o ataque dos Springboks; erros constantes na posse de bola;
Lesões: Nada a apontar;
Pouco há para dizer da derrota completamente humilhante do País de Gales na recepção à África do Sul, com os campeões do Mundo a esmagarem a equipa da casa por 52-16, impondo um dos maiores desaires de sempre dos “Dragões Vermelhos”.
Warren Gatland não pode ter ficado minimamente satisfeito com a exibição da sua equipa, especialmente enquanto colectivo, que foram superados em toda a linha, desde a fisicalidade no contacto, a saída a partir da plataforma das fases-estáticas, ou a defesa contínua, caindo por completo ante os Springboks. Poucos pontos positivos há a retirar desta prestação, com o alinhamento a ser uma dessas áreas ou como o banco de suplentes conseguiu devolver alguma confiança e intensidade nos últimos 15 minutos finais.
O País e Gales revelou bastantes falhas no acompanhamento de uma equipa mais rápida e móvel, consentindo constantes erros na abordagem quer na placagem ou na defesa colectiva.
GEÓRGIA DE SERVIÇOS MÍNIMOS GANHA
Pontos Fortes: fases-estáticas funcionaram a 100%; placagem individual e defesa colectiva foi garante; ataque soube criar dificuldades quando arriscou no jogo à mão; condição física de topo;
Pontos Fracos: falha no aproveitamento de oportunidades; disciplina não foi problemático no geral, mas podia ter oferecido ensaios ao adversário; jogo ao pé foi sofrível;
Lesões: Nada a apontar;
Os “Lelos” dominaram quase por complete os Estados Unidos da América, mas o resultado acabou por não traduzir isso, com a Geórgia a terminar com uma vantagem de 15 pontos na recepção a um adversário que perdeu por 26 pontos frente a Portugal.
O que falhou? Foco e compostura frente à linha-de-ensaio. Os “Lelos” experimentaram novas soluções de ataque, mas acabaram por derrapar por completo, e conceder cerca de quatro penalidades e sete bolas perdidas no contacto, acabando por criar alguma irritação junto do staff técnico georgiano. Contudo, e apesar desta falha, a equipa da casa mostrou que as suas fases-estáticas estão limadas e prontas para contrariar o favoritismo quer da Austrália ou País de Gales, com a manobra ofensiva a ser o minimamente lúcida e perigosa para quem está do outro lado.
O ensaio sofrido foi mais distração e falta de comunicação que um erro individual/colectivo grave, e que raramente surgiu no encontro, demonstrando que a Geórgia está no pico da sua forma e pronta para fazer algumas surpresas no Campeonato do Mundo. A maior preocupação está no jogo ao pé, com a formação georgiana a realizar excessivos erros e que acabaram por dar mais bola e esperança aos Estados Unidos da América do que o suposto.
FIJI ANIMOU PARIS
Pontos Fortes: ataque fluiu; fases-estáticas não pecaram, com a formação-ordenada a trabalhar com qualidade; agressividade defensiva incomodou a França;
Pontos Fracos: disciplina acabou por custar quase 22 pontos; não soube contrariar o maul dinâmico francês; últimos quinze minutos foram pautados por erros de controlo de bola;
Lesões: Nada a apontar;
As Ilhas Fiji parecem estar perto do seu melhor, tendo criado sucessivas dificuldades aos “Les Bleus” na segunda-parte, com os primeiros 40 minutos a terem sido o problema, já que a equipa do Pacífico Sul cometeu cerca de 10 penalidades nesse espaço de tempo, comprometendo as suas aspirações para arrancarem um resultado surpreendente da capital francesa.
A urgência em querer recuperar a oval ou a criar pressão na defesa contrária acabaram por empurrar a selecção fijiana para junto da sua área de ensaio e permitir que a França, por Jaminet, fossem acrescentando pontos ao pé, acrescentando dois ensaios já nos últimos 10 minutos da primeira-parte. De qualquer forma, as Fiji foram altamente competitivas, conseguiram construir boas fases-de-ataque e expuseram erros defensivos à França nada comuns, o que é uma nota altamente positiva, mas preocupante para os adversários destes no grupo C. Sami Radradra, Frank Lomani, Vinaya Habosi foram alguns dos melhores das Ilhas Fiji.
No próximo fim-de-semana Geórgia vai visitar o campo da Escócia no dia 26 de Agosto (17h30), enquanto as Fiji vão até a Inglaterra (15h15), com a Austrália a defrontar a França no Domingo, 27, às 16h45.