Men’s Rugby Europe Championship 2024: a queda em Mons

Francisco IsaacFevereiro 3, 20243min0

Men’s Rugby Europe Championship 2024: a queda em Mons

Francisco IsaacFevereiro 3, 20243min0
Portugal disse praticamente adeus às meias-finais do Men's Rugby Europe Championship 2024 e os culpados vão ser os do costume

A vitória frente às Ilhas Fiji para o Campeonato do Mundo 2023 foi há quatro meses, e nesse espaço de tempo, Portugal viu os Lusitanos a caírem para 5º lugar, uma saída mal explicada de um ex-seleccionador nacional e, agora, uma derrota para o Rugby Europe Championship 2024 que dita, praticamente, o fim do objectivo de chegar às meias-finais da competição. É impossível fazer um artigo de análise séria, quando o que se viu foi uma equipa não preparada para este palco, com os jogadores a tentarem resolver individualmente, notando-se claramente que as brincadeiras com mudanças de staff custaram muito caro a um país com um potencial gigantesco como é Portugal. Doze dos jogadores convocados vieram das ligas profissionais francesas, e estão em extraordinária forma, sendo que a larga maioria dos atletas que alinham em clubes portugueses estão numa forma aceitável, e que também estiveram presentes no Mundial ou nos trabalhos de preparação para tal.

Raffaele Storti é o melhor marcador da ProD2, Nicolás Martins, Diogo Hasse Ferreira, Rodrigo Marta, Simão Bento têm sido aplaudidos como alguns dos melhores jogadores que por lá andam, Tomás Appleton, David Wallis, João Granate e Martim Bello mantêm o nível do passado… ou seja, nada mudou em termos da competência individual de cada um.

A verdade é que Patrice Lagisquet, tendo todos os seus defeitos como qualquer pessoa, foi um dos principais obreiros, ao lado de Luís Pissarra (que também está fora da estrutura federativa apesar de ter prestado algum auxílio nos últimos tempos), João Mirra, David Gérard (nunca foi contactado para permanecer na selecção, apesar dos elogios de vários jogadores), entre outros, sendo que a lenda do rugby francês trouxe estabilidade, progresso e evolução ao rugby nacional. Patrice Lagisquet já deu incontáveis entrevistas em que expôs em claro os problemas internos da Federação Portuguesa de Rugby, algo sustentado por outras fontes, com o antigo seleccionador a ter decidido fechar o seu ciclo nos “Lobos” porque a instituição recusava-se a fazer as devidas mudanças.

Quem sofre com um resultado deste nível são os jogadores, staff, familiares e adeptos, estando estes atirados novamente para aquilo que foram os anos de caos entre 2009 e 2016, com essas memórias a estarem bem presentes na consciência de cada um. O problema não é o jogador nascido em França de pais portugueses, ou do jogador que joga no CF “Os Belenenses”… o problema está em quem olha para estes jogadores como carga e que facilmente os colocam como bode expiatório.

Não houve MVP num jogo amargo e cinzento, e os pontos a melhorar são em todos os capítulos. Os “Lobos” voltaram a um ponto que não era visto desde a altura do Rugby Europe Trophy, e, com certeza, a culpa vai ser colocada nos jogadores e equipa técnica (seja ela qual é, porque só João Mirra e pouco mais dão a cara na realidade). Aos adeptos nacionais pede-se reflexão e uma atitude assertiva no querer que o rugby português deixe de ser o rugby de uns quantos, para efectivamente estar no patamar que Patrice Lagisquet, consultores da World Rugby e outros tantos, disseram ser possível estar.


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