Men’s RE Championship 2025: Portugal está no Mundial!

Francisco IsaacFevereiro 9, 20254min0

Men’s RE Championship 2025: Portugal está no Mundial!

Francisco IsaacFevereiro 9, 20254min0
Portugal garantiu acesso ao próximo Mundial de Rugby masculino como uma prestação sensacional frente à Alemanha

Sem espinhas e com uma prestação extremamente mais positiva, Portugal derrotou a Alemanha e qualificou-se para um Mundial de Rugby pela 3ª vez na sua história, a segunda consecutiva, o que garante desde logo à Federação Portuguesa de Rugby assento no conselho da World Rugby, um marco para a história do rugby português. Estes são os 3 destaques do encontro!

MVP: NICOLÁS MARTINS (ASA)

Há poucas palavras para a dimensão de jogador que Nicolás Martins é, já que jogo após jogo cisma em querer não só deixar tudo em campo como demonstrar que não há oposição à sua altura. O asa pode ter ficado em evidência para os adeptos por causa dos dois ensaios marcados, mas foi devido aos três turnovers, dois roubos no alinhamento, mais de treze placagens efectivas (três das quais dominantes), trinta metros galgados e uma mão cheia de passes-chave que merece o prémio de MVP.

A forma como se apresentou em campo desde o 1º minuto foi monstruosa e criou diversos problemas na estratégia da equipa visitante, perturbando os portadores de bola alemães para depois tentar arrancar a oval no breakdown. Se na defesa foi um galã, o que dizer da capacidade para imperar no aparelho ofensivo, tendo forçado duas quebras-de-linha e sete defesas batidos, impondo um ritmo alto sempre que a oval encontrou as suas mãos.

João Granate merece igualmente vários aplausos pela brilhante prestação, com dois turnovers, uma assistência para ensaio e uma série de placagens dominantes que forçaram erros no ataque alemão. Destaque ainda para Joris Moura, Simão Bento, José Madeira e Luka Begic.

MELHOR PONTO: ATAQUE CARBUROU EM GRANDE RITMO

Oito ensaios marcados, treze quebras-de-linha, dezanove offloads, quarenta defesas batidos e uma série de combinações de categoria que deram vida a um jogo que a Alemanha cismava em querer arrastar. Portugal entrou com a mesma voracidade da 1ª ronda do Men’s Rugby Europe Championship, mas ao contrário do que se passou frente à Bélgica, não deixou cair o ritmo de jogo e manteve as operações ofensivas, mesmo quando estava dentro do seu próprio meio-campo ou 22. Com Joris Moura a pautar um jogo inteligente e incisivo, os Lobos foram tentando surpreender a equipa visitante através dos rucks, com as acções João Granate e Luka Begic a terem levado ao conjunto nacional à linha-de-ensaio.

Houve mais capacidade para aceitar o papel da equipa dominante, querendo ter a bola para si e procurar criar boas jogadas, forçando a Alemanha a correr atrás do prejuízo e a não ter qualquer palavra sobre quem merecia ser a equipa vencedora. Na segunda-parte houve uma ligeira queda, com a equipa a se desconcentrar na defesa e a deixar a Alemanha marcar dois ensaios, mas quando quis, Portugal mostrou que é das equipas mais perigosas com a oval em seu poder.

Ponto positivo para a defesa que se apresentou com outra capacidade de encaixe, lutando mais na linha-de-vantagem e a querer virar a oval no breakdown. Boas placagens, boa agressividade e boa capacidade de lutar mesmo quando parecia que a Alemanha tinha o ruck controlado.

PONTO A MELHORAR: DESCONCENTRAÇÃO VALEU PONTOS SOFRIDOS

Já tinha acontecido frente à Bélgica e agora se repetiu, numa escala inferior, frente à Alemanha. Portugal adormeceu em certos momentos e ofertou boas oportunidades para a equipa visitante chegar à linha-de-ensaio ou tentar pelo menos ter mais a bola na mão, o que não pode acontecer, especialmente nos próximos encontros. O 1º ensaio consentido foi uma total distração total da equipa, perdendo o foco do jogo e a dar espaço ao avançado alemão para seguir rápido e passar rapidamente a oval perante uma área-de-ensaio sem ninguém a defender, à excepção de Simão Bento.

A indisciplina foi um problema também, com dez penalidades cometidas nos segundos 40 minutos, um pormenor crítico e que contra uma Roménia, Espanha ou Geórgia se pagará mais caro. De qualquer forma, foi a melhor exibição da era Simon Mannix, com uma prestação mais convincente, sendo necessário só limar as opções vindas do banco de suplentes, uma vez que houve uma queda anímica total, não conseguindo os finishers igual ou se aproximar do rendimento dos atletas que começaram de início.

Foto de Destaque da Federação Portuguesa de Rugby


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