Men’s RE Championship 2025: Lobos derrotados pelos Leones

Francisco IsaacMarço 1, 20254min0

Men’s RE Championship 2025: Lobos derrotados pelos Leones

Francisco IsaacMarço 1, 20254min0
Queda total frente à Espanha e os Lobos estão fora da disputa pela final do Men's Rugby Europe Championship 2025 como explica Francisco Isaac

Os Lobos perderam a possibilidade de disputar a final do Men’s Rugby Europe Championship 2025, concedendo uma derrota caseira frente à selecção da Espanha por 31-42, tendo este desaire implicações no que toca ao sorteio dos grupos para o Campeonato do Mundo 2027. A análise do que se passou no Jamor.

O MVP: JOSÉ MADEIRA

20 placagens efectivas e um turnover, para além de ter batalhado contra as circunstâncias especialmente perante a apatia geral da equipa, que não conseguiu oferecer nada no que toca às colisões e à fisicalidade espanhola, com os adversários a terem lutado o dobro no contacto em comparação com os jogadores de Portugal. Madeira, como tem sido sempre seu apanágio, mostrou força, vontade e resiliência, procurando parar os portadores de bola contrários no sítio, não permitindo que estes ganhassem metros no contacto como foi o normal neste encontro.

No ataque teve poucas oportunidades para se mostrar, mas a verdade é que como apoio ao portador de bola, foi dos melhores e tentou garantir uma bola limpa ao formação. Nos alinhamentos não teve grande palavra a dizer, apesar de ter sido e Nicolás Martins a desmoronar dois mauls dinâmicos espanhóis, para além de umas poucas placagens salvadoras em cima da linha-de-ensaio. Diogo Rodrigues também merece um destaque pelos dois ensaios e bom ataque, com Raffaele Storti a também a receber aqui um aplauso pela qualidade das suas linhas de corrida, que foram dando outra vida a Portugal durante a 1ª parte. Tomás Appleton tentou ser bombeiro para todos os vários incêndios defensivos que foram surgindo.

MELHOR PONTO: ATAQUE COM ESPAÇO CRIOU PROBLEMAS

O ataque sofreu hoje, especialmente no que toca às colisões e ao ganhar a linha de vantagem, mas nos momentos em que a equipa teve espaço, Portugal brilhou minimamente, com Simão Bento, Raffaele Storti e Diogo Rodrigues a terem conferido velocidade e ferocidade a um ataque parecia querer se entregar à defesa espanhola. Storti foi de longe o jogador mais perigoso de Portugal durante a 1ª parte, conseguindo três quebras-de-linha, seis defesas batidos e um ensaio, que foi bem criado pela linha de 3/4s de Portugal. Houve alguma vitalidade nesses momentos, com aquela letalidade dos Lobos a vir ao de cima e a criar uma mão cheia de problemas e calafrios a uma defesa espanhola que foi praticamente perfeita no seu trabalho defensivo. É ainda um dos poucos detalhes consistentes deste Portugal de Simon Mannix, com o três-de-trás ainda a querer mostrar bom e belo serviço com ajuda dos centros. Importa referir que o apoio ao portador de bola foi novamente precário, numa repetir daquilo que já se tinha visto frente à Bélgica.

PONTO A MELHORAR: FISICALIDADE NÃO PODE SE ESFUMAR

Portugal foi 70% mais ineficaz que a Espanha no que toca ao ganhar da linha-de-vantagem, parecendo por vezes que os Lobos estavam esgotados desde o 1º minuto e sem grande interesse em continuar a trabalhar no contacto quando era necessário. É fundamental que haja a ambição não só de agarrar bem na bola, como continuar a carregá-la, de dar corda às pernas mesmo quando agarrados por um ou dois jogadores, a exemplo do que a Espanha fez. Foi também claro que a ausência de Luka Begic foi largamente sentida, com Portugal a ter ficado praticamente sem alinhamento durante o jogo, para além de que a formação-ordenada parecia estar desconjuntada e sem capacidade de resposta após um certo momento. Por fim, a indisciplina. Podendo ter todas as críticas honestas a arbitragem, o adepto português não pode deixar de olhar para as 19 penalidades cometidas e três cartões amarelos. Sem disciplina, é impossível não só ganhar jogos, como crescer e ter um plano de jogo que funcione. Melhores dias virão, mas Portugal parece ter dado dois passos atrás na qualidade de jogo em comparação com 2022 (e não mencionamos sequer 2023), especialmente na gestão de jogo, na coerência das convocatórias e na lucidez a jogar.

Foto de Destaque da Federação Espanhola de Rugby.


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