Meias-finais do Mundial de Rugby Feminino: Ferns vs Red Roses na final
As duas meias finais do Mundial feminino foram um hino à modalidade! Sem dúvida que quem aprecia o rugby, não ficou indiferente aos jogos, de grande intensidade de disputa mas também de grande intensidade técnica e tática. Quem teve a felicidade de ver o jogo numa tv ou site estrangeiro, pôde sem sombra de dúvida, chegar ao final e dizer: a qualidade é a-género, existe tanto no masculino como no feminino! Parece óbvio dizer isto mas quem ouve e lê certos comentadores, pode ficar na dúvida…
A França entrou com mais agressividade e organização defensiva, com várias combinações e variação do sentido de ataque, mais peremptórias nos alinhamentos e principalmente nas mêlées. Os primeiros 15 minutos foram de acampamento total na área adversária.
Pouco a pouco, as Black Ferns começaram a libertar-se um pouco mais mas a serem atraiçoadas por uma certa atrapalhação no handling da bola, coisa rara de se ver com estas jogadoras. A supremacia Francesa chegou aos 10-0 aos 22 minutos com ensaio da nº 8, Romane Menager depois de várias fases à mão.
As Black Ferns nunca conseguiram encetar o seu jogo baseado nos três quartos de trás, muito por culpa, de uma defesa Francesa verdadeiramente intratável; veja-se que Portia Woodman teve muito pouca bola durante o jogo.
Stacey Fluhler, a segundo centro, reduziu aos 35 minutos mas mesmo ao terminar da primeira parte, fruto de um alinhamento seguido de maul dinâmico, Gabrielle Vernier garantiu uma ida para intervalo com 17-10 na liderança. Na primeira parte houve também muitos turnovers, basicamente fruto de muito bom trabalho feito a nível do break down. Ao abrir do segundo tempo, um belíssimo pontapé táctico de Renne Holmes, com Ruby Tui a fazer um toque de meta, tecnicamente difícil e artisticamente ousado!
They didn't stop for breath ?? @FranceRugby brought the never-ending tries to New Zealand#RWC2021
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As substituições operadas por Wayne Smith na primeira linha Neozelandesa, permitiram um refrescar importante, com Theresa Fitzpatrick a finalizar um bom trabalho das avançadas e a colocar o seu lado à frente do marcador, pela primeira vez no jogo. Só que ao minuto 67, Romane Menager; com 24-25, a França perdeu uma oportunidade de ouro, quando Caroline Drouin, falhou uma penalidade ao cair do pano, selando o destino Francês.
Atente-se a um valor estatístico que são as placagens: a Nova Zelândia fez 108 placagens com uma taxa de sucesso de 72% e a França fez 196 placagens com uma taxa de sucesso de 80%.
Em termos disciplinares, houve um amarelo para cada lado e em termos de lineouts, de referir a taxa de sucesso Francesa de 90,9% com 3 roubos às adversárias, e a continuarem a contestar alinhamentos das Black Ferns aos 76 minutos de jogo, o que revela um apetite indomável pela vitória e um notável de profissionalismo e dedicação!
Madoussou Fall, a segunda linha, Charlotte Escudero e Romane Menager, a asa e nº 8, respectivamente, foram verdadeiras máquinas nas suas funções, com Sarah Hirini, a asa Neo-Zelandesa a ter também um jogo cheio e tendo por isso sido considerada a Player of the Match desta meia-final do Mundial. Na outra semifinal deste Mundial (que até se realizou em primeiro lugar), a Inglaterra teve alguma dificuldade em passar o Canadá, mas acabou por se superiorizar com um resultado final de 19-26.
Dito isto, as Red Roses começaram com um dos ensaios de assinatura, logo aos nove minutos, o que fez pensar que o lado Canadiano, ou não fez bem o trabalho de casa ou não teve mesmo capacidade de suster o movimento a partir do alinhamento que Marlie Packer, uma jogadora sem adjectivo já para a qualificar, finalizou.
Abby Dow dilatou a vantagem com uma finalização em corrida e potência, depois de uma assistência prodigiosa da defesa Helena Rowland. O Canada acabou melhor a primeira parte com mais dois ensaios, de Karen Paquin e Alysha Corrigan, indo tudo para o intervalo com o resultado ainda completamente em aberto e em 12-15.
One of the all-time great RWC tries@abbydowberg ?#RWC2021 | #CANvENG pic.twitter.com/iFMthEU1bu
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Aos 48 minutos, um ensaio que vale a pena ver várias vezes: trabalho da ponta esquerda Claudia MacDonald desde cá atrás (depois de vinte e tal fases canadianas), com bom jogo de pés e basculando sempre em movimento para o centro do terreno e depois o passe (para aí de 20 ou 30m à vontade), pouco antes do meio campo para Abby Dow , que com um pulmão e um hand-off, chegaram à linha de meta. Um ensaio técnica e atleticamente intenso!
A equipa Canadiana ainda deu luta com mais um ensaio, desta feita de Tyson Beukeboom aos 68 minutos.
Com um embate de três ensaio para cada lado, foram as penalidades concedidas pelas Canadianas e convertidas por Emily Sacarratt que fizeram a diferença final no marcador. Zoe Aldcroft, a segunda linha foi a Player of the Match mas não se pode passar sem referir a Helena Rowland que saiu lesionada mas teve 124m só para si, com um trabalho de arrière impecável; ainda, a pilar Sarah Bern com 20 placagens e 11 ganhos de linha e Abby Dow e Marlie Packer, que a ponta e asa, encheram os olhos de quem viu este jogo de nervos.
Estatisticamente falando, a Inglaterra teve um sucesso de 100% nos lineouts e nas mêlées com uma taxa de sucesso nas placagens de 83% contra 70% das Canadianas. Para decidir terceiro e quarto lugares, o Canadá e a França defrontar-se-ão no Eden Park no dia 12, às 3.30h de Portugal e a grande final, esgotadíssima com 40 mil lugares, será no mesmo local, às 6.30h para fechar o Mundial 2021 (2022).
Em directo ou em diferido, não deixem de espreitar estes jogos, porque são do melhor a nível Mundial!
Get your tickets. Change your plans. Be part of it.
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