McKenzie – O ausente de luxo

Rodrigo FigueiredoAbril 24, 20194min0

McKenzie – O ausente de luxo

Rodrigo FigueiredoAbril 24, 20194min0
O Rugby Internacional tem visto muitas surpresas desde o início de 2019. A lesão de Damian McKenzie foi uma surpresa mais do que desagradável. Qual será o impacto nos Chiefs e nos All Blacks? Logo em ano de Mundial...

Aquele que há data seria um dos melhores nºs 15 do Rugby Internacional atravessa momentos difíceis. A lesão que o impossibilitará de jogar até ao final da época, retirando-o também das contas do Mundial é um golpe duro numa carreira promissora.

McKenzie KO

A lesão de McKenzie no joelho sofrida ao serviço dos Chiefs causará muitas dores de cabeça ao Staff da equipa de Waikato. “The wizzard”, como é conhecido por alguns, é um fora-de-série. A sua capacidade de jogar em várias posições é um “plus” no seu jogo, mas também tem levado a uma inconsistência de exibições. Se despoletou na posição de defesa, rapidamente se aventurou a 10 e até mesmo à ponta. Com um porte físico anormal para o nível internacional (1,77m 78 kg), McKenzie prova que o Rugby é mesmo para todos.

Quem o substituirá nos All Blacks?

Na verdade McKenzie não seria um titular indiscutível nos All Blacks. Aliás, McKenzie por ser um “faz tudo” é o suplente ideal -imagine-se um treinador a ter um abertura, um ponta e um defesa no banco, tudo num só jogador. Daria para gerir um jogo com outro conforto.

A abertura “10”- Parker ou Black

Beauden Barrett e Richie Mo’unga estão num nível diferente de outros jogadores para esta posição. Ambos têm-se apresentado a bom nível e apesar dos Hurricanes de Wellington terem apresentado algumas dificuldades (derrota contundente em casa frente aos Crusaders e surpreendente derrota contra os humildes Sunwolves). Já Mo’unga entre lesões e recuperações tem ajudado os Crusaders a manterem-se no topo da conferência neozelandesa.

Hayden Parkes tem brilhado ao serviço dos Sunwolves do Japão e aos 28 anos continua sem ter participado num Test Match. Apesar da política de “shirt vs money” aplicada nos All Blacks, será possível arranjar forma de contorná-la em tempos de maior aperto? Parker tem impressionado principalmente no jogo ao pé, em especial nos pontapés aos postes, departamento do jogo muitas vezes apontado como deficitário em Barrett ou Mo’unga. Ainda assim a hipótese parece bastante remota porque se a política fosse para ser quebrada haveria Cruden (50 internacionalizações) ou Lima Sopoaga (18 internacionalizações), ambos a jogar na Europa.

Otere Black tem sido a primeira escolha nos Blues e apesar do progresso da equipa face às performances dos últimos anos, continua a ser um jovem sem Test Matches no currículo. Na verdade tem 7 pelos Maori All Blacks onde apontou 42 pontos. O caminho está livre para ser a terceira escolha de Steve Hansen, principalmente para os jogos mais “acessíveis” contra a Namíbia e Canadá. Veremos se o final de temporada ao serviço dos Blues lhe dá o bilhete até ao Japão.

Não esquecer a história fantástica de Stephen Donald. “The Beaver” participou na final do mundial de 2011 depois de ter ficado de fora da primeira convocatória, substituindo os lesionados Carter, Cruden e Slade. Nada melhor que as palavras do próprio sobre o momento.

A defesa “15” – No Dagg no party vs Smith or Bridge

Israel Dagg reformou-se este ano e deixou para trás um legado invejável e uma alegria contagiante. Seguindo as pisadas de Mulliaina, “Izzy” deslumbrou com ensaios e side-steps fantásticos. Passou também por um momento difícil na sua carreira em que psicologicamente não estaria no seu melhor e a sua recuperação tanto nos Crusaders como nos All Blacks foi impressionante.

Se a posição de ponta estará assegurada por Naholo, Milner-Skudder, Ioane e até mesmo Jordie Barrett, a posição de 15 poderá estar assegurada por Ben Smith. Apesar das lesões que o têm mantido ora em jogo ora fora dele, Smith parece ser o principal candidato à camisola 15. Contudo, o Mundial é longo e será preciso gerir o cansaço e essas mesmas lesões. George Bridge tem brilhado pelos Crusaders e poderá ser a salvaguarda para os primeiros jogos de um mundial que se espera longo para os All Blacks, excepto para todos os adversários diretos, Wallabies incluídos.

Veremos quais serão as opções de Hansen. A certeza é só uma, os All Blacks vão ao Japão para consolidar a sua posição de melhor selecção do mundo e tentar conquistar um inédito 4º título mundial e levantar pela terceira vez consecutiva a famosa Webb Ellis Cup.


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