Craques: dentro e fora de campo

Rodrigo FigueiredoAgosto 31, 20184min0

Craques: dentro e fora de campo

Rodrigo FigueiredoAgosto 31, 20184min0
Jogadores que fora de campo não tiveram uma atitude profissional e que acabaram por estragar uma carreira fantástica. Os maus casos do profissionalismo no rugby

São vários os atletas que perderam (e ainda perdem) o rumo das suas carreiras por acontecimentos fora de campo. Danny Cipriani que vinha a reconstruir a confiança do público inglês, o episódio Vegas e o buggy de Powell são alguns exemplos. Nota para Gilbert Enoka, “mental coach” dos All Blacks nos últimos anos e tem provas dadas na recuperação destes atletas e a importância que o grupo tem nessa recuperação.

Andy Powell….e o buggy de golf

Powell acabou a carreira com 23 internacionalizações por Gales e uma tour com os British & Irish Lions à África do Sul, não sem antes protagonizar um caricato incidente. Uma vitória em casa frente à Escócia deu o mote para o galês, conhecido pela sua personalidade extrovertida, ter acelerado num buggy de golf numa auto-estrada a alguns quilómetros de Cardiff. O incidente fez correr muita tinta, tanto pela contovérsia de se tratar de um jogador internacional como pelo facto ser mesmo inusitado. Powell prosseguiu a carreira com uma passagem pelo Rugby League e apesar de ficar lembrado pela sua agressividade em campo, o caso do buggy fora de campo será sempre recordado. Os vídeos sobre o incidente falam por si.

Danny Cipriani…outra vez?

Cipriani é a prova viva que todo o talento do mundo não chega. Depois de se estrear muito novo tanto pelos Wasps como pela seleção Inglesa, o caminho até aos dias de hoje foi tudo menos fácil. Logo em 2008 envolveu-se com o colega de equipa Josh Lewsey naquilo que foi descrito como um incidente menor mas que deixou uns narizes a sangrar. De seguida, para preparar a sua ida para os Melbourne Rebels da Austrália em 2011, esteve a treinar na equipa de reservas do Queens Park Rangers de Inglaterra. Já na Austrália foram mais as notícias suas relativas a acontecimentos fora de campo do que propriamente ao jogo jogado. Regressado a Inglaterra, jogou pelos Sale Sharks, regressou aos “seus” Wasps e está agora ao serviço do Gloucester e a na “squad” da Seleção. Pois, quando tudo parece estar a voltar ao normal, Cipriani é apanhado nas malhas da lei. Uma pena para um jogador tão talentoso.

Martin em Las Vegas

Martin Castrogiovanni é uma figura incontornável do Rugby italiano e mundial. Com 119 internacionalizações pela Itália, construiu carreira em Inglaterra pelos Leicester Tigers antes de se mudar para o Toulon e de seguida para o Racing 92 de Paris. Martin, de origem argentina, ficou conhecido pela prestação na formação ordenada e dava nas vistas pela sua figura singular “à homem das cavernas”. Foi precisamente esta ligação à Argentina que o fez pedir um tempo ao Racing para lá se deslocar e tratar de assuntos familiares. O clube acedeu apesar de saber que havia a meia-final da European Champions Cup para jogar. Tudo parecia estar a correr conforme o combinado quando o clube e os seus adeptos são surpreendidos com uma fotografia de Castrogiovanni em Las Vegas com a estrela sueca Zlatan Ibrahimovic. O clube não gostou tendo multado o italiano e fez perceber que fora de campo também se joga, e muito!

Martin Castrogovanni ao centro (Fonte: SkySports)

O Capítulo All Blacks

Até a melhor equipa do mundo tem os seus problemas. Aliás, até poderá ser a melhor do mundo pela forma como os resolve. Os casos fora de campo parecem não ter fim e ainda assim a equipa parece permanecer inabalável. Casos graves como o de Julian Savea, Jerome Kaino, Aaron Cruden e Aaron Smith provam que o grupo é sempre o mais importante. Gilbert Enoka, “mental coach” dos All Blacks, terá a sua quota parte de responsabilidade nesta resolução de problemas. O ambiente de grupo existente, a permanente exigência mútua entre todos (de treinadores para jogadores e vice-versa) faz com que Enoka tenha o trabalho facilitado, mas diz que ainda assim “a pressão pode ser sufocante”. Para isso, Enoka vê a paragem ou o afastamento temporário como a melhor forma de recarregar as baterias do corpo mas também da mente.

McCaw, Hansen e Enoka nos All Blacks (Fonte: Eventfinda)

Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS