O “Breakdown” do CN1: top-4 garante antes de jornada decisiva
O Fair Play fará um acompanhamento semanal ao Campeonato Nacional 1, divisão onde habitam CRAV, Guimarães RUFC, RC Santarém, Caldas RC, RC Lousã, CR São Miguel, SL Benfica Rugby, Rugby Vila da Moita, RC Montemor e CR Évora. A liga já está em funcionamento mas só agora é que conseguimos fazer um acompanhamento sustentado ao CN1.
Os melhores momentos, ensaios, equipas e factos desta divisão!
ÁGUIAS DE RAPINA DOMINAM NA MOITA
De forma dominadora foi como o SL Benfica se apresentou no recinto do Rugby Vila da Moita, numa tarde em que Matt Ritani voltou a fazer uso do seu estatuto como um dos melhores estrangeiros a jogar em Portugal. O nº8 foi autor de um hattrick, sendo impossível de o parar no espaço curto, uma demonstração total do seu poder de choque e destreza para procurar as fraquezas dos placadores circundantes.
Os encarnados entraram em campo com Francisco Bessa na posição de médio-de-abertura, no qual manteve um bom pautar de jogo, diferente do de Rui Santos, mas de igual qualidade.
O Rugby Vila da Moita foi demasiado “suave” na placagem, permitindo consecutivas entradas de quem estava do outro lado, verificando-se uma falta de “agressividade” na subida da linha de defesa, algo que Ritani, Jorge Bento, Diogo Conceição ou José Tabanez aproveitaram para furar e dar uso aos canais de ataque.
Foi sempre um jogo de um sentido só, com a formação treinada pela dupla Francisco Aguiar e Carlos Castro a mostrar a maior dureza na entrada no contacto, em especial no centro do terreno. Jogo muito clássico de fases curtas, avançado de forma exponencial e depois lançamento no canal 3 onde as inversões apanhavam de surpresa os atletas moitenses.
O trabalho encetado pelo par de médios encarnado nunca foi quebrado pelos seus adversários, apesar de Frederico Melim e Natalino Barradas terem tentado interferir com as bolas mais rápidas dos visitantes… no final foi insuficiente para parar as várias investidas de ataque do SL Benfica que ganhou por 49-03. Na próxima jornada os encarnados vão receber o CR Évora no último jogo da 1ª volta, na luta pelo 3º lugar.
MONTEMOR À PROVA DE CAVALEIROS DE SANTARÉM
Quem tem um asa que consegue fazer um gruber (nas imagens fica a dúvida se é feito de forma consciente ou não) tem (quase) tudo. O RC Montemor baseou a sua vitória na exibição de classe do bloco de avançados, onde surgiram a maioria dos ensaios: José Luís Castro, Diogo Porto, Luan Almeida e José Roque.
O nº8 somou uma das melhores exibições nesta edição do CN1, não só pelo ensaio ou a criação de jogadas de perigo, mas também por toda a liderança que transmite aos seus colegas, assumindo-se como um dos grandes jogadores do campeonato. Um ensaio, duas assistências e uma série de quebras-de-linha, para além de ter tirado da frente vários placadores.
Não foi o nº8 a fazer a tal assistência ao pé, mas sim Manuel Nunes, o asa internacional sub-20 que tem efectuado uma boa temporada, com Diogo Porto a dar um sprint final para marcar o 2º ensaio do jogo. Foi o Montemor a abrir a contabilidade com um ensaio do trintão José Luís Castro, respondido logo de seguida pelo internacional brasileiro Rafael Morales.
O abertura foi dos mais inconformados do lado do RC Santarém, sempre à procura de um espaço pelo qual criasse uma situação de rotura a favor dos escalabitanos… infelizmente, nunca aconteceu, muito por “culpa” da excelente postura defensiva do Montemor, com uma pressão constantemente alta, manipulando as opções de ataque dos seus adversários.
Com uma 2ª parte de gala, o “motor” do bloco de avançados garantiu as oportunidades suficientes para o resultado “engordar” até ao apito final. O melhor que o Santarém produziu foram duas movimentações rápidas, bem executadas com Francisco Montoya e João Câmara a finalizarem para chegarem ao 24-46.
Segue-se prova de fogo em terras da Lousã, em que o 1º lugar pode ficar nas mãos de qualquer uma das equipas… empate favorece o clube local.
José Roque, o MVP do jogo para o Fair Play, não concordou que esteja seja ainda o melhor Montemor, mas antevê um bom jogo na Lousã
José, jogo bem emotivo contra o Santarém, com o Montemor a dominar nos avançados. Sentes que estão no vosso melhor momento de forma?
Não diria que estamos no nosso melhor momento de forma, mas estamos bem e a trabalhar para lá chegar. Temos tido algumas lesões que têm vindo a dificultar as coisas, mas estas adversidades fazem parte do rugby. No entanto, o resto dos jogadores menos utilizados do plantel têm dado provas de estar à altura do desafio, fazendo grandes jogos!
A viagem até à Lousã vai par além de conquistar o 1º lugar, mas sim de reafirmar a posição do Montemor no Campeonato. O que prometem fazer nesse jogo?
Como em todos os jogos, o Rugby Clube Montemor entra para ganhar! Conhecemos bem o adversário com quem vamos jogar, sabemos os seus pontos fortes e os seus pontos fracos, vamos meter o nosso modelo de jogo em prática e ajustar o jogo consoante o adversário que temos pela frente. Vai ser um jogo muito físico e espero que os nossos avançados se superiorizem!
GUIMARÃES DEU ESPAÇO A REVIRAVOLTA EBORENSE
Início conturbado para o CR Évora, que chegou a estar a perder por 17-07 no complexo desportivo do Guimarães Rugby Union Football Club, num jogo bem jogado, altamente intenso e que só teve vencedor nos últimos 20 minutos.
Manuel Machado e Manuel Murteira, aberturas de ambas as equipas, encetaram numa luta total e que animou as bancadas… ora o 10 dos vimaranenses fazia um drop de classe, ora Murteira respondia com uma jogada de grande efeito que metia os seus adversários a recuarem.
Contudo, o polivalente 3/4 dos eborenses decidiu que tinha de sair por cima e na 2ª metade do encontro faz um ensaio genial, misturando sidesteps com boas arrancadas para chegar à área de ensaio.
O Guimarães esteve por cima do jogo na primeira parte, a ficar na retina o ensaio de Diogo Faria, numa excelente movimentação a partir de formação-ordenada. Aceleração no contacto, Manuel Machado mete a bola no sítio certo, Paulo Machado arrasta dois defesas e o ponta foi implacável na hora de entrar na área de validação.
A lutar para sair do último lugar da tabela classificativa, a equipa da casa mostrou o seu melhor, especialmente no aproveitamento de oportunidades… sempre que passaram dos 40 metros conseguiram pontos, para irritação do Évora.
A resposta chegou, como dissemos, na 2ª parte onde o bloco de avançados alentejano não deu mínima hipótese de quem estava do outro lado. Frederico Couto foi “gigante” na hora de comandar e dar direcções, mostrando-se um dos jogadores mais difíceis de parar durante a segunda parte.
O Guimarães foi fazendo um pior uso da oval, apresentando claras falhas nas combinações rápidas após algumas fases mais lentas… o Évora foi agressivo na placagem, não recuou e conquistou o poder da oval de forma dominadora.
O resultado final de 55-34 foi justo para quem aguentou melhor o tempo total de jogo, trabalhando com mais frieza e cuidado. O Guimarães deu provas que está vivo e está na luta pela manutenção.
CALDAS ENVIA MENSAGEM E LOUSÃ GARANTE SERVIÇOS MÍNIMOS
Surpresa no Complexo Desportivo das Caldas da Rainha, pois a formação da casa fez uma primeira parte de total entrega para se superiorizar ao CR São Miguel, que tropeça nesta luta pelos 4 primeiros lugares. Os bulldogues entraram mal no encontro, convidando o Caldas RC a chegar à área de ensaio por três ocasiões, fruto de boas arrancadas de Cláudio França.
Na segunda parte, o domínio de jogo pendeu para o lado dos visitantes que no entanto não aproveitaram os largos minutos no meio-campo adversário para darem a volta ao placard. Os pelicanos obtiveram algumas faltas para converter 12 pontos ao pé, o suficiente para dar o balão de oxigénio suficiente para terminarem o encontro na frente do resultado.
Em Arcos de Valdevez por muito pouco não se deu uma surpresa, com o RC Lousã a terminar a 1ª parte a perder, graças aos pontapés certeiros de Luís Salvado. Todavia, a maior volatilidade e fisicalidade dos lousanenses permitiu que conseguissem a remontada e fecharam o jogo num 20-12.
Nota final vai para queixas gerais da maioria dos clubes para com as arbitragens, existindo algumas dúvidas que podem rever em parte dos Highlights. Alguns dos jogos só receberam atribuição poucas horas antes do início e esse facto criou alguns problemas para os emblemas do CN 1ª Divisão.