As novas alterações às leis de jogo no mundo do rugby

Francisco IsaacMaio 9, 20244min0

As novas alterações às leis de jogo no mundo do rugby

Francisco IsaacMaio 9, 20244min0
Fim da formação-ordenada após um pontapé livre é uma das várias novas alterações às leis de jogo que Francisco Isaac explica neste artigo

Com a nova janela de jogos internacionais a chegar, a World Rugby procedeu à publicação de novas regras e alterações às leis de jogo que serão testadas e implementadas a partir de Julho, com algumas a terem já levantado debates acessos. Mas vamos por partes e tentar explicar algumas das mais significativas.

DEFINITIVAS

  • Não será possível pedir a opção de formação-ordenada num livre indirecto, tendo de optar por jogar rápido ou chutar;

Esta foi a alteração que reuniu mais controvérsia, com alguns especialistas da modalidade a terem afirmado que isto é um ataque deliberado às formações-ordenadas e que poderá abrir a porta para o seu fim. Importante frisar que os pontapés livres no rugby são uma raridade, e que normalmente ocorrem quando há uma infração dentro de uma formação-ordenada que não é meritória de terminar em penalidade, ou um erro na introdução de bola no alinhamento. De qualquer forma, isto pode tirar força às equipas que possuem uma formação-ordenada bem trabalhada, ajudando a quem é mais frágil neste sector;

  • O fim do crocodile roll. Jogadores não poderão rolar, torcer ou puxar o jogador contrário no ruck. 

Esta introdução não é nova, mas vai finalmente terminar com as dúvidas desta prática ilegal no ruck e que já originou lesões de gravidade máxima no mundo do rugby. O atacar um jogador contrário e o enrolar pelo pescoço e torcendo as pernas já valeu fins de carreira a certos atletas. Alteração extremamente positiva;

  • Jogadores só estão realmente em jogo se demonstrarem que estão a recuar, mesmo que um jogador adversário tenha já captado a oval. 

O objectivo passa pela redução de troca de pontapés consecutivos entre equipas, permitindo a que hajam mais hipóteses para sair a jogar com a bola na mão. É uma ideia interessante que veio pelo excesso do uso da regra anterior por jogadores como Antoine Dupont (a regra até foi mesmo alcunhada de Dupont Law) ou Faf de Klerk.

EM FASE DE TESTAGEM

  • O marco pode ser pedido logo em recomeços de jogo.

A ideia passa por conferir à equipa que captou a bola mais segurança na sua recepção e poder estabelecer outras opções ofensivas. Isto tira alguma da incerteza e pressão da equipa que capta a oval, tendo assim uma solução mais descansada de saída. Se a World Rugby quer tornar a modalidade num espetáculo, esta ideia vai contra essa filosofia;

  • Cartão vermelho passa a ser só de 20 minutos, podendo a equipa colocar outro jogador após esse período;

Esta regra só vai estar em prática na Pacific Nations Cup, no World Rugby Cup e Trophy de sub-20 e pouco mais. A liga de clubes de França já rejeitou sequer em agraciar esta ideia, e fez questão de referir que não vai alinhar nas competições da EPCR caso haja uma tentativa neste sentido. É uma ideia ridicula e perigosa, como já foi repetidamente demonstrado no Hemisfério Sul e é só introduzida pela força de alguns indivíduos neozelandeses e australianos não quererem placar ou ensinar mais baixo;

  • Possibilidade de seguir jogo após uma má introdução no alinhamento, caso a equipa contrária não tenha disputado o alinhamento

Bem, esta ideia passa por impedir que o jogo pare e haja mais dinamismo, retirando a possibilidade de ir a um alinhamento, formação-ordenada ou seguir rápido, caso a equipa beneficiada pelo erro da sua adversária não tenha disputado esse alinhamento. É uma ideia interessante, vai forçar às equipas estarem concentradas no alinhamento e sempre prontas a disputar;

Posto isto, estas são algumas das principais alterações ao rugby numa modalidade que vive em constante mudança, não ajudando nada às equipas de arbitragem ou jogadores, que vão ter de voltar a mudar certas formas de jogar, numa tentativa de acelerar um jogo que já é extremamente intenso, dinâmico e volátil. Era bom que a World Rugby tivesse algum cuidado com


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