Mundial de Rugby 2023: análise às exibições dos rivais dos “lobos” pt.2

Francisco IsaacAgosto 13, 20236min0

Mundial de Rugby 2023: análise às exibições dos rivais dos “lobos” pt.2

Francisco IsaacAgosto 13, 20236min0
Mais uma semana e mais uma análise às exibições dos rivais dos “lobos”, com País de Gales e Geórgia a terem jogado nesta semana

Com as Ilhas Fiji e Austrália a caminho da Europa, País de Gales e Geórgia entraram em campo e somaram resultados contrários, já que a selecção galesa consentiu uma derrota por dois pontos na visita à Inglaterra, enquanto os “Lelos” destruíram por completo a Roménia com uma segunda linha de opções. Vamos então à análise às exibições dos rivais dos “lobos” nesta 2ª semana do Summer Nations Series.

PAÍS DE GALES PERDE MAS COM APONTAMENTOS POSITIVOS

Pontos Fortes: formação-ordenada dominou enquanto “rendeu”; placagem dura e móvel; jogo ao pé bem calibrado e com o três-de-trás a ganhar 13 das 15 disputas tidas; combo 9-10 funcionou;
Pontos Fracos: ataque tem falhas nos últimos 25 metros; alinhamento consentiu excessivos erros; ligação entre unidades caiu a pique na segunda-parte; demasiados erros de portagem de bola;
Lesões: Dewi Lake (tornozelo);

Visita amarga para o País de Gales a Twickenham, já que estiveram a jogar contra 12 a certa altura mas não conseguiram espremer o número suficiente de pontos para cavar uma vantagem “gorda”, permitindo à Inglaterra dar a volta já nos minutos finais. Se a primeira-parte foi um caos total e de pouco interesse, com ambas as equipas a falharem em toda a linha no seu planeamento quer ofensivo entre unidades ou na saída após fases-estáticas (o alinhamento galês foi inconsistente do princípio ao fim), deixando a “melhor” parte do espectáulo para os segundos quarenta minutos.

Durante a primeira meia-hora desse segundo período de jogo, os “Dragões Vermelhos” encontraram algum rumo no ataque, com Dan Biggar a inventar soluções a partir do jogo ao pé, com uma série de cross-kicks a forçarem erros por parte do adversário, enquanto a 3ª linha foi dominando na fisicalidade, com nota alta para Taine Plumtree. Curiosamente, e apesar da derrota por 19-17, o País de Gales apresentou vários jogadores que são vistos como suplentes e foi capaz de arrancar uma exibição competente no cômputo global, sendo uma equipa completamente diferente daquela que esteve nas Seis Nações 2023.

O ponto mais curioso é o facto de terem sentido dificuldades para dominar e estancar a reação inglesa quando estes jogavam com 14, o que pode ser um ponto interessante para Portugal, uma vez que os “Lobos” marcaram três ensaios a jogar com 14 frente aos EUA.

Dan Biggar só jogou uma parte e foi dos melhores em campo, seguido de Plumtree, Tomos Williams, Adam Beard e Liam Williams.

GEÓRGIA NUM PATAMAR CADA VEZ MAIS ALTO

Pontos Fortes: jogo ao pé de excelência; condução de bola de nível alto; ligação entre as unidades perfeita; fisicalidade completamente dominante; placagem assertiva; condição de física nos píncaros;
Pontos Fracos: uns poucos erros de transmissão de bola; formação-ordenada falhou em certos momentos;
Lesões: Nada a apontar;

A Geórgia está realmente noutro nível, e o facto de ter esmagado a Roménia por 56-06, num jogo em que ambas as equipas apresentaram 23’s largamente de segundas escolhas, demonstra como os “Lelos” são uma das equipas mais perigosas de 2023. Tudo correu bem, ou, melhor, praticamente tudo foi de excelência com só a formação-ordenada a fraquejar ligeiramente, não por falta de força, mas sim por excesso de vontade em começar logo a trabalhar antes da oval ser colocada dentro desta fase-estática, com Stuart Barnes a penalizar os “Lelos” nesse ponto.

O facto de três dos ensaios terem começado a partir dos 5 metros defensivos da Geórgia, construindo acções de avanço coerentes sem nunca perder o controlo da oval, e a conquistar a linha-de-vantagem consecutivamente, é um sério aviso para quem não conseguir colocar a melhor placagem em campo frente ao conjunto treinado por Levan Maisashvili. A condição física está acima de algumas das selecções ditas Tier 1, a capacidade de reagir à perda de bola está bem afinada, e o jogo ao pé é uma ameaça constante, com tudo a fluir. Um ponto também muito importante, vai para o facto de todos os jogadores estarem a jogar a um nível absurdo, com este 33 georgiano a ser uma das suas forças para lutar por algo especial no Mundial.

O par de formações é uma das razões para tudo correr, com Gela Aprasidze e Vasil Lobzhanidze a renderem-se bem; os centros são de uma inteligência extrema e capacidade de engenho de alto calibre; e a avançada simplesmente apresenta uma capacidade física invejável. Estão a um nível assustador, e acima daquela final do Rugby Europe Championship 2023.

No próximo fim-de-semana as Ilhas Fiji voltam a entrar em campo, agora para jogar frente à França em Nantes, marcado para as 20h05, enquanto a Geórgia recebe os Estados Unidos da América também no dia 19 por volta das 16h00, e o País de Gales joga em Cardiff frente aos campeões do Mundo, os Springboks, com hora de começo marcado para 15h15.


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